PION, o primeiro satélite brasileiro de uma startup, foi lançado pela SpaceX

Foi lançado, a partir de Cabo Canaveral, na Flórida (EUA), o primeiro satélite construído por uma startup brasileira, o PION-BR1. O lançamento foi feito pelo foguete Falcon 9 da SpaceX.

O PION-BR1 é considerado um picossatélite, também chamado de “PocketQube”, um tipo de satélite miniaturizado para pesquisa espacial, sendo caracterizado pela forma de um cubo, de apenas 125 cm³, cuja montagem de todo o equipamento foi realizada em um laboratório em São Caetano do Sul, interior de São Paulo.

“Nós podemos dizer que hoje é um marco para o Brasil. É uma startup que manda seu primeiro satélite, via SpaceX, no Falcon 9. É um satélite de bolso, um ‘picosat’, que chamamos de PocketSat, totalmente desenvolvido no Brasil. Então, é muito importante para nosso país uma startup já ter condições de fazer esse lançamento”, ressaltou o diretor de Gestão de Portfólio da Agência Espacial Brasileira (AEB), Paulo Barros.

“Em nome da Agência Espacial Brasileira, gostaria de parabenizar os jovens empreendedores da startup PION pelo feito alcançado hoje no desenvolvimento e lançamento do satélite PION-BR1”, parabenizou o coordenador de Satélites e Aplicações da AEB, Rodrigo Leonardi.

O Satélite

O nome PION é uma homenagem ao físico brasileiro César Lattes, um dos responsáveis pela descoberta da partícula subatômica méson pi (pion).

A trajetória do grupo iniciou em 2017, com o desenvolvimento de foguetes para a Spaceport American Cup (SAC), que acontece anualmente nos Estados Unidos. Em 2020, venceram a licitação da Olimpíada Brasileira de Satélites do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), em que foram disponibilizados kits educativos para facilitar a aprendizagem baseada em projeto de missão espacial, de onde se origina toda a verba para o financiamento do desenvolvimento do PION-BR1 e seu lançamento.

O PION-BR1 foi desenvolvido em apenas sete meses pelos fundadores da startup PION Labs, Calvin Trubiene, Bruno Pinto Costa, Gabriel Yamato e João Pedro Vilas Boas, e tem o objetivo de estudar a capacidade de comunicação de longa distância para o desenvolvimento de uma nova era para o segmento no país.

O projeto também visa obter uma herança de voo, que consiste no recebimento e análise de dados sobre a capacidade de comunicação e monitoramento de subsistemas, temperatura interna e externa, capacidade de bateria, entre outras questões. Assim, será possível escalonar projetos maiores e explorar transmissões de longa distância. Estima-se que a vida útil do equipamento seja de até dois anos, quando ele entrará na atmosfera e se desintegrará em função da alta temperatura.

“Em longo prazo, queremos aperfeiçoar essas descobertas e transformá-las em soluções de monitoramento de sustentabilidade e segurança, como muitos players do agronegócio e da preservação da Amazônia demandam. Em um segundo momento, também pensamos em expandir a atuação para a América Latina”, disse Calvin, um dos fundadores da startup.

A tecnologia por trás do satélite possui uma conduta de frequência aberta, que será recepcionada com o suporte e parceria de radioamadores da AMSAT-BR e da Liga de Amadores Brasileiros de Rádio Emissão (LABRE). A associação foi criada (e é mantida) por pessoas focadas em estudos de transmissões de ondas eletromagnéticas, novos modos e protocolos de comunicação de sinais, voz, dados ou imagem.

Tecnologia e Defesa

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