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Confiança empresarial aumenta 3,1 pontos em julho, diz FGV

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Foto: Ryoji Iwata/Unsplash

Pela quarta vez consecutiva o Índice de Confiança Empresarial (ICE) medido pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV-Ibre) registrou alta. Dessa vez foi de 3,1 pontos em julho e atingiu 101,9 pontos. O índice varia de zero a 200 e, acima de 100 pontos, indica confiança.

De acordo com o Ibre, trata-se do maior nível desde junho de 2013. O Índice de Confiança Empresarial (ICE) consolida os quatro índices de confiança dos setores cobertos pelas Sondagens Empresariais produzidas pela FGV IBRE, que são o da Indústria, de Serviços, do Comércio e da Construção (imagem em destaque).

O superintendente de Estatísticas do FGV-Ibre, Aloisio Campelo Jr., informou que o ICE rompeu em julho a barreira de neutralidade dos 100 pontos com alta de confiança nos quatro principais setores pesquisados. O coordenador ponderou, no entanto, que apesar do número agregado favorável, percebe-se ainda bastante heterogeneidade nos resultados.

“No Setor de Serviços, a percepção sobre a situação atual continua fraca e a boa notícia é o retorno do otimismo em relação aos próximos meses em segmentos como Alojamento e Alimentação, dois dos que vêm sofrendo mais, durante a pandemia [de covid-19]. A confiança do Comércio ultrapassou os 100 pontos com avaliações muito favoráveis sobre o presente em segmentos como Materiais de Construção e Veículos, Motos, Partes e Peças e mais fracas nos Super e Hipermercados. A Indústria, setor com desempenho mais consistente nos últimos meses, continua enfrentando problemas no abastecimento de importantes insumos”, disse.

Houve avanço ainda nos indicadores componentes nos dois horizontes de tempo. O destaque ficou com o índice que reflete expectativas em relação ao futuro próximo. O Índice de Situação Atual Empresarial (ISA-E) cresceu 1,6 ponto, alcançando 99,7 pontos, o nível mais alto desde outubro de 2013. Já o Índice de Expectativas (IE-E) avançou 3 pontos, chegando a 103,9 pontos, o maior nível desde junho de 2013.

De acordo com o Ibre, com destaque para a melhora das expectativas de curto prazo, todos os grandes setores que integram o ICE registraram elevação no mês. Esta é também a primeira vez em que todos os setores registram índices superiores aos do período pré-pandemia, algo até então alcançado somente pela Indústria.

Disseminação

O resultado de julho mostrou ainda que a confiança empresarial subiu em 73% dos 49 segmentos integrantes do ICE. Isso significa um recuo da disseminação frente aos 82% do mês passado. Segundo o IBRE, apenas a Indústria em disseminação de alta da confiança, inferior a 50%, , entre os grandes setores.

Agência Brasil

Por que a concorrência é louvada nos esportes e condenada no mercado?

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Foto: Steven Lelham/Unsplash

Por que as pessoas adoram ver competições na arena dos esportes — seja nos campos, nas quadras, na pista de atletismo, na piscina ou na quadra de tênis —, mas temem e desprezam a competição na arena do mercado?

A analogia entre os esportes olímpicos e a concorrência inerente a um livre mercado é muito próxima, bem mais próxima do que muitas pessoas são capazes de perceber.  Não obstante, ao passo em que festejamos a competição acirrada no âmbito esportivo, fazemos de tudo para tentar bani-la do âmbito empreendedorial.

Considere que, nos últimos dias, milhões de pessoas não desgrudaram os olhos de suas televisões, seus computadores, iPhones e demais apetrechos eletrônicos, ansiosas que estavam para acompanhar as façanhas e proezas individuais de atletas de todo o mundo nos Jogos Olímpicos.  As pessoas normalmente são mais viciadas em acompanhar esportes de equipes, como futebol, basquete, vôlei, futebol americano e beisebol, mas, a cada quatro anos, somos também levados a acompanhar os dramas proporcionados pelas competições individuais.

São vários os que roem suas unhas e furam o acolchoamento do sofá torcendo nervosamente para seus atletas favoritos ou simplesmente ansiosos para ver feitos heróicos.  Será que haverá outra quebra de recordes na natação?  Haverá um novo homem mais rápido do mundo no atletismo?  O melhor do mundo no tênis conseguirá manter sua fama?  A ginástica artística trará surpresas?

No entanto, as mesmas pessoas que torcem e vibram com a dominância de um atleta na natação e no atletismo condenam e lamentam a dominância de uma empresa no livre mercado.  Por quê? 

A competição e os grandes

A competição nos esportes é cada vez mais acirrada.  Um atleta só consegue manter sua hegemonia se ele estiver se aprimorando continuamente e se esforçando crescentemente.  O mesmo raciocínio vale para o mercado.  Uma determinada empresa que opera em um arranjo de livre concorrência, seja ela grande ou pequena, só conseguirá manter sua hegemonia (no caso, sua “fatia de mercado”) caso ela constantemente melhore seus serviços ou continuamente reduza os preços que pagamos por seus serviços.  Ou faça ambos.

A principal alegação dos anticapitalistas neste quesito é a de que uma empresa se tornar muito grande e passar a dominar uma ampla fatia do mercado é algo extremamente perigoso, pois ela, por ser grande, irá praticar preços predatórios para eliminar a concorrência e, logo em seguida, com a concorrência já eliminada, ela voltará a subir os preços e, com isso, jogar os consumidores na miséria.  Não apenas isso nunca aconteceu na prática, como também a própria teoria explica que isso seria completamente insustentável, para não dizer irracional do ponto de vista empreendedorial.

Apenas imagine: você é o gerente de uma grande empresa e quer destruir a empresa concorrente reduzindo seus preços para um valor menor do que os custos de produção. Ao fazer isso, você começa a operar no vermelho. Ao operar no vermelho, por definição, você está destruindo o capital da sua empresa; você está, na melhor das hipóteses, queimando reservas que poderiam ser utilizadas para investimentos futuros.

Pois bem.  Após vários meses no vermelho, você finalmente consegue quebrar o concorrente.  Qual a situação agora?  Você de fato está sozinho no mercado, porém bastante descapitalizado, sem capacidade de fazer novos investimentos.  A sua intenção é voltar a subir os preços para tentar recuperar os lucros de antes.  Só que, ao subir os preços, você estará automaticamente convidando novos concorrentes para o mercado, que poderão vender a preços menores.  Pior ainda: estes novos concorrentes poderão perfeitamente estar mais bem capitalizados, de modo que é você quem agora estará correndo o risco de ser expulso do mercado. Seus concorrentes poderão vender a preços mais baixos e sem ter prejuízos, ao passo que você terá necessariamente de vender a preços altos apenas para recuperar seus lucros.

Ou seja, ao expulsar um concorrente do mercado, você debilitou sua empresa a tal ponto, que você inevitavelmente se tornou a próxima vítima da mesma prática que você aplicou sobre os outros.

E é exatamente por isso que tal prática não é observada no mundo real. Ela é totalmente ignara. Um empreendedor que incorrer em tal prática estará destruindo o capital de sua empresa, correndo o risco de quebrá-la completamente. Um sujeito com esta “sabedoria” não duraria um dia no livre mercado.

Por outro lado, tal prática pode sim ser muito viável em um mercado totalmente regulado e protegido pelo governo, no qual não existe liberdade de entrada para a concorrência. Mas aí, neste caso, obviamente não temos uma falha de mercado, mas sim protecionismo estatal.  Em um mercado assim, no qual o que vale é a amizade com políticos, qualquer incapaz prospera.

Adicionalmente, vale enfatizar que o sucesso é por si só algo que estimula e atrai mais concorrência. Assim como Michael Phelps ao se tornar um gigante inspirou jovens nadadores que hoje são seus concorrentes, o sucesso de empresas como Wal-Mart inspirou o surgimento da Amazon e de vários outros estabelecimento especializados em vender a preços baixos, inclusive a próxima mega loja da sua cidade ou a simples butique da esquina, as quais ainda não existem, mas passarão a existir caso o governo permita.

Em seu livro Liberalismo – Segundo a tradição clássica, Ludwig von Mises explicou o que ocorreria caso a concorrência desaparecesse. “Não haveria novos progressos no sistema de produção.” Não haveria novos aperfeiçoamentos. Sim, isso faria com que ninguém mais tivesse de se esforçar e nem se preocupar com nada, mas a que custo? Mises afirma que a produção cairia, pois não mais haveria nenhuma relação entre esforço e recompensa.

Que tal raciocínio seja válido para os esportes é algo que ninguém duvida.  Mas é igualmente válido para a economia, exatamente como Mises explicou.

Os benefícios e os obstáculos

A beleza de uma concorrência de livre mercado é que, nela, os reais vencedores são os consumidores.  Todos nós somos beneficiados pela capacidade de uma empresa conseguir fornecer bens e serviços de maneira cada vez mais eficiente e a preços reais cada vez menores.  Da mesma forma, os fãs de esportes se beneficiam ao verem desempenhos cada vez mais exímios dos atletas.  Com o esporte, ganhamos benefícios psicológicos; com o mercado, ganhamos bens e serviços cada vez melhores a preços reais cada vez menores.

De modo oposto, o maior escândalo das Olimpíadas de Londres foi a desclassificação das equipes de badminton da Coréia do Sul, da China e da Indonésia por não terem competido. Fãs e jogadores se sentiram ultrajados quando estas equipes perderam propositalmente algumas partidas na tentativa de garantir rivais mais fáceis nas fases eliminatórias. Não competir não é uma opção.

Nos esportes, assim como no mercado, a paz é preferível à guerra.  A sensação de “jogo justo” tem de estar onipresente.  Os mais ferozes e aguerridos adversários se abraçam após a competição, o vencedor e o perdedor se congratulam mutuamente pelo bom jogo.  A maneira mais garantida de se vencer nos esportes e nos negócios é por meio do treinamento e da disciplina.  Nenhum competidor quer realmente ferir e prejudicar seu oponente; todos querem ser vistos como ganhadores limpos, que venceram por seus próprios méritos. 

Já o governo, por outro lado, está constantemente quebrando regras, escolhendo favoritos e incorrendo em violência contra aqueles que não estão em sua lista de favoritos. Se no esporte o favorecimento se dá por meio de arbitragens corruptas, em um mercado sob intervenção estatal o favorecimento se dá por meio de regulamentações que privilegiam alguns poucos e punem outros vários.

Ao passo que, no esporte, o atleta que vencer por meios ilícitos é punido, em um mercado regulado o governo consegue fazer com que seus empresários e empresas favoritos não apenas se mantenham ativos, como também enriqueçam continuamente.

As regulamentações criadas pelo estado sempre foram uma ferramenta utilizada por grandes empresas para suprimir a concorrência de empresas menores e menos politicamente poderosas.

As regulamentações criam barreiras que impedem que novos concorrentes entrem no mercado e desafiem as grandes empresas já estabelecidas.  Quanto mais um empreendedor tem de lidar com regulamentações e reguladores, menos tempo ele tem para se dedicar a criar maneiras de aprimorar seus produtos, cortar seus custos e preços, e criar novos produtos.  As regulamentações estatais desestimulam o genuíno empreendimento e a genuína criação de riqueza, ao mesmo tempo em que impõem incomensuráveis custos (em tempo e dinheiro) às empresas. 

Por exemplo, todo o setor de utilidades públicas — como telefonia, energia elétrica, saneamento, TV a cabo e transportes —, fortemente regulado pelo estado, nada mais é do que um cartel monopolista formado exclusivamente por empresas escolhidas pelo governo. Os preços dos serviços são controlados pelo governo e a concorrência com novas empresas desafiantes é legalmente proibida. Um privilégio que nos esportes não seria tolerado é, em uma economia regulada, tornado plenamente aceitável pelo governo.

Já em uma sociedade genuinamente capitalista, a concorrência pode vir de absolutamente qualquer lugar. Ninguém se importa com a pobreza na qual um determinado empreendedor cresceu, qual escola ele frequentou, ou até mesmo se ele chegou a frequentar alguma escola. É o seu desempenho no mercado o que conta. No capitalismo laissez-faire, não há nenhum sistema de castas. Há apenas a preocupação em se criar valor para os consumidores. Ninguém compra um produto só por causa da árvore genealógica do vendedor. É o mercado — isto é, a livre escolha de consumo das pessoas —, e não o governo, quem decide quem será rico e quem será pobre, baseando-se exclusivamente na capacidade e na qualidade dos bens e serviços ofertados. Como e onde estes eleitos foram criados é algo que não importa.

Da mesma maneira, os juízes olímpicos não se comovem — e nem podem se comover — com o histórico dos atletas.  Pouco importa se eles cresceram em famílias pobres, se passaram por grandes dificuldades, se os pais são separados ou se algum deles está financeiramente quebrado.  Na competição esportiva, somente a habilidade, a concentração, a disciplina e o desempenho contam.

Isso é exatamente o oposto de como funcionam o governo, suas leis e suas regulamentações. Em um mercado regulado pelo estado, só vence quem tem bons contatos na burocracia, quem conhece pessoas poderosas e quem tem influência política suficiente para fazer o governo erigir barreiras à entrada de novos concorrentes. Sem um sistema de livre concorrência determinando quem é mais produtivo e quem se sobressai, os preços dos bens e serviços se tornam altos e sua qualidade, precária. Os derrotados são os consumidores.

Nas Olimpíadas, o cronômetro e a fita métrica determinam o sucesso e o fracasso.  Por exemplo, apesar de estar à época com a avançada idade de 39 anos, o búlgaro Jordan Jovtchev competiu acirradamente contra homens com a metade da sua idade nas Olimpíadas de Londres em 2012.  Ele até mesmo conseguiu a prata nas argolas.

O mesmo ocorre naqueles setores onde o mercado é relativamente livre.  Empresas velhas estão constantemente sendo desafiadas pelo surgimento de novos concorrentes.  Não há regras de senioridade no mercado.  Empresas antigas utilizam sua experiência e malícia para concorrer contra as ideias novas e exuberantes das mais jovens.

Nos esportes, sabemos que os grandes competidores são aqueles que observam meticulosamente e aprendem com os outros.  Eles emulam tudo aquilo que é bem-sucedido e evitam tudo aquilo que se comprovou falho.  E isso é para o bem de todos.  Todo mundo se beneficia porque tal postura faz com que tudo e todos se tornem mais excelentes.  Não apenas sabemos que as coisas funcionam assim, como defendemos que seja assim.  Por outro lado, no comércio, há leis estatais que proíbem pessoas de analisarem e copiarem o comportamento de outros.  Quando o Android observa e copia do iPhone, o governo diz que ele está roubando ideias.

Embora esta competição de mercado enriqueça os consumidores, os anticapitalistas e os políticos se referem a ela em termos derrogatórios, como “impiedosa, “cruel”, “lei da selva”, “cão-come-cão” e “sobrevivência do mais forte”.  Mas por que seria algo violento ou incivilizado competir pela preferência das pessoas?  Sempre que políticos atribuem tais adjetivos ao mercado é porque eles querem criar barreiras para excluir a concorrência e privilegiar seus empresários favoritos.  Afinal, a concorrência reduz as margens de lucro.  Descansar sobre seus louros não é uma opção quando se tem de competir continuamente.  E não é todo mundo que quer viver com esta constante preocupação.

Da mesma maneira, atletas que foram campeões mundiais no ano passado não podem simplesmente enviar pelo correio seus desempenhos do ano passado.  Eles têm de fazer tudo de novo, e provavelmente terão de fazer ainda melhor desta vez se quiserem vencer.  O mercado funciona da mesma maneira.  A tecnologia do ano passado já não concorre com a mesma eficiência este ano.  As pessoas podem até falar que têm nostalgia dos bons e velhos tempos, mas elas querem que seus produtos e serviços estejam constantemente atualizados.

É assim que a sociedade progride.  Em vez de pedir ao governo que coloque obstáculos à concorrência, estipulando salários e determinando preços, tarifas e afins, todos nós deveríamos encorajar e até mesmo vibrar com a concorrência amigável do mercado. 

Conclusão

Todo atleta das Olimpíadas está em melhor situação por ter treinado ao extremo, se sacrificado e ter dado o melhor de si.  Quando as empresas, por sua vez, são forçadas a concorrer, elas também irão procurar aperfeiçoar seus produtos e serviços diariamente, sempre querendo ganhar novos clientes.  É a concorrência o que faz dos consumidores os campeões finais.

O que nos leva à pergunta final: por que as pessoas adoram a concorrência nos esportes, mas têm medo dela no mundo do comércio?  A resposta é aquele problema que sempre assombrou a história da humanidade: ignorância econômica.  E apenas o estudo sério e sincero de como realmente funciona a economia pode nos fazer perceber o elo explícito entre esportes e comércio — bem como ver os erros daqueles que celebram o primeiro e demonizam o último.

Não há nenhuma “lei da selva” nas Olimpíadas. E nem em uma sociedade genuinamente livre.


Douglas French é diretor do Ludwig von Mises Institute do Canadá. Já foi o presidente do Mises Institute americano, editor sênior do Laissez Faire Club, e autor do livro Early Speculative Bubbles & Increases in the Money Supply. Doutorou-se em economia na Universidade de Las Vegas sob a orientação de Murray Rothbard e tendo Hans-Hermann Hoppe em sua banca de avaliação.

Fonte: Mises Brasil

ANP inclui 377 blocos exploratórios na Oferta Permanente

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Foto: Daniel Olah/Unsplash

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) incluiu mais 377 blocos exploratórios de petróleo e gás natural na Oferta Permanente, que passa a contar com 1.068 blocos. A inclusão foi oficializada na nova versão do edital da oferta, publicada no dia 30 de julho.

Como o nome indica, os blocos da Oferta Permanente são os que estão à disposição do mercado para estudos de forma contínua, sem a limitação de tempo imposta pelas rodadas de licitação.

O edital com os 377 novos blocos foi debatido em audiência pública em 2 de junho para receber manifestações da sociedade e do mercado. O documento também passou por avaliação jurídica da Procuradoria Federal junto à ANP e aprovação da diretoria colegiada da agência reguladora. 

Onde ficam

Os novos blocos incluídos na Oferta Permanente estão nas bacias do Amazonas, Ceará, Espírito Santo, Foz do Amazonas, Paraná, Parecis, Pelotas, Pernambuco-Paraíba, Potiguar, Recôncavo, Santos e Tucano. O grupo abrange blocos em terra, água rasa, profunda e ultraprofunda.

Entre os 377 blocos que ficam à disposição para estudos de empresas petrolíferas a partir de hoje, 160 são marítimos na Bacia de Santos, tanto em águas rasas quanto em profundas e ultraprofundas.

Agência Brasil

Brasil gera 309 mil empregos formais em junho

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Foto: James Kovin/Unsplash

O Brasil gerou 309.114 postos de trabalho em junho deste ano, resultado de 1.601.001 admissões e de 1.291.887 desligamentos de empregos com carteira assinada. No acumulado de 2021, o saldo positivo é de 1.536.717 novos trabalhadores no mercado formal. Os dados são do Ministério da Economia, que divulgou hoje (29) as Estatísticas Mensais do Emprego Formal, o Novo Caged.

O estoque de empregos formais no país, que é a quantidade total de vínculos celetistas ativos, chegou a 40.899.685, em junho, o que representa uma variação de 0,76% em relação ao mês anterior.

De acordo com o ministro da Economia, Paulo Guedes, é a primeira vez desde a crise de 2015 que o país ultrapassa o patamar de mais de 40 milhões de postos formais de trabalho. Ele acredita que a retomada da economia brasileira e o retorno seguro ao trabalho continuarão em ritmo acelerado com o avanço da vacinação da população contra covid-19, em especial nos setores de serviços e comércio, os mais afetados pelas medidas de enfrentamento à crise sanitária.

A próxima divulgação do Caged já deve acontecer sob o comando do ministro Onyx Lorenzoni, que vai assumir o Ministério do Trabalho e Previdência, que está sendo recriado. Guedes destacou que a equipe da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, que hoje está na Economia, seguirá o trabalho na nova pasta.

Segundo ele, o foco será a geração de oportunidades de trabalho aos jovens e formalização de cerca de 38 milhões de trabalhadores informais que hoje recebem o auxílio emergencial do governo. Em breve, ainda de acordo com Guedes, serão lançados novos programas, como o serviço social voluntário e os bônus de inclusão produtiva (BIP) e de incentivo à qualificação profissional (BIQ).

“Tememos muito o efeito cicatriz, que é a mutilação de uma geração em função de uma pandemia dessa, já no setor educacional, já temos esse receio no setor educacional. E queremos, então, acelerar a absorção desses jovens, seja com treinamento de qualificação profissional, seja com serviço social voluntário para que eles se preparem para o mercado formal de trabalho”, disse o ministro, durante coletiva virtual para divulgar os dados do Caged.

A expectativa é que o BIP e o BIQ gerem cerca de 2 milhões de empregos para jovens de 16 a 22 anos. As vagas deverão ser de meia jornada de trabalho, com bônus de meio salário mínino. Parte do bônus, o BIP, será pago inicialmente com dinheiro público e depois com recursos do Sistema S, e a outra parte, o BIQ, pago pelo empregador.

Dados do emprego

No mês passado, os dados apresentaram saldo positivo no nível de emprego nos cinco grupamentos de atividades econômicas: serviços, com a criação de 125.713 postos, distribuídos principalmente nas atividades de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas; comércio, que criou 72.877 novos empregos; indústria geral, saldo positivo de 50.145 postos, concentrados na indústria de transformação; agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura, mais 38.005 postos de trabalho gerados; e construção, que registrou 22.460 novos trabalhadores.

Todas as regiões do país tiveram saldo positivo na geração de emprego, sendo que houve aumento de trabalho formal nas 27 unidades da Federação. Em termos relativos, dos estados com maior variação em relação ao estoque do mês anterior, os destaques são para o Piauí, com a abertura de 4.597 postos, aumento de 1,5%; Alagoas que criou 4.651 novas vagas (1,36%); e Maranhão, com saldo positivo de 6.745 postos (1,31%).

Os estados com menor variação relativa de empregos em junho, em relação a maio, são Rio Grande do Sul, que teve criação de 11.446 postos, aumento de 0,44%; Bahia, com saldo positivo de 7.604, alta de 0,43%; e Sergipe, que encerrou o mês passado com mais 1.107 postos de trabalho formal, crescimento de apenas 0,41%.

Em todo o país, o salário médio de admissão em junho de 2021 foi de R$ 1.806,29. Comparado ao mês anterior, houve redução real de R$ 1,59 no salário médio de admissão, uma variação negativa de 0,09%.

As estatísticas completas do Novo Caged estão disponíveis na página do Ministério da Economia. Os dados também podem ser consultados no Painel de Informações do Novo Caged.

Agência Brasil

Petrobras assina contrato para venda da Gaspetro

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Foto: Andre Moura/Pexels

A Petrobras assinou o contrato para a venda da totalidade de sua participação (51%) na Petrobras Gás S.A. (Gaspetro). O valor da venda é de R$ 2,03 bilhões, assinado com a empresa Compass Gás e Energia S.A., deve ser pago no fechamento do acordo e está sujeito aos ajustes previstos no contrato.

O fechamento da transação está sujeito a aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A Petrobras informou, em nota, que até o fechamento da transação, observará as disposições constantes dos acordos de acionistas da Gaspetro e das distribuidoras de gás natural, inclusive quanto aos direitos de preferência. 

A Gaspetro é uma holding com participação societária em 19 companhias distribuidoras de gás natural, localizadas em todas as regiões do Brasil. Suas redes de distribuição somam aproximadamente 10 mil quilômetros, atendendo a mais de 500 mil clientes, com volume distribuído de cerca de 29 milhões metros cúbicos por dia.

A Compass, que adquiriu a Gaspetro, pertence ao Grupo Cosan, e foi criada em 2020 para atuar no segmento de gás e energia. Atualmente é controladora da Comgás, maior distribuidora de gás do país com mais de 19 mil quilômetros de rede instalada e 2,1 milhões de clientes e com presença em 94 municípios do estado de São Paulo.

AB

Confiança da indústria atinge maior patamar desde janeiro

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Foto: Just a Couple Photos/Pexels

O Índice de Confiança da Indústria (ICI), calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), cresceu 0,8 ponto de junho para julho deste ano e atingiu 108,4 pontos, em uma escala de zero a 200. Essa foi a terceira alta consecutiva do indicador, que atingiu o maior valor desde janeiro deste ano (111,3 pontos).

A alta foi puxada principalmente pelo Índice de Expectativas, que mede a confiança do empresariado da indústria brasileira em relação ao futuro e que subiu 0,9 ponto. Com essa, que foi a terceira alta consecutiva, o indicador chegou a 104,9 pontos.

O Índice da Situação Atual, que apura a percepção do empresariado sobre o presente, subiu 0,5 ponto e chegou a 111,8 pontos.

Faltam insumos

Apesar da alta do ICI, houve uma desaceleração em relação ao crescimento de junho (3,4 pontos). “As empresas ainda enfrentam um cenário de escassez de insumos, possibilidade de racionamento energético e alta incerteza econômica, fatores que tendem a limitar uma alta mais expressiva da confiança nos próximos meses”, disse a economista da FGV, Claudia Perdigão.

O Nível de Utilização da Capacidade Instalada subiu 0,7 ponto percentual, indo para 80,1%, maior valor desde novembro de 2014 (80,3%).

Agência Brasil

FMI melhora previsão de crescimento do Brasil, para 5,3% em 2021

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Foto: Amina Filkins/Pexels

O Fundo Monetário Internacional (FMI) melhorou a perspectiva de crescimento do Brasil neste ano, citando a melhora nos termos das trocas comerciais do país, mas ao mesmo tempo reduziu a alta estimada para 2022.

O relatório Perspectiva Econômica Global do FMI, divulgado nesta terça-feira (27), mostrou que o fundo estima um crescimento do Produto Interno Bruto brasileiro de 5,3% em 2021, 1,6 ponto percentual a mais do que era previsto em abril.

Entretanto, para 2022 a projeção de crescimento foi reduzida em 0,7 ponto, para 1,9%.

A melhora do cenário do país para este ano ajudou a elevar a perspectiva de crescimento econômico da América Latina e Caribe para 5,8% em 2021, 1,2 ponto a mais do que em abril. A previsão para a região no ano que vem, por sua vez, melhorou em apenas 0,1 ponto, e ficou em 3,2%.

“A melhora da projeção para a América Latina e Caribe resulta principalmente de revisões para cima no Brasil e México, refletindo resultados melhores do que o esperado no primeiro trimestre”, disse o FMI no relatório.

Além disso, o Fundo citou repercussões positivas para o México da melhora do cenário para os Estados Unidos e termos comerciais em alta expressiva no Brasil, que tem sido favorecido pela alta dos preços das commodities.

Já a perspectiva para o grupo de Mercados Emergentes e em Desenvolvimento, do qual o Brasil faz parte, passou para 6,3% em 2021 e 5,2% em 2022, ante 6,7% e 5,%, respectivamente, previsto em abril.

A projeção do FMI para a expansão do PIB brasileiro este ano ficou em linha com a do Ministério da Economia feita em meados deste mês. Mas para 2022 a expectativa do ministério é melhor, para 2,51%.

Já a estimativa de crescimento do PIB na pesquisa Focus realizada semanalmente pelo Banco Central junto a uma centena de analistas de mercado está em 5,29% para 2021 e 2,1% para 2022.

O FMI chamou a atenção para a possibilidade de piora da pandemia e de condições financeiras externas mais apertadas, o que seria um revés grave para a recuperação dos mercados emergentes e em desenvolvimento, levando o crescimento global para abaixo do cenário básico previsto no relatório.

O relatório destacou ainda a inflação elevada esperada para esse grupo de países, relacionada em parte à alta de preços dos alimentos.

“A comunicação clara de bancos centrais sobre o cenário para a política monetária será importante para moldar as expectativas de inflação e proteger contra aperto prematuro das condições financeiras”, disse o FMI.

“Existe, entretanto, o risco de que as pressões transitórias possam se tornar mais persistentes e que os bancos centrais possam precisar adotar ações preventivas”, completou.

Agência Brasil

Portal de publicações científicas da Embrapa é mais acessado pelos EUA

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Foto: Mike Kenneally/Unsplash

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) possui o quarto maior arquivo com informações científicas do país, com cerca de 104 mil itens de acesso aberto e gratuito. Chamado de Alice – abreviação para Acesso Livre à Informação Científica da Embrapa – esse portal de publicações registra 24,7 milhões de downloads desde 2011, ano em que foi criado.

A maior parte desses downloads (42%, o que corresponde a 10,3 milhões de arquivos baixados) é feita a partir dos Estados Unidos. Em segundo lugar, com 7,5 milhões de downloads (30,5% do total) está o Brasil. Segundo a Embrapa, há também números consideráveis de downloads desses arquivos a partir de usuários da Alemanha, China, Rússia e França, além do Reino Unido.

O interesse por essas publicações, cujo acesso é livre, é basicamente constituído por acadêmicos e cientistas. O acesso ao material pode ser feito por meio de um site disponibilizado na página da empresa.

“Os repositórios seguem um conceito de disponibilizar metadados [marcos ou pontos de referência] por protocolos padronizados, e esses metadados são replicados em vários sites”, disse o pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária Marcos Cezar Visoli. Perguntado sobre o motivo de o ranking de downloads ser liderado pelos Estados Unidos, o pesquisador afirmou acredita que isso se deve, provavelmente, ao fato de haver “uma maior divulgação dos metadados do Alice em sites de origem norte-americana”.

Portal de publicações

Além desse repositório voltado ao campo teórico, a Embrapa possui também um portal de publicações mais focadas no campo prático, útil a produtores rurais: o Informação Tecnológica em Agricultura (Infoteca-e), onde estão disponibilizadas publicações de conteúdo técnico produzidas pelos centros de pesquisa da instituição, como Séries Embrapa, cartilhas, livros, e os programas de rádio e de televisão Prosa Rural e Dia de Campo na TV. 

De acordo com a empresa, a linguagem utilizada no Infoteca-e é “adaptada a diversos públicos, como produtores rurais, extensionistas, técnicos agrícolas, estudantes e professores de escolas rurais”, de forma a contribuir para disseminar tecnologias e resultados gerados pela pesquisa agropecuária.”

Nele já foram feitos 35 milhões de downloads desde 2011, sendo 41,7% a partir do Brasil, e 39,5% dos Estados Unidos. “Apenas em 2020, foram baixadas quase 6,5 milhões de publicações e até a metade de 2021 já foram registrados 3 milhões de downloads e 2,5 milhões de consultas aos conteúdos digitais do repositório”, explicou a Embrapa.

Há, ao todo, nas bibliotecas da Embrapa, mais de 165 mil itens digitais. Boa parte deles, produções técnico-científicas acumuladas ao longo de vários anos. Na avaliação do supervisor de Gestão da Informação da Secretaria-Geral da instituição, Fábio Cordeiro, os arquivos são uma “forma democrática de dar acesso à população brasileira e mundial”.

Segundo a Embrapa, a adoção de protocolos internacionais padronizados nos repositórios torna possível que esse material produzido integre também outras bases de dados internacionais, como é o caso da Agris, da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), e da Agrosavia, da Colômbia.

Agência Brasil

Indústria da construção civil deve crescer 4% este ano

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Foto: Scott Blake/Unsplash

Mesmo com a pandemia de covid-19 e desafios impostos por escassez e aumento nos custos do aço, a expectativa da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) para o crescimento do setor em 2021 subiu de 2,5% para 4%.

A projeção é do estudo Desempenho Econômico da Indústria da Construção do 2º Trimestre de 2021, realizado pela CBIC.

O setor da construção começou 2021 com expectativa de crescer 4% no ano. Com os desafios decorrentes da pandemia e a continuidade dos aumentos nos custos dos materiais, a previsão foi reduzida para 2,5%, em março. E agora voltou para 4%, o maior crescimento desde 2013.

O presidente da CBIC, José Carlos Martins, disse que a estratégia do setor para enfrentar a falta ou o custo de matéria-prima para os empresários da construção será “um choque de oferta por meio da importação de produtos”.

Ele acrescentou que a demanda consistente por imóvel, as baixas taxas de juros e o incremento do crédito imobiliário vão continuar ao final de 2021 e em 2022. Para Martins, com os juros baixos, a prestação pode até ser inferior a um aluguel.

“Um ponto em relação à pandemia é que as pessoas ficaram atualmente mais em casa e perceberam a importância da residência e de ficar junto dos familiares. Isso gerou uma demanda enorme por novas moradias, inclusive moradias adequadas para o novo momento que estamos vivendo”, disse Martins.

Agência Brasil

Exportações do agronegócio sobem 20,9% no 1º semestre

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Foto: Jules Bss/Unsplash

A alta no preço das commodities (bens primários com cotação internacional) fez as exportações do agronegócio aumentar 20,9% no primeiro semestre de 2021 em relação ao ano passado, divulgou o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Em valores, as vendas subiram de US$ 50,9 bilhões para US$ 61,5 bilhões.

O principal destaque foi a soja, cujo valor exportado aumentou 25,3% nos seis primeiros meses do ano. O crescimento foi motivado pelo preço, que aumentou 27%. O volume exportado caiu 2,2% de janeiro a junho.

Outro produto que impulsionou as exportações do agronegócio foi a carne (bovina, suína e de frango). O valor exportado aumentou 25,3% no primeiro semestre, com a quantidade subindo 17,3%.

Com 39% do valor exportado, a China continua o principal destino das vendas do agronegócio brasileiro. Em seguida, vêm União Europeia (14,5%) e Estados Unidos (6,4%). Em relação ao primeiro semestre de 2020, os três mercados aumentaram as compras do agronegócio, com alta de 20,1% para a China, 16,5% para a União Europeia e 30,2% para os Estados Unidos.

Segundo o Ipea, a alta do preço das commodities agrícolas observada desde o segundo semestre do ano passado aumentou a atratividade para os exportadores. No entanto, os preços internacionais ainda estão abaixo das máximas históricas registradas no início da década de 2010.

De acordo com o órgão, o crescimento da demanda da China representa um dos principais fatores para a alta recente do preço das commodities. Apesar das compras pelo país asiático, os estoques domésticos de soja e de milho estão em queda. No caso da soja, nem a produção, nem os estoques internos atendem à demanda dos consumidores chineses.

A alta dos preços internacionais tem pressionado a inflação dos alimentos em todo o planeta. No Brasil, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) alcançou 0,72% em julho, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O indicador está no maior nível para o mês desde 2004. Os preços do grupo alimentação e bebidas subiram 0,49%.

Agência Brasil