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Avião elétrico: parceria WEG/Embraer põe Brasil na corrida tecnológica do século XXI

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Foto: Cláudio Capucho/Embraer
“O Brasil está desenvolvendo uma tecnologia disruptiva”, diz o professor da Unicamp Marcos Barbieri. “Não existem motores elétricos na aviação. Isto está em desenvolvimento”, completou o engenheiro Wagner Farias, professor do ITA

Duas empresas de alta tecnologia anunciaram recentemente um acordo de cooperação científica e tecnológica para desenvolvimento conjunto de novas tecnologias e soluções para viabilizar propulsão elétrica em aeronaves. A notícia, que envolve a fabricação de aeronaves movidas à eletricidade, pode ter levado algumas pessoas a pensarem se tratar de multinacionais, talvez americanas, asiáticas ou, quem sabe, europeias.

Nada disso. As duas empresas citadas são brasileiras, de grande porte e de alta tecnologia. A Weg, de Santa Catarina, e a Embraer, de São José dos Campos. Elas anunciaram em maio de 2019 o início da parceria e, muito rapidamente, já apresentaram os frutos dessa cooperação tecnológica. A Embraer divulgou, às vésperas do seu aniversário de 50 anos, em 2019, imagens do avião demonstrador de tecnologia de propulsão 100% elétrica.

Primeiro voo totalmente elétrico foi realizado em agosto de 2021

O protótipo, que usa um modelo EMB-203 Ipanema como plataforma de testes, já está em desenvolvimento e realizou seu primeiro voo em agosto de 2021.

Assista ao primeiro voo do avião elétrico da Embraer/WEG

O motor e inversor da aeronave estão sendo fabricados pela WEG, na sede da empresa em Jaraguá do Sul, em Santa Catarina, como parte do acordo de cooperação científica e tecnológica para desenvolvimento em conjunto de tecnologias de eletrificação. “Nossa tecnologia de powertrain, desenvolvida ao longo de anos para aplicações em trens, ônibus, caminhões e barcos, testada e em constante evolução, nos habilitou para este grandioso projeto de cooperação científica e tecnológica”, disse Manfred Peter, Diretor Superintendente da WEG Automação.

A parceria entre as duas empresas, segundo seus diretores, vai permitir investigar a aplicabilidade de baterias de alta tensão para o sistema de propulsão elétrico de um avião de pequeno porte, além de avaliar suas principais características de operação, como peso, eficiência e qualidade de energia, controle e gerenciamento térmico, ciclagem de carregamento, descarregamento e segurança de operação.

Mobilidade Elétrica é um caminho sem volta

Assista ao primeiro giro do motor WEG, ainda em dezembro de 2019:

Segundo o diretor superintendente da unidade de automação da WEG, Manfred Peter Johann, será instalado no local do motor a combustão um sistema de motor elétrico e inversor de potência da WEG. Ele explicou que a bateria do sistema será um desafio para a Embraer. “A mobilidade elétrica é um caminho sem volta no mundo e queremos verificar se essas tecnologias podem ser aplicadas na aviação”, afirmou o executivo. O sucesso do empreendimento coloca a WEG, a Embraer e o Brasil na fronteira tecnológica mundial.

O professor da Unicamp Marcos Barbieri, especialista em indústria aeroespacial, destacou ao HP a importância destas novas tecnologias. “Tecnologias de eletrificação da propulsão em substituição aos tradicionais motores e turbinas de combustão interna estão entre as principais tecnologias disruptivas que estão revolucionando a estrutura produtiva mundial, com grandes impactos sobre a matriz energética e a própria mobilidade urbana”, apontou o especialista.

“Tecnologias de eletrificação da propulsão em substituição aos tradicionais motores e turbinas de combustão interna estão entre as principais tecnologias disruptivas que estão revolucionando a estrutura produtiva mundial, com grandes impactos sobre a matriz energética e a própria mobilidade urbana”, apontou Marcos Barbieri

Ele lembrou que recentemente o governo dos EUA publicou um documento com as primeiras diretrizes de uma nova política industrial visando recuperar e fortalecer sua hegemonia frente à crescente participação chinesa.

“Neste documento”, relata o professor, “são selecionadas quatro tecnologias consideradas prioritárias: fármacos, semicondutores, terras raras (basicamente para a produção de imãs de alta capacidade para motores elétricos) e baterias”. “Desta maneira”, afirma Barbieri, “observa-se que destas quaro tecnologias, duas estão diretamente relacionadas à eletrificação”.

As baterias são o grande desafio

Em relação o desenvolvimento das novas baterias, a Embraer firmou também um acordo com a EDP, uma empresa portuguesa do setor elétrico. Neste caso, o escopo da parceria é a pesquisa em torno do armazenamento de energia de alta tensão, ou seja, a pesquisa para o desenvolvimento de baterias mais potentes, complementando os estudos que já estão em andamento na Embraer. O desenvolvimento de baterias leves, potentes e duráveis é hoje o grande desafio de todos os segmentos que investem em propulsão elétrica, particularmente o setor aeronáutico.

De acordo com a fabricante de aviões, essa parceria é uma continuação do projeto de eletrificação aeronáutica iniciado em maio de 2019, quando a Embraer iniciou a cooperação com a Weg, que se responsabilizou pela fabricação do motor. “Ao celebrar este acordo de desenvolvimento tecnológico com a WEG, reunimos mais de 100 anos de inovação de duas empresas de referência em geração de conhecimento, fortalecimento da cadeia produtiva e competitividade brasileira no mercado global”, disse Daniel Moczydlower, Vice-Presidente Executivo de Engenharia e Tecnologia da Embraer.

Pesquisa de novas tecnologias pela Embraer e WEG (reprodução)

“Os avanços das pesquisas científicas podem tornar a energia limpa e renovável um importante viabilizador de uma nova era da mobilidade aérea urbana e regional que seja mais acessível à população”, argumentou o executivo.

O estudo conjunto de propulsão elétrica em aeronaves conduzido pelas duas empresas se desenvolve também no projeto do eVTOL (Veículo Elétrico com Decolagem Vertical), o chamado “carro voador”, cujo protótipo já voou em agosto deste ano, em Gavião Peixoto (SP), interior de São Paulo. Atualmente, conta-se nos dedos de uma das mãos o número de empresas e países que estão na corrida tecnológica do chamado “carro voador”, e a Embraer é uma delas.

A empresa brasileira de aviação, que é a terceira maior fabricante mundial de jatos executivos e aviões comerciais, já é a segunda no ranking de encomendas feitas das novas aeronaves elétricas de decolagem vertical em todo o mundo. Já foram feitos 635 pedidos do eVTOL desenvolvidos pela empresa de São José dos Campos. O Brasil fica atrás apenas da britânica Vertical Aerospace, que conta com 1.350 unidades encomendadas.

O mestre em Ciência Política pela Universidade Federal Fluminense (UFF) Felipe Quintas afirmou, ao comentar à nossa reportagem, o projeto do eVTOL e do avião elétrico da Embraer com a WEG, que esta união e os seus resultados mostram que “estão errados os que acham que o Brasil não tem capacidade para se desenvolver autonomamente, com suas próprias pernas”. “A realidade é um tapa na cara dos entreguistas que diziam que a Embraer estava quebrada e que só restava a ela ser engolida pela Boeing”, apontou o professor da UFF.

“A realidade é um tapa na cara dos entreguistas que diziam que a Embraer estava quebrada e que só restava a ela ser engolida pela Boeing”, apontou o professor Felipe Quintas, da UFF

Wagner Farias da Rocha, professor do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), especialista em projeto, certificação e transferência de tecnologia aeronáutica, ouvido também pelo HP, lembrou que “esta é uma união entre uma empresa do setor da indústria aeronáutica, a Embraer, com grande experiência, que está no mercado há 50 anos desenvolvendo aviões, com uma empresa, a WEG, que é uma grande indústria de motores elétricos”.

eVTOL da Embraer (divulgação)

Propulsão híbrido-elétrica

“As duas empresas estão entrando numa área que está em desenvolvimento no mundo, que é a propulsão híbrido elétrica aeronáutica”, destacou. “Não existem motores elétricos na aviação. Isto está em desenvolvimento”, prosseguiu o engenheiro, acrescentando que a WEG é uma empresa de motores de engenharia avançada, de engenharia geral, nos setores automotivos, etc, mas que agora terá o desafio de adaptar-se para a indústria aeronáutica”.

“Essa adaptação, explicou o especialista, “não vai ser feita só com a tecnologia da WEG. Ela vai ter uma indústria aeronáutica dizendo a ela que para uso aeronáutico é preciso que esse motor tenha certas características como, por exemplo, operar em temperaturas negativas de 70°C, e que depois possa ficar no sol, a 70°C positivo, que tenha uma confiabilidade de uma falha a cada um milhão de horas de voo, que tenha uma manutenção fácil, etc, etc”.

“Essa adaptação, explicou o professor do ITA, “não vai ser feita só com a tecnologia da WEG. Ela vai ter uma indústria aeronáutica dizendo a ela que para uso aeronáutico é preciso que esse motor tenha certas características”

Wagner Rocha acrescentou que não há ainda no mundo regulamentação de motores aeronáuticos elétricos. “Primeiro houve a regulamentação para motores a pistão, depois para turbinas. A Embraer já homologou muitos aviões, ela tem uma boa interlocução com os órgãos de regulamentação e certificação”, apontou.

O engenheiro explicou que os critérios usados para a certificação de um novo motor como este são padronizados em todo o mundo e são muito exigentes. “As padronizações são literalmente escritas com sangue, porque a cada acidente aeronáutico, são acrescentadas mais e novas exigências”, explicou o especialista.

Aeronave da Embraer totalmente elétrica (divulgação)

“Não é qualquer empresa que monta um avião com motor elétrico e está pronto. É necessária a certificação que é um grande desafio. Existem as agências e os parâmetros para a certificação são uniformes em todo o mundo. Esta união entre a WEG e a Embraer poderá facilitar este processo porque a empresa aeronáutica brasileira, com a sua experiência de certificação, tem como passar para a indústria elétrica as exigências que têm que ser cumpridas para que o motor possa obter a certificação”, afirmou.

O aspecto híbrido, segundo Wagner Rocha, ainda é necessário por conta da capacidade limitada das baterias. “O híbrido é uma grande sacada”, diz ele, “porque você tem motores a turbina e motores elétricos e vai jogando com os dois”. “Não é ainda o ideal”, argumenta, mas, segundo ele, resolve alguns problemas do dia a dia, porque você vai voar na verdade com o motor elétrico que é muito mais econômico.

“Mesmo usando as turbinas em algumas situações, como pouso e decolagem, o consumo de combustível cairia em 90%. Se você, por exemplo, faz uma rota diferente, em vez de Congonhas a Santos Dumont, faz Congonhas a Macaé, o voo pode ser elétrico até o Rio e depois ele usaria o querosene. Seu consumo será muito menor do que o voo com motores convencionais. Aí, no futuro, quando as baterias puderem armazenar bastante energia, o motor elétrico poderá reinar sozinho”, afirmou o engenheiro.

O economista Aurélio Valporto, presidente da Abradin (Associação Brasileira de Investidores), uma das personalidades que, junto com o engenheiro do ITA Wagner Rocha, o economista e professor da Unicamp Marcos Barbieri e outros, se destacou na luta pela preservação da Embraer, quando o governo quis entregá-la para a Boeing, também comentou a parceria da empresa aeronáutica com a WEG.

“Essa parceria é excelente para o Brasil”, disse ele. “Além do avião elétrico, a indústria nacional não deveria perder também o momento dos automóveis elétricos”, observou o estudioso, acrescentando que, “infelizmente a falta de uma política industrial está fazendo o Brasil perder essa oportunidade”. “O governo deveria implementar incentivos fiscais para o produto tecnológico nacional, sendo considerado nacional apenas aquele projetado e desenvolvido no país, especialmente carros e seus componentes”, argumentou ele, lembrando que tanto carros como aviões deste tipo têm um efeito multiplicador na economia do país.

Parceria WEG/Embraer é exemplo de sucesso

O fato é que uma parceria como esta, revelando a capacidade ímpar dos engenheiros, técnicos e administradores dessas duas empresas brasileiras deve fazer corar os discípulos atuais, a maioria deles no governo Bolsonaro, de Eugênio Gudin e sua tese das “vantagens comparativas”. O velho entreguista fez carreira defendendo os interesses de multinacionais estrangeiras e bancos e afirmava categoricamente que o Brasil não deveria se industrializar porque não havia massa crítica para tal dentro do país. Ele defendia que Brasil se mantivesse como um país agrário exportador.

São as mesmas pessoas que hoje apregoam que o Brasil não deve resistir à desindustrialização, defendem a privatização de todas as empresas públicas e afirmam que o país deve se contentar em seguir sua “vocação agrícola”. Ou seja, defendem que o país volte a ser um exportador de produtos primários e importador de produtos industriais. Essa é a tese que Jair Bolsonaro e o governo atual vivem repetindo, ao dizerem que o Brasil deve se contentar com a função de “alimentar o mundo”, situação que a grande imprensa celebra com o termo “Agro é Pop”.

Os avanços na industrialização proporcionados pela política desenvolvimentista de Getúlio Vargas tiveram continuidade e derrotaram essa visão retrógrada e colonizada, sustentada por Eugênio Gudin. O resultado é que, de 1930 a 1980, o Brasil foi o país que mais cresceu em todo o mundo capitalista. Infelizmente, a partir do pesadelo neoliberal da década de 1980, esse ciclo foi interrompido. Desde então, o país não cresce mais. Em termos per capita, estamos estagnados. Agora, o ‘agrarismo’ renasce forte com Guedes e Bolsonaro.

No passado foi decisiva a participação do empresário Roberto Simonsen, presidente da CNI e da FIESP, para a derrota das ideias retrogradas que queriam manter o Brasil como uma grande fazenda, de preferência com escravos. Ele deu sustentação, ao nível das ideias, ao ideário getulista, nos debates públicos e acirrados com Eugênio Gudin, na década de 40.

O Brasil venceu o atraso e se industrializou

Em agosto de 1944, ainda sob os estrondos da Segunda Guerra, Simonsen apresentou um documento intitulado “A planificação da economia brasileira”. Nele, o industrial aposta no progresso através da industrialização do país. As vozes do atraso diziam que não havia capacidade e nem capital para se empreender a industrialização. A questão principal em disputa era a conveniência da intervenção do Estado para estabelecer um novo padrão de crescimento. Simonsen defendia a presença do Estado como instrumento para a promoção do crescimento industrial e Gudin era partidário do Estado mínimo.

Eram tempos duros. O mundo enfrentava graves turbulências, como a crise de 1929 e duas guerras mundiais (1914-1918 e 1939-1945). O impacto foi tão avassalador que redefiniu, no plano internacional, as relações políticas e econômicas entre as nações. Novos organismos multilaterais foram criados, como a Organização das Nações Unidas (ONU), o FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco Mundial. A conjuntura planetária era pautada por um quadro geopolítico de supremacia dos Estados Unidos. No interior de cada país, alteraram-se também as relações entre Estado, sociedade e economia.

Contra o “agrarismo” de Gudin, Simonsen apresentou seu plano: “A planificação do fortalecimento econômico nacional deve, assim, abranger, por igual, o trato dos problemas industriais, agrícolas e comerciais, como o dos sociais e econômicos, de ordem geral”, disse ele. “A nossa atual estrutura econômica não conseguirá proporcionar ao povo em geral os elementos fundamentais do novo direito econômico”, argumentou Simonsen, em defesa da industrialização planejada do país, em contraposição à visão de que cabia ao mercado – leia-se monopólios estrangeiros – a decisão sobre os rumos do pais. Este defendia que os produtos industriais tinham que ser importados.

Como vimos, as ideias de Gudin felizmente foram superadas e o país seguiu o rumo da industrialização. Mas, nesses tempos atuais de retrocessos, em que os governantes aceleram a destruição do parque industrial brasileiro, um anúncio como este, da parceria tecnológica exitosa entre a Weg e a Embraer para o desenvolvimento e produção de aeronaves elétricas, colocando o país na corrida tecnológica, numa área considerada disruptiva como esta, nos parece, como disse o professor Felipe Quintas, um tapa na cara dos entreguistas.

WEG é hoje uma das maiores empresas do mundo

A WEG é o retrato do sucesso da industrialização do país. É uma empresa que nasceu da ideia de três pioneiros do sul do país, Werner, Eggon e Geraldo, como relata o site oficial da empresa. Werner Ricardo Voigt nasceu no dia 8 de setembro de 1930. Adolescente, foi morar em Joinville, onde estudava no SENAI e trabalhava na oficina de Werner Strohmeyer. Aos 18 anos foi convocado para servir ao Exército, em Curitiba/PR. Após o serviço militar, foi um dos dois soldados selecionados para frequentar a Escola Técnica Federal, onde se especializou em radiotelegrafia e eletrônica.

WEG tem hoje 33 mil funcionários e 3.600 engenheiros (divulgação)

Eggon João da Silva nasceu em 17 de outubro de 1929 onde hoje se localiza o município de Schroeder/SC. Eggon começou a trabalhar cedo, aos 13 anos, como “faz tudo” em um cartório em Jaraguá do Sul/SC. Nascido em 1929, o menino logo adquiriu experiência em assuntos administrativos. Em 1957, depois de 14 anos no principal banco do Estado, tornou-se sócio da João Wiest & Cia. Ltda., uma firma especializada na produção de canos de escape para veículos, então com oito funcionários.

Quatro anos depois, Eggon deixou a empresa, que contava com 150 funcionários, para enfrentar o maior desafio de sua carreira. Em setembro de 1961, juntamente com Werner e Geraldo, fundou a WEG. Até 1989, Eggon foi presidente da companhia e participou diretamente dos destinos da empresa, levando-a a figurar entre as maiores do setor, com participação destacada no mercado nacional e internacional.

Apenas seis anos após fundação, Embraer já exportava aeronaves

A Embraer, por sua vez, nasceu em 1969 como uma empresa estatal, originada a partir do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) e tendo forte ligação com a Força Aérea Brasileira, um de seus principais parceiros. O ITA foi uma iniciativa do brigadeiro Casimiro Montenegro Filho, que além do grande estímulo à pesquisa e à formação de mão de obra altamente especializada no país, foi pioneiro do Correio Aéreo Nacional (CAN).

A empresa foi uma iniciativa do governo brasileiro dentro de um projeto estratégico para implementar a indústria aeronáutica no país, em um contexto de políticas de substituição de importações. Fundada em 1969, a Embraer teve como seu primeiro presidente o engenheiro Ozires Silva, criador da aeronave pioneira da empresa, o Bandeirantes. Apenas seis anos depois, ela já estava exportando suas aeronaves. Ao longo de sua história a Embraer buscou o domínio das tecnologias-chaves da indústria aeronáutica, desenvolvendo aeronaves cada vez maiores e mais sofisticadas.

Jatos executivos da Embraer conquistaram o mundo

Hoje a Embraer é a terceira maior fabricante de aviões comerciais do mundo, atrás apenas da Airbus e da Boeing. Uma empresa aeroespacial global que projeta, desenvolve, fabrica e comercializa aeronaves, além de fornecer serviços e suporte a seeus clientes. A Embraer completa 50 anos de atuação nos segmentos de aviação comercial, executiva e agrícola, além de forte participação no segmento Defesa & Segurança, não apenas com aeronaves militares, mas também com o desenvolvimento de sistemas de comandos, controle e inteligência, radares e, mais recentemente, satélites.

8 mil aeronaves vendidas em todo o mundo

Desde que foi fundada, em 1969, a Embraer já entregou mais de 8 mil aeronaves. Ainda quando era uma empresa pública, a fabricante brasileira projetou a primeira família de jatos comerciais da Embraer, o ERJ 154 para até 50 passageiros, introduzido no mercado em 1997, começando com o ERJ 145 para até 50 ocupantes. Hoje a empresa é líder mundial na fabricação de jatos comerciais de até 150 assentos e a principal exportadora de bens de alto valor agregado do Brasil.

São 19 mil o número de funcionários da empresa aeronáutica, sendo 4 mil engenheiros. Em média, a cada 10 segundos uma aeronave fabricada pela Embraer decola de algum lugar do mundo, transportando anualmente mais de 145 milhões de passageiros. A empresa mantém unidades industriais, escritórios, centros de serviço e de distribuição de peças, entre outras atividades, nas Américas, África, Ásia e Europa.

A Embraer aposta no modelo de inovação aberta e mantém colaboração com dezenas de universidades e centros de pesquisa no Brasil e no exterior. Entre os destaques estão as parcerias de longo prazo com instituições como FINEP, FAPESC, FAPESP, FAPEMIG e Embrapii, que são fundamentais para diminuir a distância entre a comunidade científica e as necessidades da indústria.

A empresa destaca que ao estabelecer parcerias estratégicas por meio de mecanismos mais ágeis de cooperação, a Embraer estimula redes de conhecimento que permitem um significativo aumento de competitividade do país e a construção de um futuro sustentável. A experiência da atuação conjunta de grandes fabricantes, como a WEG e a Embraer, com institutos de pesquisa e o mundo acadêmico aponta o caminho que o país deve trilhar para a retomada de sua industrialização.

Fonte: Hora do Povo

Metaverso: Dois terrenos virtuais foram vendidos por R$ 31 milhões

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Imagem: Gameplay do Decentraland

Após a mudança de nome do Facebook para Meta, o então chamado Metaverso das criptomoedas começou a ganhar tração. Além da valorização de moedas até então desconhecidas, algumas propriedades virtuais também vem quebrando recordes.

A negociação de dois terrenos virtuais chamou a atenção do mundo nesta semana. O primeiro deles foi vendido nesta terça-feira (23) por cerca de 17 milhões de reais no Decentraland, o segundo é um terreno do jogo Axie Infinity, negociado pelo equivalente de R$14 milhões.

Por comparação, este montante poderia comprar um dos mais caros apartamentos de luxo no Leblon (RJ), que é um dos bairros com maior preço por metro quadrado no Brasil.

O que faz estes terrenos virtuais serem tão caros?

Assim como existem bairros no nosso mundo físico, o metaverso também possui suas divisões. Indo além, podemos dizer que a Decentraland é um planeta e o Axie Infinity outro.

Nesta terça-feira (23), um terreno no Decentraland foi vendido por 618.000 MANA — moeda nativa do Decentraland —, equivalente a 17 milhões de reais. A compra foi feita por uma empresa canadense que investe no setor de DeFi.

Enquanto isso, um terreno do Axie Infinity foi vendido por 550 ETH, equivalente a 14 milhões de reais, nesta quinta-feira (25). Não pense que isso é raro, nove terrenos foram vendidos por 888 ETH em fevereiro deste ano, cerca de R$22,5 milhões na cotação atual.

Terrenos no Axie Infinity

No metaverso do Axie Infinity, o valor do terreno fica mais caro conforme ficam mais próximos ao centro do mapa, chamados de Genesis. Nestes terrenos centrais, seus donos receberão uma parte dos recursos coletados em suas terras quando ‘chefões’ raros forem derrotados. Além disso, seus donos não precisarão caminhar por horas dentro do jogo para participar de eventos, ao contrário dos outros jogadores.

Mapa do Axie Infinity. Fonte: Axie Infinity

Como visto, além da escassez destes tipos de terreno, eles também podem ser financeiramente recompensatórios. Embora jogadores já possam disputar batalhas com seus axies, a função dos terrenos ainda não está disponível, mesmo assim algumas pessoas já estão se adiantando para a próxima atualização.

Terrenos no Decentraland

Já no metaverso do Decentraland, a lógica continua parecida conforme os terrenos mais próximos ao centro são mais valiosos. A grande diferença é que você já pode participar dele, mesmo como visitante.

Seu mundo parece com o clássico The Sims, todavia uma das diferenças do Decentraland é que ele é um mundo aberto onde você pode interagir com outros jogadores.

Gameplay do Decentraland.

Além disso, a economia do jogo está ligada ao mundo real, ou seja, o dinheiro do jogo pode ser convertido para reais, por exemplo. Assim como em qualquer ativo, físico ou digital, o preço das terras e outros itens é baseado na oferta e demanda, portanto é bom lembrar que estes investimentos podem gerar lucros ou prejuízos.

Por conta dessas funcionalidades, o metaverso das criptomoedas está chamando a atenção tanto de jogadores quanto de investidores. Agora você não apenas pode jogar gratuitamente como também ganhar dinheiro com isso.

Fonte: LiveCoins

Concessões devem dobrar ferrovias no país em 15 anos

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Foto: Robert Likovszki/Unsplash

O governo passou a adotar um novo modelo de concessão mais rápido e burocrático. Trata-se da autorização, instrumento já previsto na legislação brasileira, porém pouco utilizado. Esse modelo está sendo usado agora para dar um salto no modal ferroviário. Quem explica como isso vai funcionar é o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas. Ele foi o entrevistado deste domingo do programa Brasil em Pauta, da TV Brasil.

Segundo o ministro, a previsão inicial era de 8 pedidos para o novo tipo de concessão. Mas, para surpresa do ministério, já são 35 pedidos de autorização, o que deve representar cerca de 9 mil quilômetros de ferrovias e R$ 120 bilhões de investimentos. “É um impulso ferroviário sem precedentes na nossa história”, disse Freitas. A expectativa é de que as ferrovias, que representam 20% dos modais brasileiros, dobrem sua presença em 15 anos, passando para 40% em 15 anos. “A gente deve reduzir o custo Brasil na ordem de 30%.”

O ministro falou também sobre leilões esperados como os dos aeroportos de Santos Dumont (RJ) e Congonhas (SP). “Para você ter ideia, a ponte aérea Rio-São Paulo é a quarta rota mais movimentada do planeta. Teremos os maiores operadores aeroportuários do mundo. Operadores de várias nacionalidades diferentes. Alguns já posicionados no Brasil, outros ainda não. Mas com certeza a gente vai trazer muito investimento e muita qualidade para a gestão desses ativos”, disse.

Agência Brasil

Embraer apresenta o jato comercial mais eficiente e sustentável do mundo

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O E195-E2, jato comercial de corredor único mais eficiente e sustentável do mundo, estará em exibição na primeira edição do Selangor Aviation Show. Apresentado com a pintura “TechLion”, que cobre toda a fuselagem, o E195-E2 estará no Selangor Aviation Show após ter sido apresentado no Dubai Air Show, no início do mês.

Com a configuração de dois assentos de cada lado, o jato acomoda até 146 passageiros.

“Estamos entusiasmados com a participação e o patrocínio da Embraer em nosso primeiro Selangor Aviation Show, refletindo o voto de apoio que a empresa tem nas aspirações de Selangor ser o hub de aviação do sudeste asiático”, disse Dato ‘Hasan Azhari, CEO da Invest Selangor Berhad. “O E195-E2 em exibição mostra como um jato regional equipado com as tecnologias mais avançadas e as mais baixas emissões de combustível e ruído pode trazer uma nova dimensão às viagens domésticas e regionais.”

“Com seu novo design e tecnologia, o E195-E2 é a aeronave de corredor único mais eficiente do mundo. Esta aeronave emite 25% menos emissões por assento do que um turboélice comum e tem os mais baixos níveis de ruído externo e emissões entre todas as aeronaves a jato”, disse Arjan Meijer, Presidente e CEO da Embraer Aviação Comercial.

Embraer prevê demanda por 60 novas aeronaves comerciais com menos de 150 assentos na Malásia nos próximos 10 anos

Em sua perspectiva de mercado para 2021, a Embraer prevê uma demanda de 60 novas aeronaves comerciais com menos de 150 assentos na Malásia nos próximos 10 anos. Impulsionar essa demanda é a oportunidade de aeronaves com menos de 150 assentos complementarem aeronaves maiores, predominantes no país, e melhorar a viabilidade para estabelecer novas rotas ou aumentar a frequência das rotas existentes. Isso inclui o aumento da conectividade direta dentro da Península da Malásia, bem como a conectividade entre as cidades da Península com o Leste do país (Sabah e Sarawak).

“Acreditamos no potencial de multiplicação da conectividade doméstica e regional na Malásia. É uma situação em que todos ganham: o turismo doméstico prospera e os passageiros podem viajar para novos destinos com o conforto de um moderno jato comercial”, disse Meijer. “As companhias aéreas podem utilizar esses jatos regionais com a garantia de seus baixos custos operacionais e desempenho superior, juntamente com suas credenciais verdes. Incorporar as novas tecnologias e operações aprimoradas dos E-Jets E2 é um passo importante no caminho para uma indústria de aviação mais sustentável.”

Com um alcance de 2,600 milhas náuticas (cerca de 5,5 horas de voo), o E195-E2 é a maior das três aeronaves da família E-Jets E2. Entrou em operação no final de 2019, após a certificação de tipo das três principais autoridades regulatórias mundiais – a FAA (Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos), a EASA (Agência Europeia de Segurança da Aviação) e a ANAC (Agência Brasileira de Aviação Civil). Atualmente, a aeronave é operada pela KLM, que conta com 53 E-Jets da Embraer em sua frota, pela Azul, que opera 55 E-Jets e voa para mais de 100 destinos no Brasil, além de companhias aéreas na Suíça, Espanha, Bielorrússia e Nigéria.

A Embraer é a maior fabricante mundial de jatos comerciais com capacidade para até 150 passageiros. As aeronaves comerciais fabricadas pela Embraer estão sendo operadas por mais de 130 companhias aéreas em mais de 70 países, incluindo companhias aéreas nos Estados Unidos (todas as principais), British Airways, KLM, Japan Airlines e companhias aéreas na China.

Fonte: Cavok

Matrículas na educação profissional federal crescem 47% em 2020

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O Ministério da Educação (MEC) apresentou nesta semana a nova edição da Plataforma Nilo Peçanha (PNP), com estatísticas e informações atualizadas sobre a rede federal de educação profissional, científica e tecnológica. Os dados são referentes ao ano de 2020. Pelas informações, o número de matrículas em todas as unidades da rede, composta por 654 escolas e institutos federais, cresceu 47,3% entre 2019 e 2020, passando de 1.023.303 para 1.507.476 no total.

O número de vagas disponíveis, que eram 496.333, em 2019, quase dobrou no ano passado (2020), com a oferta de 898.787, um aumento de 81%. O número de cursos atualmente oferecidos pela rede é de 10.878. 

Criada em 2018, a Plataforma Nilo Peçanha é disponibilizada todos os anos sempre com informações do ano anterior, com conteúdos de interesse de gestores, professores, pesquisadores e estudantes. Por meio da ferramenta, é possível realizar acompanhamento, monitoramento, avaliação e divulgação dos dados acadêmicos, de gestão de pessoas e financeiros das instituições que compõem a rede federal, incluindo informações sobre número de matrículas, de servidores, além de indicadores de eficiência acadêmica e cursos ofertados pelas instituições.

“Essa plataforma é um ambiente virtual seguro, eficiente, e que todo ano trará renovação de conteúdo, estatística, que permitirão avaliar o desempenhos das instituições que compõem a rede federal”, afirmou o ministro Milton Ribeiro, durante o lançamento da nova edição da ferramenta.

O nome da plataforma homenageia o sétimo presidente da história republicana do Brasil. Nilo Peçanha é considerado o patrono da educação profissional no Brasil porque durante o seu mandato, entre 1909 e 1910, criou a rede de Escolas de Aprendizes e Artífices, precursoras dos atuais Institutos Federais de Ensino Tecnológico e os Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefets).

Agência Brasil

Expectativa de vida no Brasil sobe para 76,8 anos

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Foto: Johan Mouchet/Unsplash

A expectativa de vida no Brasil subiu para 76,8 anos em 2020, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados foram publicados hoje (25) no Diário Oficial da União.

Para os nascidos em 2019, a expectativa era viver, em média, até 76,6 anos. Em cinco anos, a expectativa de vida subiu 1,3 ano, enquanto em dez anos houve um crescimento de 3,3 anos.

Os dados complementares, divididos por sexo, serão divulgados pelo IBGE.

Agência Brasil

Cenário econômico é de retomada nas cinco regiões do país

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Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil

O cenário da economia no terceiro trimestre do ano é de retomada da atividade em todas as regiões do país, de forma menos intensa e concentrada no setor de serviços, segundo análise do Boletim Regional, divulgado hoje (24) pelo Banco Central.

O boletim, que apresenta as condições da economia nas cinco regiões do país, diz que esse comportamento da economia tende a favorecer as economias do Nordeste e Sudeste.

Sudeste

No Sudeste, a atividade econômica continuou em expansão no terceiro trimestre, favorecida pela recuperação do setor de serviços, com o avanço da vacinação contra a covid-19 e menor efeito da pandemia na região. Todos os segmentos de serviços apresentaram abertura de vagas, com destaque para atividades administrativas e serviços complementares, alojamento e alimentação.

Por outro lado, o boletim aponta que o comércio varejista, após vários meses de relativa estabilidade, registrou retração mais pronunciada a partir de agosto, encerrando o terceiro trimestre com variação negativa, refletindo o possível deslocamento da demanda para serviços.

Em relação à Indústria, dificuldades para a obtenção de insumos e os preços de algumas cadeias produtivas, especialmente a automotiva, contribuíram para a queda da produção no terceiro trimestre. Houve retração em quinze dos 22 setores pesquisados, com destaque para fabricação de outros produtos de transporte (11,7%) e veículos (8,4%).

Com isso, no trimestre, o índice de atividade econômica da região variou 0,4%, após expansão 0,8% no período anterior. Segundo o BC, os indicadores apontam para acomodação da atividade econômica no Sudeste, no quarto trimestre.

“Pressões de custos e falta de insumos em setores da indústria, com ênfase no segmento automotivo, têm efeitos negativos sobre a produção fabril. Em sentido contrário, o avanço da vacinação favorece a continuidade da recuperação dos segmentos de serviços mais impactados pela pandemia, sobretudo os direcionados às famílias”, diz o boletim.

Nordeste

No Nordeste, o crescimento econômico no trimestre encerrado em setembro foi liderado pelos serviços, destacando-se os prestados às famílias e transportes, em ambiente de recuperação gradual da mobilidade das pessoas e de ligeira melhora no mercado de trabalho.

“O contexto de arrefecimento da pandemia e melhora da confiança refletiu-se em maior dinamismo de atividades que dependem de interação social, como os serviços prestados às famílias e as relacionadas ao turismo, que têm maior representatividade no Nordeste”, diz o boletim.

Também houve um cenário de recuperação parcial da indústria de transformação, após retrações nos dois trimestres anteriores. Com isso, o índice de atividade econômica da região expandiu 0,5% no período em relação ao anterior, quando cresceu 0,8% na mesma base de comparação.

Centro-Oeste

O Centro-Oeste registrou crescimento mais moderado no terceiro trimestre, influenciado principalmente pelos efeitos da menor produção de milho e cana-de-açúcar. O resultado positivo foi sustentado pela expansão do comércio, da construção civil e dos serviços de alojamento e alimentação, repercutindo os efeitos do avanço na vacinação.

Nesse contexto, o índice de atividade econômica da região cresceu 0,7% no terceiro trimestre de 2021, em relação ao trimestre anterior (2,3%), segundo dados dessazonalizados. No acumulado de doze meses, o indicador expandiu 2% em setembro (0,8% no mesmo mês de 2020).

O boletim aponta ainda que a safra recorde de grãos não deve se repetir no ano de 2021 em decorrência das condições climáticas adversas, principalmente da estiagem prolongada a partir de fevereiro, que provocou queda significativa nas colheitas de milho, algodão e cana-de-açúcar.

“A economia do Centro-Oeste manteve trajetória de crescimento, com oscilações relacionadas ao desempenho do agronegócio. A perspectiva de safras recordes de commodities agrícolas em 2022 continua sendo importante variável de sustentação para a região, com desdobramentos em outras atividades”, diz o documento.

Norte

A Região Norte não repetiu o bom desempenho observado no trimestre anterior. Segundo o boletim, o recuo refletiu a desaceleração na indústria e no comércio, impactados pela limitação da oferta de insumos na cadeia produtiva. O índice de atividade econômica da região recuou 1% no terceiro trimestre do ano, influenciado pelas retrações no Amazonas (-3,1%) e Pará (-0,9%).

Segundo o boletim, no setor de serviços, apesar do arrefecimento da intensidade da recuperação na margem, o setor registrou expansão no terceiro trimestre, com aumento em quatro estados. A produção industrial da região acompanhou o que ocorreu na indústria nacional e também registrou contração no trimestre. A indústria geral recuou 1,5% no período.

Já as vendas do comércio reverteram crescimento assinalado no segundo trimestre. Com isso, o Norte encerrou o terceiro trimestre com recuo de 0,7% no comércio ampliado (9,7% no segundo trimestre), com quedas em cinco dos sete estados da região.

O boletim aponta, contudo, para um crescimento do faturamento do varejo, em maior proporção nos setores de alimentação e combustíveis. A expectativa para a região é que, no quarto trimestre, o desempenho do setor melhore, impulsionado pelas vendas de final de ano, com a Black Friday e o Natal.

Sul

A Região Sul assinalou desaceleração do processo de crescimento, com indicadores da produção industrial e do comércio abaixo do esperado. Com isso, o índice de atividade econômica no terceiro trimestre recuou 0,7%, após quatro intervalos consecutivos de alta. O setor industrial foi o quem mais contribuiu para a retração da atividade econômica, em razão de problemas com a normalização da cadeia de suprimentos, além dos estoques reduzidos e custos elevados.

O resultado do terceiro trimestre confirmou a recuperação do setor de serviços, que expandiu pelo quinto período em sequência, mitigando a retração da atividade econômica. Todos os segmentos registraram alta, sobretudo os destinados às famílias e os que envolvem contato pessoal. A avaliação é de que a trajetória deve persistir no final de ano.

Segundo o boletim, a atividade econômica do Sul tem evoluído de forma assimétrica ao longo do ano, com destaques positivos para a indústria e produção agrícola no primeiro trimestre e para o comércio e a construção civil no segundo. A avaliação é de que “a normalização da cadeia de suprimentos industriais, incluídos semicondutores para o setor automotivo e insumos agrícolas, especialmente defensivos, é essencial para garantir dinamismo adicional à economia do Sul.”

Agência Brasil

El Salvador anuncia “Bitcoin City”, uma cidade livre de impostos

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Foto: Jeremy Bezanger/Unsplash

O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, anunciou na noite de sábado (20) a criação da primeira “cidade de Bitcoin” do mundo, financiada por títulos lastreados em Bitcoin. A Bitcoin City, que será localizada no Golfo de Fonseca, entre a cidade de La Union e Conchagua, tem como objetivo impulsar o uso do bitcoin e assim desenvolver a economia do país.

“Bitcoin City não é somente uma ideia, também vai ser uma realidade em El Salvador. Terá áreas residenciais, comércios, restaurantes e tudo entorno ao bitcoin”, disse Nayib.

Bukele também afirmou que a Bitcoin City será construída em uma zona de vulcão de Conchagua com o fim de aproveitar a energia geotérmica para a cidade e também para a mineração de bitcoin.

Bitcoin City

Em parceria com as empresas de criptomoedas Blockstream e BitFinex, Bukele planeja emitir US $ 1 bilhão em títulos de 10 anos para financiar o projeto.

“Invista aqui e ganhe todo o dinheiro que quiser”, disse Bukele, todo vestido de branco e com um boné de beisebol virado para trás, no balneário de Mizata no sábado. “Esta é uma cidade totalmente ecológica que funciona e é energizada por um vulcão.”

“Vai ser uma cidade legalmente constituída, terá comércios, serviços, museus, bares, restaurantes, aeroporto, desembarque com tudo. Com seu próprio vulcão, que proverá energia a cidade. Vai ser totalmente circular e no meio terá uma grande praça. Terá prefeito de município”, explicava o presidente do El Salvador.

O presidente do país garantiu que a Bitcoin City será uma cidade livre de impostos, prometendo vários benefícios que poderiam fomentar as atrações de pessoas ao redor do mundo.

“Não teremos impostos sobre renda, para sempre. Sem impostos sobre ganancias, zero imposto sobre propriedade, nem impostos sobre contratações, zero impostos municipais e zero emissões de CO2. Os únicos impostos que vão ter em Bitcoin City é o IVA, a metade será utilizara para pagamentos de salários do município e o resto para infraestrutura pública e manutenção da cidade”, afirmava o Presidente.

El Salvador e Bitcoin

De acordo com o presidente de El Salvador, a construção da cidade começará após 60 dias do financiamento do projeto. É esperado que em 2022 os títulos serão emitidos, o qual serão totalmente dentro do ecossistema do bitcoin.

No evento, o CSO da Blockstrem, Samson Mow, acompanhou o presidente Nayib e destacou que El Salvador se tornará o centro financeiro do mundo, isto após o presidente anunciar a construção da Bitcoin City, a cidade que contará com todas as facilidades que investidores e “bitcoinheiros” possam trabalhar.

“El Salvador vai ser o centro financeiro do mundo. A Singapura da América”, disse Samson Mow.

Assim finalizava o Labitcoinf, um evento que teve duração de uma semana em El Salvador, que adotou o bitcoin como moeda de curso legal em 7 de setembro deste ano.

Fonte: Livecoins

O Enem não permite que nenhuma escola inove

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Foto: Kelly Sikkema/Unsplash

Até 1850 não havia sapatos diferentes para os pés esquerdo e direito. Ajustar os sapatos ao formato dos pés era tarefa destes. Por isso as pessoas tinham tantos calos e deformações. O Enem quer que todos os pés calcem sapatos iguais.

O Ministério da Educação (MEC) regulamenta tudo o que pode. Instituiu inspeções para os ensinos médio, superior e de pós-graduação. Delega a grupos de professores a tarefa de dizer se os brasileiros estão aptos para a vida ou não. Ignoram peculiaridades. Por exemplo, nem todos querem ou precisam saber Matemática, Geografia ou História em proporções iguais.

O exame ignora que os professores vivem com os olhos no retrovisor. Ensinam o que aprenderam e, com grande frequência, o que eles sabem deixou de ser verdade porque a ciência anda muito mais rápido do que eles atualizam seus conhecimentos.O  Enem cria injustiças sociais quando determina que toda a educação será igual, independentemente dos gostos e preferências das pessoas; condena um número enorme de alunos que têm gostos, competências, desejos e ambições diferentes à morte intelectual, porque eles são incapazes de passar num exame estandardizado que mede a mesmice.

Há alguns anos o manual dos avaliadores de faculdades era fino. Hoje é três vezes mais grosso: exigências cada vez maiores e mais detalhadas, na tentativa de tornar todos iguais. A retórica de que temos de ter uma educação excelentemente igual em todo o País é falsa.

Primeiro: viola um princípio básico de economia. Ainda que desejos sejam ilimitados, sua satisfação é limitada, porque não há recursos para tudo. Segundo: nem todas as pessoas querem ou precisam das mesmas coisas. Uns vestem preto e outros, azul-piscina. Pela mesma razão, a sociedade não é composta de farmacêuticos, barbeiros, adestradores de rãs, jogadores de futebol, profissionais de paintball ou cantores líricos.

O MEC ainda não conseguiu tornar o Enem universal e obrigatório para todos os estudantes e necessário para a entrada em todas as faculdade e universidades do País. Felizmente!

O objetivo é torná-lo obrigatório para todos. Como ambicionam todas as burocracias, sobretudo as que têm poder de estabelecer monopólios. O objetivo é fazer todos ficarem iguais, como Brasília ou Tashkent, capital do Usbequistão. Nada a estranhar. A segunda coisa pela qual Oscar Niemeyer é mais famoso é por ser comunista. Seu objetivo principal era a igualdade por meio dos tijolos, a qualquer custo.

Em seu livro O Sagrado Moderno, Avatar Moraes mostra que a arte só veio a existir com o capitalismo. Antes, o que existia era artesanato. Só virou arte depois que o capitalismo criou a possibilidade de aqueles objetos de artesanato (quadros, esculturas, tapetes) serem comprados ou vendidos. Atribuiu-lhes um valor monetário e as pessoas passaram a poder preferir um Picasso a um Modigliani ou um Rafael a um Ticiano. Sem a diversidade de gostos que o capitalismo propicia não existiria a arte como a entendemos hoje.

Tentando tornar o Enem e o Enade obrigatórios para todos, o Ministério não melhora o nível da educação. Está no encalço de uma meta inatingível e viola a liberdade de escolha. Todos hierarquizamos. Achamos umas pessoas mais simpáticas do que outras e uma marca de TV preferível a outra. Tudo bem se estamos num sistema de livre escolha.

Quando o MEC pretende tornar o Enem obrigatório, dizendo quem serve e quem não serve, está perigosamente atentando contra a liberdade. Que seria de Pelé se não tivesse passado no Enem? Ou de Luciano Pavarotti se não conseguisse aprovação em Matemática?

John Stuart Mill defende a importância da excentricidade porque ela é a fonte de toda inovação. O que seria do progresso da humanidade se algum órgão governamental proibisse a eletricidade de corrente alternada e o mundo inteiro tivesse de usar eletricidade de corrente contínua, como queria Thomas Edison? Um excêntrico e desconhecido búlgaro chamado Nikola Tesla inventou a corrente que sai da tomada de eletricidade: a alternada. Tornou nossa vida muito melhor com sua excentricidade.

Enquanto temos liberdade de escolha, tudo bem, quando falamos de monopólios as coisas se complicam. Dizem que Cuba tem um dos melhores níveis de educação do mundo. A pergunta que fica é: para quê? Para universitários trabalharem em fábricas de queijo ou enrolando charutos?

O milionário Bill Gates foi à Universidade de Harvard receber um diploma merecido por ter inventado o DOS e o Windows, que tocam seus computadores. Cumpriu a promessa que o jovem William Gales III fez ao pai, profundamente aborrecido porque seu excêntrico filho abandonara Harvard para criar uma empresinha chamada Microsoft.

Durante o regime militar muitas sandices foram feitas por presidentes-generais, todos sabendo melhor as mesmas coisas, já que todos estavam entre os primeiros alunos das turmas das mesmas escolas militares em que estudaram exatamente as mesmas coisas.

Morro de medo de pessoas bem-intencionadas, sobretudo quando em grandes grupos e, pior ainda, quando são governo e têm o poder legal de impor seus desejos autoritários a todos nós.


Alexandre Barros é cientista político (Ph.D. pela University of Chicago), é diretor-gerente da Early Warning: Análise de Oportunidade e Risco Político.

Fonte: Mises Brasil

Terminais portuários serão leiloados hoje

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Foto: Aron Yigin/Unsplash

O governo federal realiza hoje (19) o leilão de dois terminais no Porto de Santos (SP) e um no Porto de Imbituba, em Santa Catarina. O Ministério da Infraestrutura e a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) concederão à iniciativa privada as áreas STS08 e STS08A, no porto paulista, e o IMB 05 no litoral catarinense. O vencedor será aquele que apresentar o maior valor de outorga.

Em Santos, estão disponíveis duas áreas para movimentação, armazenagem e distribuição de granéis líquidos (combustíveis). O tempo de concessão é de 25 anos. No Complexo Portuário de Imbituba (IMB05) as áreas a serem arrendadas são de movimentação de granéis líquidos combustíveis ou químicos, proveniente principalmente de Maceió, em Alagoas, para abastecer empresas localizadas na região sul.

Segundo informações do Ministério da Infraestrutura, o arrendamento dos terminais garantirá quase de R$ 1 bilhão de investimentos privados ao longo dos contratos e a geração de mais de 16 mil empregos. O leilão faz parte da Super Infra e ocorrerá na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, às 11h.

Agência Brasil