Início Site Página 38

Brasil fechou 20% dos lixões existentes no país

0
Foto: Hermes Rivera/Unsplash

Tendo em vista que 85% da população vive em cidades que cresceram sem planejamento nem qualidade ambiental, o Ministério do Meio Ambiente criou, a partir de 2019, a chamada Agenda Ambiental Urbana. O objetivo é transformar ações de preservação ambiental em áreas urbanas, levando mais saúde e qualidade de vida à população.

O Lixão Zero é o principal programa em execução. Desde 2019, 645 lixões foram fechados no Brasil, o que representa uma queda de 20% no período. A pasta também investiu R$ 200 milhões em coleta seletiva e triagem mecanizada para ampliar a reciclagem dos resíduos. “Este é um exemplo importante, diante do desafio que se acumulou nas últimas décadas, de um país que gera mais de 80 milhões de toneladas de resíduos por ano. A fotografia que recebemos em 2019 é que 32 milhões de toneladas eram despejadas no meio ambiente”, destacou o secretário de Qualidade Ambiental, André França.

Outra aposta do programa é o reaproveitamento e reciclagem do que vai para o lixo. Entre as ações, estão investimentos em geração de energia. Em setembro de 2021, o Ministério de Minas e Energia, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente, realizou o primeiro leilão de energia a partir dos resíduos sólidos, com investimentos de mais de R$ 500 milhões. “Temos aqui um leque de opções para reduzir e eliminar essas áreas de disposição inadequada, os lixões. Ao mesmo tempo, podemos olhar para o lixo não mais com algo a ser descartado, mas como matéria-prima para gerar energia”, reforça França.

O Sistema de Logística Reversa amplia o reaproveitamento e descarte adequado do lixo. Dez capitais brasileiras já implementaram pontos de coleta de eletroeletrônicos. Entre 2019 e 2020, foram recolhidas 470 toneladas de eletroeletrônicos. São itens que deixaram de ser descartados no meio ambiente, causando a poluição do solo e das águas. A meta do ministério é chegar a 5 mil pontos de coleta até 2025. “O lixo se transforma em novos produtos. O Sistema de Logística Reversa foi criado para que ele retorne ao processo produtivo, reduzindo o descarte inadequado, gerando empregos, reduzindo emissão de gases de efeito estufa, além de reabastecer a indústria com matéria-prima, evitando nova extração de recursos naturais”, explica o secretário de Qualidade Ambiental.

Além dos eletroeletrônicos, mais de 3 mil pontos de descarte de medicamentos já foram instalados, bem como sistemas para recolhimento de baterias de chumbo, latas de alumínio, óleo lubrificante e embalagens de defensivos agrícolas.

De acordo com o secretário André França, em 2020, foram recolhidos e destinados para reciclagem mais de 275 mil toneladas de baterias, o que permitiu a reciclagem de 144 mil toneladas de chumbo. “Isso evita a contaminação do solo, além da questão econômica, visto que o Brasil não possui reserva mineral de chumbo. Hoje, 15 milhões de baterias tem destino certo no Brasil”, comemora o secretário. O país também é recordista mundial no recolhimento e reciclagem de latas de alumínio com mais de 31 bilhões de latas recicladas. Em 2020, das 402 mil toneladas de latas comercializadas, 391 mil toneladas foram recicladas. “É um sistema que funciona e inspira outros sistemas a melhorarem também”, afirma França.

O programa Cidades +Verdes é outra ação para criar, ampliar e recuperar áreas verdes, praças e parques urbanos. Com o Cadastro Ambiental Urbano (CAU) os municípios podem acessar recursos, além de receber contribuições da população para melhorar as áreas verdes. O CAU já tem mais de 6 mil áreas cadastradas em 186 municípios de 24 Estados. Segundo André França, já foram fechados dois contratos com recursos para criação ou melhorias de áreas verdes e dois convênios envolvendo arborização e recuperação de área verde degrada. “Aqui, estamos falando de mais qualidade do ar, mais drenagem urbana e espaços que merecem uma valorização”, explicou.

Outros programas também fazem parte da estratégia para levar qualidade de vida a população que mora em cidades. O Combate ao Lixo no Mar realiza ações de limpeza e coleta de lixo em manguezais e orlas marítimas, destinação adequada dos resíduos sólidos, além de disponibilizar dados e informações para melhoria das políticas. Mais de 370 mutirões de limpeza já foram realizados, retirando mais de 266 mil toneladas de lixo das praias, com apoio de 32 mil voluntários.

Já o programa Rios +Limpos, tem o objetivo de recuperar 110 mil quilômetros de rios poluídos no Brasil. O primeiro mutirão, realizado no Pantanal em 2021, retirou mais de 12 toneladas de lixo em 3 dias.

Ministério do Meio Ambiente

Produção de veículos tem alta de 11,6% em 2021, diz Anfavea

0
Foto: Ivana Cajina/Unsplash

A produção de veículos cresceu 11,6% em 2021, segundo o balanço divulgado hoje (7) pela Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Foram fabricadas no ano passado 2,24 milhões de unidades, enquanto em 2020 as montadoras produziram 2,01 milhões de veículos. Em dezembro a produção teve leve alta (0,8%) em relação ao mesmo mês de 2020, com a montagem de 210,9 mil unidades.

O presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, destacou que no final do ano as montadoras fizeram um esforço para contornar os problemas enfrentados nos últimos meses com a falta de componentes em todo o mundo.

“A gente conseguiu puxar a produção em dezembro, trazendo peças, falando com fornecedores, ligando para as nossas matrizes para disponibilizarem semicondutores, de tal forma que a gente pudesse entregar o máximo possível para atender a fila de espera”, disse.

Vendas

As vendas tiveram alta de 3% ao longo do ano passado, com a comercialização de 2,12 milhões de unidades. Em dezembro, no entanto, foi registrada uma queda de 15,1% nas vendas em relação ao mesmo mês de 2020, com o licenciamento de 207,1 mil unidades.

Automóveis

A produção de automóveis e veículos comerciais leves teve alta de 8,7% em 2021, com a fabricação de 2,07 milhões de unidades. Em dezembro, a produção teve uma ligeira retração (0,4%) em relação ao mesmo mês de 2020, com a montagem de 197,1 mil unidades.

As vendas desses segmentos registram uma pequena queda (1%), com a comercialização de 1,72 milhão de automóveis e veículos comerciais leves. Em dezembro, a retração nas vendas chegou a 22,3% em comparação com o mesmo mês de 2020.

Caminhões

A produção de caminhões teve alta de 74,6% em 2021. Foram fabricadas ao longo do ano passado 158,8 mil unidades. Em dezembro, a produção de caminhões ficou em 12,4 mil unidades, 18,2% a mais do que o mesmo mês do ano anterior.

As vendas de caminhões cresceram 43,5% ao longo do ano passado, com a comercialização de 128,7 mil unidades do segmento. Em dezembro, os licenciamentos tiveram expansão de 20,8%, com a venda de 11,8 mil unidades.

Exportações

As exportações de veículos cresceram 16% em 2021 em comparação com o ano anterior, com a comercialização de 376,4 mil unidades para o exterior. Em dezembro, o crescimento ficou em 8,3% em relação ao mesmo mês de 2020, com a exportação de 41,6% unidades.

Emprego

A indústria automotiva chegou ao final do ano passado com 103,3 mil funcionários, uma retração de 1,5% em relação a novembro de 2020 e de 0,2% comparando com o nível emprego no final de 2020. Moraes atribuiu a redução a adoção de planos de demissão voluntária em algumas empresas e ao encerramento de contratos temporários de trabalho.

Previsões

A previsão da Anfavea é de que as vendas de veículos cresçam 8,5% em 2022 e a produção tenha uma alta de 9,4% neste ano. Para as exportações, a expectativa é de expansão de 3,6%.

O presidente da associação patronal lembrou que as incertezas causadas pela pandemia de covid-19 continuam a dificultar as estimativas sobre o futuro, mas que a indústria espera um crescimento “moderado” para este ano.

Agência Brasil

PPSA tem arrecadação recorde de R$ 1,22 bilhão para a União

0
Foto: Daniel Olah/Unsplash

A Pré-Sal Petróleo S.A (PPSA), empresa vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME), encerrou o ano de 2021 com arrecadação de R$ 1,22 bilhão para a União, alta de 74% em comparação com o resultado de 2020, quando foram arrecadados R$ 704 milhões.

Segundo a PPSA, o resultado é recorde na série histórica, superando o recorde anterior de R$ 1,1 bilhão, registrado em 2018. Os recursos são referentes à comercialização da parcela de petróleo e gás natural da União nos contratos de partilha de produção.

Em 2021, a PPSA comercializou 3,5 milhões de barris de petróleo da União do Campo Entorno de Sapinhoá e da Área de Desenvolvimento de Mero (Libra). Foram também comercializados 57,6 milhões de metros cúbicos de gás natural da União dos Campos de Búzios, Entorno de Sapinhoá, Tartaruga Verde Sudoeste e Tupi.

Curva de crescimento

O diretor-presidente da companhia, Eduardo Gerk, disse que o resultado representa o início de uma curva de crescimento da arrecadação esperada para a União nos próximos anos. “Os contratos estão entrando em produção, e este excelente resultado confirma a tendência de crescimento que vamos presenciar nos próximos anos.”

No fim do ano passado, a PPSA divulgou o estudo Estimativas de Resultados nos Contratos de Partilha de Produção, que prevê a produção, até 2031, de 8,2 bilhões de barris de petróleo em regime de partilha de produção, sendo 1,5 bilhão de barris referentes à a parcela da União. “Esperamos arrecadar US$ 116 bilhões com a comercialização desses volumes”, acrescentou Gerk,

Desde sua criação, em 2013, a PPSA já arrecadou R$ 3,9 bilhões para a União, dos quais R$ 2,6 bilhões com a atividade de comercialização do petróleo e gás e R$ 1,3 bilhão com equalização de gastos e volumes realizada pela companhia em áreas onde a União tem participação em acordos de individualização da produção (AIPs).

Agência Brasil

Sancionada lei que autoriza postos a comprarem etanol de produtores

0
Foto: Charles "Duck" Unitas/Unsplash

O presidente da República, Jair Bolsonaro, sancionou, com vetos, lei que autoriza os postos de combustível a comprarem etanol hidratado diretamente dos produtores ou importadores, desobrigando-os de recorrerem à intermediação de distribuidoras.

A medida consta da Lei nº 14.292, publicada no Diário Oficial da União de hoje (4) e já está em vigor. A lei também permite a revenda varejista de gasolina e etanol hidratado fora do estabelecimento autorizado, desde que limitada ao território municipal onde o revendedor está estabelecido.

O novo texto legal também consolida mudanças nas regras tributárias federais já alteradas por meio da Medida Provisória nº 1.063, como as que tratam da cobrança das contribuições para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e para os programas de Integração Social (PIS) e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep).

A lei também exime as empresas ou consórcios de comprovar que estão em situação regular perante as fazendas federal, estadual e municipal e à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para obter, da própria agência, autorização para atuar no setor de biocombustíveis.

De acordo com o governo federal, a iniciativa visa a aumentar a competição no setor de combustíveis, eliminando a obrigatoriedade de os postos comprarem álcool combustível apenas dos distribuidores, que poderão continuar atuando, mas terão que oferecer atrativos para manterem os clientes.

Vetos

O presidente vetou o trecho da lei que permitia que as cooperativas de produção ou comercialização de etanol vendessem o combustível diretamente para os postos de gasolina.

“Visando à adequação quanto à constitucionalidade e ao interesse público, o presidente da República vetou os dispositivos que tratavam da venda direta e estendiam essa permissão para as cooperativas produtoras ou comercializadoras de etanol”, explicou, em nota, a Secretaria-Geral da Presidência da República.

A decisão, segundo a Secretaria-Geral, se deve ao fato de as cooperativas gozarem de benefícios fiscais que tendem a reduzir suas contribuições. “A propositura legislativa, assim, criaria uma renúncia fiscal sem a devida previsão orçamentária, o que viola o Art. 14 da Lei de Responsabilidade Fiscal, bem como a constitucionalidade, visto que distorce a concorrência setorial.”

Ainda de acordo com a Secretaria-Geral, foi sancionada a parte do projeto de lei que muda a sistemática de cobrança do PIS/Cofins para evitar perda de arrecadação e distorções competitivas, tanto ao importador (caso este exerça função de distribuidor), quanto ao revendedor varejista que fizer a importação, que deverão pagar as respectivas alíquotas de PIS/Cofins (5,25% de PIS sobre a receita bruta e 24,15% de Cofins, incidentes por metro cúbico do combustível).

Agência Brasil

Ministério projeta superávit comercial de US$ 79,4 bi em 2022

0
Foto: Pat Whelen/Unsplash

Apesar do aumento das importações nos últimos meses, o Ministério da Economia projeta que a balança comercial – diferença entre exportações e importações – continuará a crescer e encerrará 2022 com superávit de US$ 79,4 bilhões. A estimativa é 30,1% maior que o superávit recorde de US$ 61,01 bilhões registrado no ano passado.

O valor está mais otimista do que as previsões de mercado. Segundo o boletim Focus – pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo Banco Central –, analistas econômicos projetam superávit comercial de US$ 55 bilhões para este ano.

O secretário de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Lucas Ferraz, disse que as estimativas são preliminares e que não consideram uma eventual nova onda de covid-19, que poderia paralisar temporariamente o comércio global. “As incertezas continuam grandes no mercado externo. Há dificuldade enorme de fazer projeções para 2022”, justificou.

Na avaliação do secretário, mesmo com tantas incertezas, existe espaço para otimismo em relação à balança comercial. Segundo Ferraz, os preços das commodities (bens primários com cotação internacional) deverão cair um pouco em 2022, mas a safra recorde de grãos, estimada em 291,1 milhões de toneladas, e a recuperação do mercado de trabalho e dos serviços continuarão a dar estabilidade às exportações brasileiras.

Enquanto as vendas para o exterior continuarão relativamente estáveis, as importações deverão cair, impulsionando o superávit comercial. Segundo o Ministério da Economia, as exportações crescerão 1,4% em 2022 e encerrarão o ano em US$ 284,3 bilhões. Para as importações, a projeção está em US$ 204,9 bilhões, recuo de 6,6% em relação ao ano passado.

Importações

Para 2021, a pasta previa originalmente que o superávit comercial encerraria 2021 em US$ 70,9 bilhões. No entanto, o resultado final ficou quase US$ 10 bilhões inferior à estimativa. O secretário de Comércio Exterior disse que o saldo menor decorreu do aumento das importações, que superaram as previsões do governo.

No ano passado, as exportações bateram recorde. O Brasil vendeu para o exterior US$ 280,39 bilhões, com alta de 34% em relação a 2020 pelo critério da média diária. As importações ficaram longe do recorde registrado em 2013, mas cresceram em ritmo maior. Em 2021, o Brasil comprou US$ 219,39 bilhões do exterior, alta de 38,2% na mesma comparação.

Segundo o Ministério da Economia, dois fatores explicam a alta das importações no ano passado. O primeiro é a recuperação da economia, que elevou o consumo e a compra de itens que estavam represados desde o início da pandemia de covid-19. O segundo é a alta internacional do petróleo, que aumentou o valor importado de combustíveis e de insumos como fertilizantes.

Superávit da balança comercial bate recorde em 2021

Beneficiada pela aceleração do preço das commodities (bens primários com cotação internacional), a balança comercial encerrou 2021 com recorde. No ano passado, o Brasil exportou US$ 61,01 bilhões a mais do que importou, o melhor resultado da série histórica iniciada em 1989.

O resultado representa crescimento de 21,1% em relação ao superávit comercial de US$ 50,39 bilhões registrado em 2020. Em relação ao recorde anterior, registrado em 2017, houve crescimento de 8,9%. Naquele ano, o Brasil tinha exportado US$ 56,04 bilhões a mais do que tinha importado.

Apesar do recorde, o número final ficou abaixo das estimativas do Ministério da Economia. A pasta previa que o superávit da balança comercial encerraria 2021 em US$ 70,9 bilhões. O resultado final, no entanto, ficou acima da previsão do boletim Focus, pesquisa com analistas de mercado divulgada toda semana pelo Banco Central, que projetava superávit de US$ 59,15 bilhões no ano passado.

No ano passado, as exportações bateram recorde. O Brasil vendeu para o exterior US$ 280,39 bilhões, com alta de 34% em relação a 2020 pelo critério da média diária. O recorde anterior havia sido registrado em 2011, quando o país tinha exportado US$ 253,67 bilhões.

Impulsionadas pela recuperação da economia e pela alta do preço internacional do petróleo, as importações cresceram mais. No ano passado, o Brasil importou US$ 219,39 bilhões, com alta de 38,2% em relação a 2020, também pelo critério da média diária. Apesar do crescimento, o valor importado foi o quinto maior da história, sendo superado pelos montantes registrados em 2013 (recorde de US$ 241,5 bilhões), 2014, 2011 e 2012.

Dezembro

Em dezembro, o saldo da balança comercial ficou positivo em US$ 3,948 bilhões. O superávit aumentou 39,3% em relação a dezembro de 2020 pela média diária. Mesmo assim, o resultado está longe do recorde mensal de US$ 5,617 bilhões registrado em dezembro de 2018.

Tanto as exportações como as importações bateram recorde em dezembro. No mês passado, as vendas para o exterior somaram US$ 24,37 bilhões, alta de 26,3% sobre dezembro de 2020 pelo critério da média diária. As importações totalizaram US$ 15,749 bilhões, alta de 26% na mesma comparação.

Produtos

Na comparação por produtos, a valorização das commodities impulsionou as exportações em 2021. No ano passado, o volume de mercadorias embarcadas subiu apenas 3,5% em relação a 2020. Os preços subiram, em média, 28,3% na mesma comparação, com destaque para minério de ferro, que ficou 64,9% mais caro; petróleo bruto (+58,9%) e soja (+30,3%).

Por causa da quebra na safra de milho, afetada pela seca e pelas geadas, as exportações do produto caíram 27,5% em 2021 na comparação com 2020. A quantidade embarcada caiu 40,6%, enquanto o preço subiu 21,9%. Em relação aos açúcares e melaços, que também enfrentaram problemas de safra, as exportações subiram 4,8%. A quantidade vendida caiu 11%, mas o preço aumentou 17,7%.

A suspensão das compras de carne bovina pela China, que vigorou em boa parte do segundo semestre, fez a quantidade vendida cair 7% em 2021. O preço, no entanto, subiu 18,9% em todo o ano passado, fazendo o valor final das exportações registrar alta de 7%.

Estimativa

Para 2022, o governo prevê superávit de US$ 79,4 bilhões, valor parecido com o deste ano. A estimativa já considera a nova metodologia de cálculo da balança comercial. As projeções estão mais otimistas que as do mercado financeiro. O boletim Focus projeta superávit de US$ 55 bilhões neste ano.

Em abril do ano passado, o Ministério da Economia mudou o cálculo da balança comercial. Entre as principais alterações, estão a exclusão de exportações e importações fictícias de plataformas de petróleo. Nessas operações, plataformas de petróleo que jamais saíram do país eram contabilizadas como exportação, ao serem registradas em subsidiárias da Petrobras no exterior, e como importação, ao serem registradas no Brasil.

Outras mudanças foram a inclusão, nas importações, da energia elétrica produzida pela usina de Itaipu e comprada do Paraguai, num total de US$ 1,5 bilhão por ano, e das compras feitas pelo programa Recof, que concede isenção tributária a importações usadas para produção de bens que serão exportados. Toda a série histórica a partir de 1989 foi revisada com a nova metodologia.

Agência Brasil

O Facebook é um sintoma de um problema muito mais profundo das Big Tech

0
Foto: Prateek Katyal/Unsplash

A essa altura, a maioria já ouviu falar do Frances Haugen, o denunciante que vazou documentos para o Wall Street Journal no outono passado, detalhando como o Facebook sabia sobre muitas das desvantagens de sua plataforma, mas escolheu priorizar o engajamento. Os documentos descrevem, entre outras coisas, como o Facebook introduziu novas reações além do botão Curtir e, em seguida, classificou o conteúdo que recebeu reações extremas, como raiva, em uma posição superior. A polarização do conteúdo teve então precedência sobre as postagens criadas por familiares e amigos. A resposta a essas revelações tem sido intensa cobertura da mídia, apelos de políticos por maior controle e muito burburinho em torno das desvantagens do Facebook.

Mas alguma dessas coisas é verdadeiramente reveladora? O fato de que as mídias sociais, especialmente o Instagram (propriedade do Facebook), são ruins para a saúde mental dos adolescentes não é novo. Nem as reivindicações sobre extremismo ou crime. A maior revelação é a prova concreta de que o Facebook sabia dos danos. Mas, a menos que os executivos do Facebook vivam sob uma rocha, isso também não deveria ser nenhuma surpresa. As desvantagens da mídia social têm sido incessantemente destacadas e debatidas desde seu início. As revelações com relação ao Facebook, embora gerem um grande exagero, são, em última análise, uma imagem limitada de um problema mais amplo. Estas são críticas de grau, e não de categoria. Disseram que o Facebook deveria fazer mais para combater o crime, mais para combater a desinformação e mais para proteger as crianças. No entanto, isso não nos diz nada sobre o que constitui uma resposta suficiente para evitar resultados adversos em primeiro lugar. Alguém poderia argumentar que o Facebook sempre poderia fazer mais. Em contraste, uma crítica categórica nos diria algo sobre a tecnologia ou modelo de negócios subjacente. Isso revelaria uma maneira mais profunda de ver as mudanças tecnológicas para fazer julgamentos que vão além da pura reatividade.

Espere, dissemos Facebook? Queríamos dizer Meta. Em meio ao calor gerado pelo denunciante, o Facebook anunciou que mudaria seu nome. Isso precede uma alegada mudança no foco dos negócios, embora também seja uma estratégia de marketing conveniente. O nome Meta reflete os planos de nos movermos para o metaverso, um mundo online totalmente virtual onde iremos “trabalhar, brincar e viver”. De muitas maneiras, as questões levantadas pelo denunciante, como saúde mental, violência e polarização, têm cinco, talvez dez anos. A tecnologia avançou. Isso não quer dizer que as críticas não sejam importantes, apenas que perdem uma compreensão mais ampla da questão real. Antes que possamos compreender totalmente as implicações das mudanças anteriores na tecnologia, surge uma nova tecnologia. Falta-nos uma estrutura para pesar os benefícios e desvantagens, até mesmo compreender os impactos das novas tecnologias.

O que essas instituições e organizações nos prometem? A inovação tecnológica sempre teve o fascínio da “possibilidade e do progresso”, uma esperança quase ilimitada de que tudo o que você pode sonhar será capaz de realizar. Por causa dessa tendência, muitas pessoas acreditam que a tecnologia é neutra, simplesmente uma ferramenta como qualquer outra que pode ser usada de maneiras boas e ruins. Mas isso desmente o ponto muito claro e inevitável de que sempre há compensações com cada inovação. Parafraseando o filósofo italiano Paul Virilio, quando você inventa o navio, você também inventa o naufrágio (inserir trem, carro, avião, foguetes, eletricidade, etc.). Em outras palavras, sempre há efeitos negativos criados junto com positivos. Nunca é ou / ou. É ambos / e.

Isso ecoa a Lei de Amara, batizada em homenagem ao cientista americano Roy Amara, que afirmou: “Temos a tendência de superestimar o efeito de uma tecnologia no curto prazo e subestimar o efeito no longo prazo”. Visto aqui com o exemplo do Facebook, é dolorosamente claro que o que muitos pensavam era simplesmente uma plataforma para se manter em comunicação com amigos e postar “o que está em sua mente”, na verdade, a longo prazo, dividiu famílias, comunidades e até nações. Conforme mencionado acima, os tomadores de decisão no Facebook sabiam que havia efeitos negativos óbvios em sua plataforma, mas optaram por minimizá-los ou até mesmo negá-los ao público em geral. O efeito que a mídia social teve sobre instituições fundamentais não passou despercebido, mas é virtualmente impossível ficar por dentro de todas as implicações das inovações tecnológicas emergentes.

Hartmut Rosa, um sociólogo alemão, argumenta em seu provocativo livrinho The Uncontrollability of the World que “para os seres humanos modernos tardios, o mundo se tornou simplesmente um ponto de agressão. Tudo o que nos aparece deve ser conhecido, dominado, conquistado, tornado útil ”. Nosso desejo de controlar o mundo está no cerne da modernidade. Esse desejo decorre de nosso senso de aceleração social. Todos nós temos um sonho metafísico do mundo, e Rosa argumenta que somos dominados pelo desejo de controlar todas as coisas. Mas, em vez de criar esperança e promover o florescimento humano, “essa perspectiva de escalada gradualmente se transformou de uma promessa em uma ameaça. Crescimento, aceleração e inovação não parecem mais nos assegurar que a vida sempre ficará melhor; eles passaram a ser vistos como uma ameaça apocalíptica e claustrofóbica. ”

Essa estrutura nos permite começar a formar uma crítica categórica da tecnologia em geral e do Facebook em particular. Devemos observar com sobriedade o que aconteceu no Facebook e considerar as implicações futuras do Meta. O trabalho de Rosa contextualiza o fenômeno da mudança social, evidenciado na rápida série de mudanças no Facebook. Precisamos ser lembrados que “a tecnologia nos dá a ilusão de companheirismo sem as demandas de amizade”. O que é o Facebook senão uma tentativa de definir, quantificar e até codificar a amizade? A tecnologia por trás da mídia social nos incentiva a buscar mais controle do mundo. O que começou há 17 anos como a suposição de que o Facebook aumentaria a conexão interpessoal e aproximaria as pessoas, na verdade teve o efeito oposto. A criação de uma plataforma que permite a alguém controlar as informações recebidas por meio de um “feed” personalizável (controlado) e moldar uma imagem perfeitamente curada para apresentar ao mundo foi desastrosa. Essa busca de controle, por sua vez, diminui a coesão social e a solidariedade. A mídia social, em particular, tem uma capacidade fantástica de realizar uma troca de iscas culturais. Temos a promessa de mais controle, acesso e informações,

Diferentes pessoas podem olhar para esta estrutura e propor diferentes soluções para os problemas. Mas, dada a taxa de mudança, a própria ideia de uma solução desmente o fato de que os problemas subjacentes continuam a mudar. Uma dessas soluções é o aumento das regulamentações sobre “Big Tech”. Essa solução é importante no sentido de que as “regras do jogo” precisam ser estabelecidas para as empresas de tecnologia. Mas, de acordo com a estrutura que apresentamos, a legislação ficará atrás da tecnologia em um grau ainda maior do que as percepções populares de benefícios e danos. Regulação geralmente representa uma resposta tarde demais. Por exemplo, a Microsoft enfrentou litígios antitruste na década de 1990 em torno do pacote de seu navegador com seu sistema operacional, mas quando o litígio foi resolvido, o computador desktop havia diminuído significativamente em relevância. A legislação é uma ferramenta útil, mas limitada na luta. Devido à natureza do fenômeno e à taxa de mudança social, nunca seremos capazes de nos legislar para resolver esse problema.

Talvez um caminho melhor seja abordar a questão no nível das comunidades e famílias. Dentro desses grupos, é possível desacelerar alguns, embora não todos, os efeitos da aceleração social. No mínimo, a adoção de novas tecnologias no nível individual deve ser encarada com algum ceticismo, até que se possa entender mais sobre as compensações dentro do design. Embora isso não vá eliminar o problema da mudança social, pode amenizar alguns dos danos.

O tipo de aceleração social representada pela inovação da Big Tech é obviamente um fator que contribui para o declínio da confiança em instituições fundamentais como a família , organizações religiosas e grupos políticos que têm apresentado destaque nos ciclos recentes de notícias. A cultura tecnocrática está simplesmente se movendo rápido demais. Embora as consequências negativas da Big Tech pareçam estar surgindo apenas agora, elas estão e sempre foram incorporadas à própria tecnologia. Se a narrativa popular falha em compreender esse fato e continua a se concentrar apenas nos aspectos positivos, então devemos esperar que exposições como as de Frances Haugen continuem como um relógio.


Fonte: Acton Institute

Se você é contra a economia de mercado, você nunca viveu fora dela

0
Foto: Pierpaolo Riondato/Unsplash

Uma das mais desafiadoras e importantes tarefas de um professor de economia é ensinar aos alunos o quão pouco nós sabemos sobre o mundo.

Meu grande amigo e colega, o doutor Thomas Sowell, costuma dizer que “É necessário ter um conhecimento considerável para se dar conta de quão grande é a sua própria ignorância”.

Já o economista austríaco, e ganhador do prêmio Nobel, Friedrich August von Hayek alertou: “A curiosa tarefa da economia é demonstrar aos homens o quão pouco eles realmente sabem sobre aquilo que eles imaginam poder planejar”.

O fato de que somos extremamente ignorantes sobre como o mundo funciona é algo ignorado pelas elites políticas e progressistas que juram saber o que é melhor para nós mesmos e que, por isso, querem controlar nossas vidas.

Vejamos alguns exemplos que, embora rotineiros e triviais, mostram toda a complexidade do mundo.

Café da manhã, almoço e supermercado

Um supermercado tradicional e bem estocado possui entre 40.000 e 50.000 itens diferentes. Um supermercado de uma grande rede, como o Walmart, possui aproximadamente 120.000 itens distintos.

Agora, imagine que toda a economia tenha sido estatizada e que o governo tenha nomeado você para a tarefa de produzir e abastecer este supermercado com apenas um item: maçãs.

Toda a cadeia de produção de maçãs, agora estatizada, está sob seu comando. Sendo assim, você não pode simplesmente comprar maçãs no atacado. Já que tudo é do governo, não há mercado para os produtos. Logo, não há preços.

Consequentemente, você terá de descobrir todos os insumos necessários para cultivar maçãs, colhê-las e transportá-las ao supermercado. Você é o responsável por todas as etapas de produção e distribuição de maçãs. Vejamos apenas algumas etapas.

Você precisará de caixotes de madeira para transportar as maçãs. Contabilize todos os insumos necessários para produzir esses caixotes. Você precisa, obviamente, de madeira. Mas, para obter a madeira, será necessária uma serra elétrica para cortar as árvores. A serra elétrica é feita de aço, o que significa que minério de ferro terá de ser extraído das minas. Para isso, máquinas e equipamentos pesados de mineração serão necessários. Eles terão de ser fabricados. E não se esqueça de que todos os trabalhadores necessitam de roupas e sapatos.

A lista completa de insumos e matérias-primas necessários para simplesmente levar maçãs ao mercado é incontável. Com efeito, deve ser impossível precisar um número exato. Esqueça um item — como velas de ignição ou correia do alternador — e você provavelmente não conseguirá levar maçãs ao supermercado. Imagine, então, todos os outros alimentos. (É por isso que o povo passa fome em economias socialistas).

A tarefa de abastecer um supermercado com maçãs, algo que o mercado faz diariamente sem necessitar de nenhum comitê de planejamento central dando ordens, é bem menos complexa do que gerenciar todo o sistema de saúde de um país inteiro. E, no entanto, o governo se arvora a capacidade de fazer este último.

A beleza de toda a alocação de bens e serviços feita pelo mercado, em contraste às ordens do governo, é que nenhuma pessoa precisa saber de tudo o que é necessário para levar maçãs ao seu supermercado. O sistema de preços se encarrega de tudo.

O sistema de preços, quando deixado a funcionar livremente, é um engenhoso método de comunicação e coordenação capaz de aprimorar substantivamente as condições de vida dos seres humanos. Entender o sistema de preços é entender como bilhões de indivíduos completamente estranhos uns aos outros, espalhados pelo globo, falando dezenas de idiomas diferentes, e cada um preocupado apenas com o bem-estar próprio e o de sua família, fazem escolhas e agem de uma maneira que torna completamente possível a nossa atual prosperidade — possibilitando desde a existência diária de todos os tipos de alimentos frescos nas gôndolas dos supermercados até a incrível oferta de todos os tipos de bens de consumo e de serviços à nossa disposição.

O livre mercado, em conjunto com o livre comércio e o livre sistema de preços, nos torna mais ricos ao economizar a quantidade de conhecimento ou de informação necessários para produzir bens e serviços.

Agora, pense no café da manhã. Suponha que você e sua mulher tenham comido bacon e ovos. Você tomou café e sua mulher, pó de cacau. O preço total deve ter ficado em torno de $25 a $30. Agora, quanto será que teria custado tudo se, em vez de depender da ganância de terceiros, você fosse autônomo e produzisse seu próprio café da manhã?

Você sabe criar porcos? Você sabe abatê-los? Você sabe como transformar o porco em bacon? E os ovos? Você precisa entender de galinhas. Você precisa criar galinhas. Você sabe como alimentar porcos e galinhas? Adicionalmente, você teria um grande problema com o café e o cacau, pois seu cultivo não pode ocorrer em qualquer lugar. Depende de clima e solo.

O que é realmente garantido é que seu café da manhã seria muito mais caro do que no arranjo em que você depende dos benefícios trazidos pelas habilidades de terceiros, algo que só ocorre quando há divisão do trabalho e livre comércio.

Por fim, pense em uma metrópole, como Nova York, Londres ou São Paulo. Hoje, em cada uma delas, aproximadamente 10 milhões de pessoas irão almoçar (ou já almoçaram). Decidir a variedade de alimentos e a quantidade exata de comida disponíveis no lugar certo e na hora certa para fazer com que tudo funcione fluentemente é um problema de impressionante complexidade, o qual se torna ainda mais complicado pelo fato de que, normalmente, várias pessoas se decidem apenas no último minuto sobre onde irão comer e o quê.

Quem estará no controle supremo deste arranjo? Será que há um comissário ou mesmo um comitê central em cada uma destas metrópoles coordenando tudo isso? Há um ser tão onisciente capaz de tamanha façanha? Você seria capaz de coordenar todo este arranjo? Com efeito, por que um sistema tão crucial quanto este não é subsidiado? Como ele pode ser tão pouco regulado e funcionar tão bem?

Ainda mais importante: você confiaria em um político para tal tarefa? Se você não confia em um político para coordenar seu almoço, por que confiaria a ele o controle da educação de seus filhos, dos hospitais que você utiliza e das estradas nas quais você viaja?

Conclusão

O ponto principal é que cada um de nós é extremamente ignorante quanto ao mundo em que vivemos. E não há absolutamente nada de errado com essa ignorância. A estupidez está, aí sim, em acreditarmos que políticos podem nos proporcionar uma vida melhor do que aquela obtida por meio de transações pacíficas e voluntárias — coordenada pelo sistema de preços — com outras pessoas de qualquer lugar da terra.


Walter Williams é professor honorário de economia da George Mason University e autor de sete livros. Suas colunas semanais são publicadas em mais de 140 jornais americanos.

Fonte: Mises Brasil

A vida é combate

0

A vida é combate,
Que os fracos abate,
Que os fortes, os bravos
Só pode exaltar!”

Gonçalves Dias

Vamos parar um pouco para pensar nos acontecimentos dos últimos três meses… Podemos estar vivendo um momento de mudança da guerra, da quarta geração para a quinta geração, fato interessante para discutirmos as transformações, ao longo dos tempos, das formas de combate que conhecemos para as que chegam ou que ainda estão por vir.

O cenário atual, visto de forma mais ampla, pode ser objeto de estudos neste sentido, apoiados nas mudanças políticas, econômicas, técnicas e sociais.

Analise, por favor, um breve relato sobre como enxergo as guerras ao longo dos tempos:

As guerras de primeira geração destacaram-se pelo uso massivo de Exércitos Humanos, liderados por figuras emblemáticas e históricas como Alexandre o Grande e Napoleão Bonaparte. Foram marcadas pela posse territorial para utilização econômica dos vencedores, pondo fim ao feudalismo e estabelecendo a construção de Nações, dentro do conceito que temos até os dias atuais.

Na segunda geração de combate ocorre uma evolução das armas de maior calibre e da utilização de uma sociedade industrial para aumentar o poder de fogo de seus Exércitos Nacionais. A conquista territorial, com base nos recursos naturais, ainda exerce influência, mas os fatores políticos têm grande relevância quando Hitler unifica a vontade alemã de se considerar uma sociedade melhor que as demais.

Já na segunda metade do século XX podemos conhecer a guerra de terceira geração que se apropria das mudanças políticas acentuadas promovendo o surgimento do conceito de guerra fria, onde comunismo e capitalismo disputam a supremacia dos ideários. O fator nuclear separa grupos antagônicos em segmentos distintos de influência. A existência do combate mecanizado baseado em informação e contra informação, ganha dimensões nos meios de comunicação. As fronteiras se tornam ideológicas.

Já a guerra de quarta geração denominada guerra assimétrica ou mesmo guerra híbrida tem sua maior energia direcionada ao exercício do poder de forças irregulares, ou seja, insurgentes, fazendo com que se torne mais próxima de todos nós. As Nações livres, nas quais a sociedade exerce seu poder de informação de forma dinâmica e incontrolável sofrem maiores e mais visíveis consequências. O fundamentalismo religioso unifica alguns espaços, isolando-os dos avanços conquistados pela humanidade. O “11 de Setembro” se torna um marco na discussão do paradigma de espaços seguros dos conflitos armados.

Chegamos então aos dias atuais onde os acontecimentos recentes tornam o ano 2020 um possível marco no surgimento das guerras de quinta geração.

Estamos vivenciando neste momento, a explosão da biotecnologia e do incremento vertiginoso do volume de informações no campo de batalha, atingindo em cheio as sociedades dentro de um conceito primordial de preservação da vida individual, do cidadão, dentro de um perfil tecnológico avançado de redes integradas.

Os desafios no tocante aos aspectos geopolíticos estabelecem novos parâmetros.

As informações são transmitidas instantaneamente por mídias sociais sem nenhum tipo de checagem quanto à origem e veracidade. As denominadas “fake news“ encontram terreno vasto e fértil para sua proliferação e exercem seu poder.

É uma guerra sem precedentes, onde tudo o que é dito sobre o assunto alarma as populações e exige de seus governantes respostas imediatas.

Países unidos em acordos internacionais descumprem de forma tácita a garantia da livre circulação de pessoas por suas fronteiras. As chamadas organizações intergovernamentais se mostram incapazes de apresentar uma solução conjunta e medidas são tomadas de forma isolada e aleatória visando a preservação de seus próprios povos, até então considerados aliados na defesa dos seus interesses.

As consequências ainda não são estimadas, pois vivemos o chamado momento crítico do combate, não tendo como visualizar o potencial efeito geopolítico na competição que hoje envolve o Oriente e o Ocidente.

Uma nova guerra apresenta-se em curso.

Nesses primeiros momentos, visualizo que a solução obrigatoriamente passará por crenças em lealdades políticas e sociais. As Nações terão que analisar as causas de forma mais profunda e não apenas as consequências, pois estas se traduzem em mortes muito rápidas no âmago de seus centros urbanos. O cenário de contágio pode ser um dos mais devastadores já vistos sem ter sido disparado um único tiro de arma de fogo.

Nosso desafio é enorme… Temos que nos unir. 

Com apreço, admiração e gratidão,

Carlos Henrique Guedes


Carlos Henrique Guedes é Coronel de Infantaria do Exército Brasileiro – Representante do Brasil na Junta Interamericana de Defesa (JID) e na Organização dos Estados Americanos (OEA) de 2012 a 2014 – Washington DC/EUA, e atualmente é Sócio Fundador do Instituto O Pacificador.

Setor público brasileiro tem superávit de R$ 15 bilhões em novembro

0
Foto: Markus Spiske/Unsplash

O setor público consolidado do país registrou superávit primário de R$ 15 bilhões em novembro, segundo informações divulgadas neste quinta-feira (30).

O resultado foi possível porque o Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) obteve superávit de R$ 3,5 bilhões, enquanto os governos estaduais alcançaram R$ 11,7 bilhões de saldo positivo. Já as empresas estatais tiveram déficit de R$ 238 milhões. Em novembro do ano passado, o resultado no mesmo mês foi de déficit de R$ 18,1 bilhões.

O resultado primário de novembro é o melhor desde novembro de 2013 (quando tinha sido de R$ 29,8 bilhões). O resultado primário é formado por receita menos despesas, sem considerar os gastos com juros.

No acumulado do ano, o setor público consolidado registrou superávit primário de R$ 64,6 bilhões, ante déficit de R$ 651,1 bilhões no mesmo período de 2020. Nos últimos doze meses, o setor público consolidado atingiu superávit primário de R$ 12,8 bilhões, resultado que havia sido deficitário em R$ 20,4 bilhões no acumulado em doze meses até outubro.

Dia 29, o Tesouro Nacional informou que o país caminha para registrar, ainda em 2021, o primeiro superávit primário em oito anos.

Juros

Os juros nominais do setor público consolidado alcançaram R$ 41,6 bilhões em novembro, comparativamente a R$ 2 bilhões em novembro de 2020. Segundo nota do Banco Central, essa evolução foi influenciada pelo resultado menos favorável das operações de swap cambial no período (ganhos de R$ 25,3 bilhões em novembro de 2020 e de R$ 3 bilhões em novembro de 2021), e pelo aumento da taxa Selic.

No acumulado em doze meses, os juros nominais alcançaram R$ 418 bilhões (4,86% do PIB), ante R$313,4 bilhões (4,23% do PIB) nos doze meses terminados em novembro de 2020. O PIB [Produto Interno Bruto] é a soma de bens e serviços produzidos pelo país.

O resultado nominal do setor público consolidado, que inclui o resultado primário e os juros nominais apropriados, foi deficitário em R$ 26,6 bilhões em novembro de 2021. No acumulado dos últimos doze meses, o déficit nominal alcançou R$ 405,2 bilhões (4,71% do PIB), ante R$ 398,7 bilhões (4,68% do PIB) no acumulado até outubro.

Dívida pública

A Dívida Líquida do Setor Público atingiu 57% do PIB em novembro (R$ 4,9 trilhões), reduzindo-se 0,1 ponto percentual (p.p.) do PIB no mês. Esse resultado refletiu, segundo o BC, os impactos do crescimento do PIB nominal (redução de 0,5 p.p.), do superávit primário (redução de 0,2 p.p.) e dos juros nominais apropriados (aumento de 0,5 p.p.).

No ano, a relação Dívida Líquida do Setor Público sobre o PIB reduziu-se 5,5 p.p., evolução decorrente sobretudo dos efeitos do crescimento do PIB nominal (redução de 8,3 p.p.), da desvalorização cambial acumulada de 8,1% (redução de 1,3 p.p.), do superávit primário (redução de 0,8 p.p.), dos juros nominais apropriados (aumento de 4,6 p.p.) e da variação da paridade da cesta de moedas que integram a dívida externa líquida (aumento de 0,4 p.p.).

Já a Dívida Bruta do Governo Geral, que compreende governo federal, INSS e governos estaduais e municipais – atingiu 81,1% do PIB (R$ 7 trilhões) em novembro, reduzindo-se 1,1 p.p. do PIB no mês.

“Essa evolução decorreu basicamente dos resgates líquidos de dívida (redução de 1,0 p.p.), do crescimento do PIB nominal (redução de 0,8 p.p.), e da incorporação de juros nominais (aumento de 0,6 p.p.). No acumulado do ano, a redução de 7,5 p.p. na relação DBGG/PIB decorreu sobretudo do crescimento do PIB nominal (redução de 11,7 p.p.), dos resgates líquidos de dívida (redução de 1,4 p.p.), da incorporação de juros nominais (aumento de 5,1 p.p.) e da desvalorização cambial (aumento de 0,5 p.p.)”, informou o BC.

Agência Brasil

Governo sanciona novo marco cambial do Brasil

0
Foto: Giorgio Trovato/Unsplash

O presidente Jair Bolsonaro sancionou a Lei 14.286/2021, que dispõe sobre o mercado de câmbio brasileiro, o capital brasileiro no exterior, o capital estrangeiro no País e a prestação de informações ao Banco Central (BC). Conhecida como o novo marco cambial do País, o texto moderniza a legislação atual, que é de 1935, e representa uma “revolução” no mercado de câmbio, de acordo com o Banco Central. A lei sancionada está publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira e entra em vigor em um ano.

Entre as principais novidades da nova lei, estão:

  • mudança do teto do valor permitido durante viagens internacionais, de R$ 10 mil para US$ 10 mil ou equivalente;
  • liberação para que pessoa física possa realizar no País operações de compra ou venda de moeda estrangeira em espécie no valor de até US$ 500 ou seu equivalente em outras moedas, de forma eventual e não profissional;
  • facilitação para que compra e venda de moeda estrangeira possa ser feita com outros agentes, e não apenas bancos e corretoras; facilitação para que bancos e instituições financeiras possam investir no exterior;
  • possibilidade de abertura de conta em dólar no Brasil por um investidor estrangeiro ou em casos específicos que devem ser justificados ao Banco Central;
  • e facilitação de remessa do exterior para uma instituição brasileira que tenha um correspondente bancário fora do País.

Em nota, a Secretaria-Geral da Presidência da República ressalta que “a proposta do marco cambial possibilita que bancos e instituições financeiras brasileiros invistam no exterior recursos captados no País ou no exterior, além de facilitar o uso da moeda brasileira em transações internacionais”. Também, as instituições financeiras autorizadas a funcionar pelo Banco Central poderão usar os recursos para alocar, investir, financiar ou emprestar no território nacional ou estrangeiro.

A lei do câmbio ainda abre maior possibilidade de pagamento em moeda estrangeira de obrigações devidas no território nacional e passa a permitir pagamentos de contratos de arrendamento mercantil (leasing) feitos entre residentes no Brasil, se os recursos forem captados no exterior.

Pelo novo marco cambial, algumas atribuições do Conselho Monetário Nacional (CMN) são transferidas para o Banco Central, “como a regulação das operações de câmbio, contratos futuros de câmbio usados pelo Banco Central e a organização e fiscalização de corretoras de valores de bolsa e de câmbio”.

Fonte: Suno