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Dica aos jovens: sejam ambiciosos e parem de perder tempo com o sistema educacional convencional

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Foto: Jordan Elliott/Unsplash

Aproveitando férias com a família, depois de um dia de muita diversão, comecei uma aula com meus filhos (13 e 15 anos) sobre mercado digital, o potencial da internet e o oceano de oportunidades que este novo mundo apresenta.

Logo após a aula, eles me fizeram uma pergunta:

Pai, diante do que você acabou de apresentar, por que as pessoas saem de casa, passam um tempão no trânsito para chegar a um escritório para trabalhar 10 horas por dia, para em seguida voltarem para casa num enorme engarrafamento em troca de um salário geralmente baixo?

Minha resposta não poderia ser mais simples e direta:

Porque a escola não ensina para elas o que estou ensinando agora para vocês. Ao contrário, a escola ensinou para elas que todos precisam e dependem de um salário para sobreviver e, por isso, muitos se sujeitam a esse estilo de vida.

Outro dia, um conhecido me fez essa pergunta:

Flávio, eu não paro em nenhum emprego. Que conselho você me dá?

Respondi:

Quem disse que você precisa de um emprego fixo? Abra sua mente para um novo mundo e liberte-se deste mundinho comum que o sistema insiste em lhe enfiar goela abaixo.

E, todas as vezes que falo sobre isso, alguém me pergunta:

Mas, Flávio, se todo mundo pensar assim, não vai ter mais gente para trabalhar nas empresas…

Sempre respondo:

Jamais todos vão pensar assim, pois nem todos terão a coragem de sair do fluxo da boiada. Lá, a maioria se sente ilusoriamente mais segura.

Para começar, fique longe do sistema educacional convencional

Aparentemente, as pessoas ainda não se deram conta de como o sistema de ensino convencional, cujo currículo é totalmente comandado pelo governo via Ministério da Educação, condicionou as grandes massas à inércia intelectual. Quando não estão doutrinando idéias revolucionárias de inspiração claramente marxista, apenas ensinam que o ápice da sua aspiração deve ser ou um concurso público ou um emprego de carteira assinada.

A maioria segue esse fluxo sem questionar. Vivem desse jeito porque seus pais viveram assim e seus avós também. Por terem se acostumado ao cativeiro, imaginam-se brutalmente inseguras fora dele. A ideia de voarem com suas próprias asas e de caçarem sua própria comida literalmente as aterroriza. Sentem-se com medo de ficarem sem o alpiste e a água no copinho que consomem diariamente dentro de sua gaiola. 

Sim, a escola e a faculdade — ou seja, todo esse sistema de ensino retrógrado — estão formatadas para formar empregados, e não para criar empreendedores. E isso naquelas instituições consideradas de excelência. Nas instituições públicas há a prevalência do fator político voltado para o controle das massas, que usa a prerrogativa do currículo ministrado pelo governo para doutrinar politicamente jovens dizendo se tratar de “causas sociais”.

Resultado desse show de horrores: de um lado, um amontoado de jovens desperdiçando seu grande potencial fazendo concursos públicos (para então viver sugando os impostos dos mais pobres); de outro, mais um amontoado de jovens sem nenhuma experiência prática disputando a tapa as vagas de emprego no mercado de trabalho, o que exerce uma pressão para baixo no valor dos salários.

Consequentemente, por não terem experiência prática e por causa da enorme oferta de mão-de-obra, aqueles que conseguem a vaga de emprego recebem salários baixos. E reclamam.

O que eles aparentemente não entendem é que você não ganha um salário de acordo com sua pessoa ou carisma, mas sim de acordo com sua capacidade de gerar valor. Acima de tudo, de acordo com sua raridade. Um bom professor é muito importante, mas o Messi é mais raro e, por isso, é disputado por muitos clubes; e, como consequência desse leilão, ganha muito mais.

E fazer-se raro é sempre uma consequência de ter a coragem de sair voando de sua gaiola. Dentro dela, você vale muito menos. Você é apenas mais um na multidão de escravos modernos que têm um estilo diferente dos escravos de antigamente. Esses, antes da carta de alforria, tinham até moradia e comida pagos pelo seu dono. Hoje, os escravos modernos se endividam junto aos bancos do governo para passar os próximos 30 anos pagando por um apartamento, entram no rotativo do cartão de crédito até para fazer compras no supermercado, pagam uma quantia obscena de impostos, pensam que a CLT é um benefício que lhes dá alguma segurança, pagam contribuição sindical para sustentar pelegos controlados por partidos políticos, acreditam que as escolas e hospitais públicos são de graça, e acham normais as mordomias dos donos da corte.

Ao final da vida, sem poupança acumulada, enfrentam a triste fila do INSS para receber uma aposentadoria gerenciada pelo governo — que, a cada ano, aumenta o prazo mínimo para receber o benefício e diminui o reajuste.

O máximo que lhes é permitido é ir para o trabalho resmungando na segunda-feira ou depois de um feriado.

É algum pecado ser empregado? Claro que não. Eu mesmo tenho milhares deles. É um enorme desperdício, isso sim, você acreditar que não tem alternativas e, consequentemente, pautar sua vida pela lavagem cerebral pela qual passou dentro do sistema de ensino.

O que eu faria se tivesse 18 anos

Recentemente, alguém me perguntou: “Flávio, se você tivesse minha idade (18 anos), com seu conhecimento e experiência, o que você faria?

Respondi:

1. Para começar, jamais teria um emprego de carteira assinada.

2. Jamais me envolveria com pirâmides que prometem ganhos fáceis.

3. Venderia algum produto. Qualquer um: picolé, bala, bombom, relógio, pão etc. Escolheria o produto com o qual mais me identifico e estudaria tudo sobre ele.

4. Em uma segunda fase, depois de conquistar um pouquinho de capital, criaria modelos recorrentes de venda desse produto, tipo um serviço de entrega de pães todas as manhãs para os consumidores associados. Eu me dedicaria a vender esse plano. Tudo sem muito capital, mas que me permitisse começar pequeno e sonhar grande e com escala.

5. Viveria com não mais do que 50% do que ganhasse para ampliar meu capital de giro.

6. Estudaria, com grande afinco, todas as fases do processo a fim de começar a fabricar meu próprio produto, e investiria em minha própria marca.

7. Ampliaria meu mix de produtos.

8. Criaria canais de distribuição alternativos. Por exemplo, franquias, online, venda direta, B2B etc.

9. No auge da companhia, venderia para um fundo, banco ou concorrente, embolsando uma enorme liquidez.

10. Com 5% do capital conquistado, começaria tudo de novo e investiria os 95% em investimentos conservadores.

Os problemas mais frequentes

1. O sistema de ensino convencional não prepara para nada isso.

2. A sociedade discrimina os que começam esse tipo de jornada, mas bajula os que chegam ao final dela.

3. As pessoas têm medo de sair do quadrado.

4. Você raramente terá apoio se disser que não quer mais seguir a boiada — isto é, fazer faculdade para conseguir um diploma.

5. Capital é bom, mas é possível conquistá-lo vendendo.

6. Pessoas convencionais têm preconceito com vendas.

7. Muitos, ao conquistarem seu primeiro sucesso, querem logo comprar um carro zero como sinal de status. Em vez de ampliarem seu capital de giro, ampliam suas dívidas.

8. Outros ficam apegados ao negócio que criaram e, assim, perdem o timing para vendê-lo.

9. Lucro não é pecado e sonhar não é para alienados.

10. Você irá atrair interesseiros. Saiba distinguir quem é quem nesse jogo.

Teoria e prática

Muitos desavisados, quando leem isso, pensam que é tudo apenas blá-blá-blá teórico, e imediatamente disparam: “Falar é fácil, mas a prática não é tão simples assim”.

Bem, nos últimos 20 anos, fundei uma dezena de empresas. Comecei minha vida vendendo relógios do Paraguai e, em seguida, vendi curso de inglês. Hoje, vendo empresas. Não, não é nada simples, mas de uma coisa eu tenho a certeza: se eu tivesse 18 anos de idade com o conhecimento que tenho hoje, certamente não seguiria a boiada nem o modelinho convencional para o qual a grande multidão é diariamente treinada dentro das escolas e universidades.

Se a mim for dado o privilégio de viver por mais algumas décadas, eis o que gostaria que meus olhos testemunhassem:

a) que meus filhos, como eu, nunca tenham uma carteira de trabalho assinada;

b) que eles nunca dependam de governo e que voem com suas próprias asas, sem medo e sem serem tolhidos pelo sistema de ensino (quanto a isso, eles já colocam a escola em seu devido lugar: pouca ou nenhuma significância em sua educação).

Como minha esfera de influência direta são apenas meus filhos, minhas pretensões se restringem apenas a eles.

Quanto a você, não aceite nada menos que o seu potencial possa lhe dar. E faça por merecer. Não se permita ser doutrinado por ambiciosos lobos vestidos de cordeiro, seja nas redes sociais, nas escolas e universidades, ou nos palanques da vida.

Viva seu sonho e coloque-o em prática, ainda que tenha de lidar com os medíocres de plantão que pensam que voar é para pássaros alienados que seguem modismos. Modismo mesmo é seguir a manada e viver de alpiste pelo resto da vida.


Flávio Augusto é um dos principais ícones do empreendedorismo no Brasil. Fundou a Wise Up e, mais tarde, o Ometz Group, que englobou uma série de empresas fundadas por ele e em 2013 foi vendido para a Abril Educação, da qual passou a ser sócio. No mesmo ano, adquiriu o Orlando City, clube da principal liga norte-americana de futebol. É também o idealizador do Geração de Valor, projeto focado em inspirar jovens que estão iniciando a carreira e desejam chegar mais longe, aprendendo com a experiência de um empreendedor de sucesso. Fundou também o MeuSucesso.com e a T-BDH Capital. Ouça seu podcast para o IMB.

Fonte: Mises Brasil

Conselho Federal de Medicina regulamenta a cirurgia robótica

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Foto: NCI/Unsplash

Foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira (28) a resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), regulamentando os novos procedimentos médicos no Brasil com o uso de plataforma robótica. Segundo a resolução, a cirurgia Robô-Assistida é modalidade de tratamento cirúrgico a ser utilizada por via minimamente invasiva, aberta ou combinada, para o tratamento de doenças em que já se tenha comprovado sua eficácia e segurança.

Assinado pelo presidente e pela secretária do conselho, respectivamente os médicos Mauro Luiz de Britto Riberio e Dilza Ambrós Ribeiro, o documento, aprovado na sessão plenária do CFM do dia 23, leva em consideração o tratamento cirúrgico com o uso de plataforma robótica aprovado pelo Food and Drug Administration (FDA), em 2000, nos Estados Unidos, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em 2008, e pelo National Institute for Health and Care Excellence (Nice), em 2015, na França.

“O Food and Drug Administration, em 2019, reconheceu a cirurgia robótica como importante opção terapêutica, segura e efetiva, quando usada de forma apropriada e com treinamento completo adequado, tendo recomendado que hospitais, médicos e equipes tenham credenciais apropriadas para cada plataforma utilizada”, justificou o conselho.

Pacientes

Considerada como de alta complexidade, os pacientes submetidos a esse tipo de procedimento deverão ser esclarecidos sobre seus riscos e benefícios, sendo obrigatório a elaboração de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para a realização da cirurgia. “Os hospitais, ao implantarem Serviço Especializado de Cirurgia Robótica, devem estar estruturados e equipados para realizar procedimentos de alta complexidade, tendo como objetivo oferecer toda segurança ao paciente”, diz o documento.

Qualificação

Quanto à qualificação dos médicos, a resolução traz um amplo rol de exigências. Para realizar esse tipo de cirurgia, segundo o CFM, obrigatoriamente o médico deverá ser portador de Registro de Qualificação de Especialista (RQE) no Conselho Regional de Medicina (CRM) na área cirúrgica relacionada ao procedimento. “Estes cirurgiões devem possuir treinamento específico em cirurgia robótica durante a Residência Médica ou capacitação específica para a realização de cirurgia robótica”, ressalta a resolução.

No caso de cirurgiões principais na fase de treinamento, o documento diz que após completada a etapa básica de capacitação, ele só poderá realizar cirurgia robótica sob supervisão e orientação de um cirurgião-instrutor nesse tipo de procedimento. A autonomia para realizar cirurgia robótica sem a participação do cirurgião-instrutor em cirurgia robótica será permitida apenas após comprovação de conclusão e aprovação no treinamento com cirurgião-instrutor, tendo o médico realizado um mínimo de 10 cirurgias robóticas.

“A responsabilidade da assistência direta ao paciente é do cirurgião principal em relação ao diagnóstico, indicação cirúrgica, escolha da técnica e via de acesso, além das complicações intraoperatórias e pós-operatórias”, ressalta a resolução. Sobre a responsabilidade do cirurgião-instrutor em cirurgia robótica, a resolução define que caberá a esse profissional apenas a orientação no manejo do robô e avaliação da competência do cirurgião principal e “não participará de forma direta da assistência ao paciente”.

Para atuar como cirurgião-instrutor em cirurgia robótica, o médico deve comprovar ter realizado um número mínimo de 50 cirurgias robóticas na condição de cirurgião principal. Caso considere necessário, em benefício do paciente, esse profissional terá autonomia para interromper a modalidade robô-assistida.

Responsabilidades

O diretor técnico do hospital onde será realizada a cirurgia robótica é o responsável por conferir a documentação que garante a capacitação e competência do cirurgião principal, do cirurgião-instrutor em cirurgia robótica e dos demais médicos membros da equipe.

Em relação à telecirurgia robótica, que é a realização de procedimento cirúrgico a distância com utilização de equipamento robótico, o CFM estabeleceu que somente poderá ser realizada com infraestrutura adequada e segura de funcionamento de equipamento, banda de comunicação eficiente e redundante, estabilidade no fornecimento de energia elétrica e segurança eficiente contra vírus de computador ou invasão de hackers.

“A equipe médica cirúrgica principal para a telecirurgia deve ser composta, no mínimo, por médico operador do equipamento robótico (cirurgião remoto), cirurgião presencial e cirurgião auxiliar”, diz a resolução.

Nesse caso, o cirurgião remoto também deve ser portador de RQE na área correspondente ao ato cirúrgico principal, com registro profissional médico no CRM de sua jurisdição. “O cirurgião presencial será o responsável pela assistência direta ao paciente e deve ser portador de RQE na área correspondente ao ato cirúrgico principal e estar capacitado para assumir a intervenção cirúrgica em situação emergencial ou em ocorrências não previstas, como falha no equipamento robótico, falta de energia elétrica, flutuação ou interrupção de banda de comunicação”, prevê o documento.

Ainda segundo o CFM, a telecirurgia robótica deve ser explicitamente consentida pelo paciente ou seu representante legal e realizada por livre decisão e responsabilidade dos médicos envolvidos no ato cirúrgico, sendo obrigatório autorização por escrito do diretor técnico do hospital onde a cirurgia será realizada.

Agência Brasil

Portal sobre ecossistema de inovação agro no país é lançado

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Imagem: Jorge Quintão/Multiverse

Informações sobre o ecossistema de inovação da agropecuária brasileira e principais iniciativas em curso no país agora estão reunidas no Agro Hub Brasil. O novo portal traz números de agtechs – startups do setor agropecuário- de hubs de inovação, além de informações sobre parques tecnológicos, incubadoras e aceleradoras de empresas.

“O Agro Hub Brasil vem preencher uma lacuna, pois muito já se sabia do que estava acontecendo no campo referente à transformação digital, mas não havia um espaço que desse a visibilidade da grandeza desse processo. Para o futuro, a ideia é lançar chamadas online para que startups apresentem soluções para os desafios do Agro brasileiro, entre outras evoluções que devem acontecer ainda este ano”, disse o coordenador-geral de Inovação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Daniel Trento.

Ainda segundo Trento, o Agro Hub Brasil contribui para uma maior coordenação das ações em curso, sejam elas promovidas pelo ministério ou por outras instituições, além de integrar o compromisso do Mapa de promover e potencializar iniciativas de inovação que fortaleçam a aceleração da transformação digital no campo.

No Agro Hub Brasil, o usuário tem acesso a um calendário com as principais iniciativas do agro que acontecem no país, além de espaço dedicado ao produtor rural que deseja conhecer um pouco mais sobre a agricultura digital. Nesse espaço também estão disponíveis informações sobre conectividade em áreas rurais e aplicativos de celular com soluções para o dia a dia no campo e exemplos de uso das tecnologias digitas na agropecuária, além de explicações sobre linhas de apoio e fomento público e privado para as startups.

Para a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, a ferramenta será uma referência para o produtor acompanhar as ações de inovação em andamento no país, servindo, como exemplo, para aproximar os empreendedores do agro da captação de recursos para os projetos. “Vamos incluir nosso produtor rural na efervescência dos ambientes de inovação para que tenhamos mais e mais soluções para os desafios reais do nosso agro”, explicou.

Agência Brasil

Comércio exterior do agronegócio teve alta de 64,5% em fevereiro

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Foto: Loren King/Unsplash

O comércio exterior do agronegócio brasileiro registrou saldo positivo de US$ 9,3 bilhões na balança comercial em fevereiro deste ano. O volume é resultado das exportações do setor, que tiveram alta de 64,5% em fevereiro em relação ao mesmo mês de 2021 e atingiram US$ 10,5 bilhões. Houve contribuição também das importações, que atingiram US$ 1,2 bilhão, um avanço de 2,0% ante igual mês do ano anterior.

Já na balança comercial com produtos de todos os setores, os resultados indicam superávit de US$ 4,0 milhões. Os dados foram divulgados ontem (23), no Rio de Janeiro, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

A forte elevação dos preços internacionais das principais commodities [mercadorias] da pauta exportadora brasileira, em parte, explica a alta do valor das exportações de fevereiro, segundo o Ipea.

“Os preços internacionais da soja e do milho estão próximos das máximas históricas. Como resultado, em fevereiro o valor mensal das exportações ficou acima do registrado em qualquer mês de 2019 e 2020”, acrescentou o instituto.

Demanda aquecida

Os altos valores das exportações da carne bovina em 2022 devem se manter com a alta dos preços internacionais desse produto e com a demanda aquecida. Em sentido diferente, a exportação de carne suína sofreu impacto da queda nos preços internacionais, causada pela redução das importações da China, país em que este rebanho tem apresentado recomposição.

Em fevereiro, houve recuo de 48% nos envios de carne suína brasileira para a China na comparação com fevereiro de 2021. “A queda foi parcialmente compensada pelos demais destinos, todavia, fechou com volume exportado 12,7% inferior ao de fevereiro passado”, explicou o Ipea.

Depois de recuos mensais contínuos entre julho de 2021 e janeiro de 2022, o café teve crescimento nas quantidades exportadas. Foram justamente as exportações que ajudaram a conter o viés de valorização dos preços que durava desde o fim do ano passado. Esse cenário sofreu impacto com o começo da guerra entre Rússia e Ucrânia.

Dez dos quinze produtos acompanhados pelo grupo de conjuntura também apresentaram alta na quantidade exportada, além de elevação no valor da maior parte das commodities exportadas.

O complexo da soja e da carne bovina foi a principal contribuição para o desempenho de fevereiro com as maiores variações em relação a fevereiro de 2021: soja em grãos (137,0%), farelo de soja (52,8%), óleo de soja (30,0%) e carne bovina (42,0%). No entanto, a esperada queda de produção para a safra atual estimada pelo Instituto de Geografia e Estatística (IBGE) e pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) deve prejudicar a quantidade exportada do produto e de seus derivados em 2022.

O destaque no crescimento de 2,0% nas importações do agronegócio em fevereiro foi o trigo, principal produto da pauta, com avanço de 10,9% em quantidade e 26,5% em valor.

“A alta nos preços internacionais do grão vem sendo observada após o início do conflito entre Rússia e Ucrânia, dois dos maiores exportadores do produto. Mesmo com a estimativa de crescimento de 2,6% da produção brasileira estimada pela Conab, a demanda doméstica continuará não sendo atendida pela produção nacional e, por isso, as incertezas frente à produção e comercialização mundial do produto gerarão consequências para o mercado doméstico brasileiro este ano, principalmente nos produtos que usam o trigo como insumo, como pães e massas”, informou o Ipea.

Mudanças climáticas

Acrescentou que dois fatores têm contribuído para mudanças significativas no comércio mundial de commodities. Um deles são as mudanças climáticas e outros fenômenos como a La Niña [resfriamento anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico] e as estiagens que impactaram principalmente a produção de grãos, açúcar, café e proteína animal. O outro motivo é relacionado à incerteza quanto à oferta de diversos produtos comprometidos pela guerra entre Rússia e Ucrânia.

Ainda conforme o Ipea, países no entorno do conflito, como Bulgária e Hungria, reduziram ou suspenderam as exportações de grãos em consequência do risco de desabastecimento interno. Mas os preços dos ativos energéticos, metálicos e grãos tiveram fortes altas em março. Enquanto isso, açúcar, café, cacau e até mesmo a carne bovina, consideradas soft commodities, “interromperam a sequência de altas, revertendo em queda por causa da sua menor essencialidade em um cenário de conflitos”, finalizou.

Agência Brasil

Faturamento do setor de turismo tem alta de 22,9% em janeiro

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Foto: Davi Costa/Unsplash

O faturamento das empresas nacionais do setor do turismo atingiu R$ 15,3 bilhões em janeiro, 22,9% a mais que o registrado no mesmo mês de 2021. Já em comparação a janeiro de 2020, antes da pandemia de covid-19, o resultado foi 19,2% inferior, segundo dados divulgados pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

“Embora o setor tenha sido prejudicado pela variante Ômicron, a movimentação de turistas em razão do período tradicional de férias escolares ajudou a impulsionar o resultado do mês, além da base fragilizada de comparação”, diz o texto de nota explicativa da entidade.

De acordo com o levantamento da FecomercioSP, o resultado de janeiro foi influenciado principalmente pela aviação, que cresceu 60,6% no primeiro mês do ano, no contraponto anual. Contudo, o faturamento do setor aéreo foi 13,6% inferior ao patamar pré-pandemia.

O grupo serviços de alojamento e alimentação registrou o segundo maior crescimento em janeiro, alta de 14,7% na comparação anual, mas 19,2% abaixo do nível de faturamento pré-pandêmico. Já as atividades culturais, recreativas e esportivas registraram crescimento anual de 10,4%, mas queda de 21,6% em relação a janeiro de 2020.

Agência Brasil

Imposto de importação de etanol e de seis alimentos é zerado

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Foto: Wassim Chouak/Unsplash

Até o fim do ano, o etanol e seis alimentos não pagarão imposto para entrarem no país. A redução a zero das alíquotas foi anunciada ontem à noite (21) pelo Ministério da Economia, após reunião extraordinária do Comitê-Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex).

A medida beneficia os seguintes alimentos: café, margarina, queijo, macarrão, açúcar e óleo de soja. Em relação ao etanol, a alíquota foi zerada tanto para o álcool misturado na gasolina como para o vendido separadamente. O imposto será zerado a partir de quarta-feira (23), quando a medida for publicada no Diário Oficial da União.

Segundo o secretário-executivo do Ministério da Economia, Marcelo Guaranys, a medida tem como objetivo segurar a inflação. “Estamos preocupados com o impacto da inflação sobre a população. Estamos definindo redução a zero da tarifa de importação de pouco mais de sete produtos até o final do ano. Isso não resolve a inflação, isso é com política monetária, mas gera um importante incentivo”, declarou.

De acordo com a pasta, a medida fará o preço da gasolina cair até R$ 0,20 para o consumidor. Atualmente, o litro da gasolina tem 25% de álcool anidro. Por causa da alta recente dos combustíveis, o governo espera que a redução da tarifa de importação praticamente zere os efeitos do último aumento.

“Nós temos uma estimativa que isso poderia levar a uma redução do preço da gasolina da ordem de R$ 0,20 na bomba. Isso é uma análise estática. Na prática, essa medida vai acabar arrefecendo a dinâmica de crescimento dos preços na ordem de R$ 0,20”, disse o secretário de Comércio Exterior, Lucas Ferraz.

Em relação aos produtos alimentícios, o Ministério da Economia informou que os produtos beneficiados são o que mais estão pesando na inflação, pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Esse indicador mede o impacto dos preços sobre as famílias de menor renda.

Atualmente, o café paga Imposto de Importação de 9%; a margarina, 10,8%; o queijo, 28%; o macarrão, 14,4%; o açúcar, 16%; o óleo de soja, 9% e o etanol, 18%.

Bens de capital

A Camex também aprovou a redução em mais 10%, até o fim do ano, o Imposto de Importação sobre bens de capital (máquinas usadas em indústrias) e sobre bens de informática e de telecomunicações, como computadores, tablets e celulares. A medida pretende facilitar a compra de equipamentos usados pelos produtores industriais e baratear o preço de alguns itens tecnológicos, quase sempre importados.

Em março do ano passado, o governo tinha cortado em 10% a tarifa para a importação de bens de capital e de telecomunicações. No total, o corte chega a 20%.

Até o início do ano passado, as tarifas de importação desses produtos variavam de zero a 16% para as mercadorias que pagam a tarifa externa comum (TEC) do Mercosul. Com a primeira redução, a faixa tinha passado de 0% a 14,4%. Agora, as alíquotas passaram de 0% a 12,8%.

Em novembro do ano passado, o governo reduziu em 10% a tarifa de 87% dos bens e serviços importados até o fim deste ano. Na época, o governo alegou a necessidade de aliviar os efeitos da pandemia de covid-19 e que a medida já havia sido acertada com a Argentina.

Segundo o Ministério da Economia, o governo deverá deixar de arrecadar R$ 1 bilhão com as medidas até o fim do ano.

Agência Brasil

Indústria da construção tem melhor fevereiro em dez anos

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Foto: Jay Ee/Unsplash

Ainda sob o fôlego da recuperação da economia, a indústria da construção registrou o melhor fevereiro em dez anos, divulgou hoje (21) a Confederação Nacional da Indústria (CNI). No mês passado, o indicador de atividade do setor ficou em 48,2 pontos, o maior nível para o mês desde 2012, quando estava em 49,4 pontos.

Mesmo com a melhoria o indicador ficou abaixo a linha de 50 pontos, que indica queda na atividade. Segundo a CNI, a queda na atividade é normal para o período.

Em relação ao índice que mede o emprego da indústria da construção, o indicador ficou em 49,2 pontos. Mesmo abaixo do ponto que indica crescimento, o indicador também está no melhor nível para fevereiro desde 2012. Em relação à intenção de investimentos, o índice subiu 1 ponto, para 44,6 pontos, e está no nível mais alto para meses de fevereiro desde 2014.

Segundo a CNI, a queda da atividade e das contratações em relação a janeiro faz parte do esperado para fevereiro. No entanto, a aproximação dos índices do nível de 50 pontos indica uma queda menos disseminada e menos intensa. A utilização da capacidade operacional atingiu 65% no mês passado, o que, segundo a entidade, indica um nível historicamente alto.

O Índice de Confiança do Empresário (Icei) da indústria de construção caiu 1,3 ponto, para 55,3 pontos. Por estar acima da linha de 50 pontos, que separa a confiança da falta de confiança, o índice indica que os empresários da construção ainda estão confiantes, embora o otimismo tenha recuado um pouco.

Foram entrevistadas 395 empresas para a Sondagem Indústria da Construção entre 3 e 11 de março. Desse total, 143 são de pequeno porte, 172 de médio porte e 80 de grande porte.

Agência Brasil

Desemprego recua para 11,2% no Brasil, menor taxa para janeiro desde 2016

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Foto: Jonathan Chen/Unsplash

Dados divulgados nesta sexta-feira (18) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostraram que a taxa de desemprego no Brasil recuou para 11,2% no trimestre encerrado em janeiro de 2022. No trimestre anterior, a taxa de desemprego era de 12,1%.

  • Segundo o dado oficial do governo, que 12 milhões de trabalhadores estavam desocupados, queda de 6,6% na mesma comparação, o que representa uma redução de 858 mil pessoas.
  • No confronto com o mesmo período do ano anterior, a queda no percentual de desocupados é de 18,3%, o que representa 2,7 milhões de pessoas a menos em busca de trabalho.

A pesquisa também mostra que aproximadamente 95,4 milhões de pessoas estavam ocupadas, uma alta de 1,6%. Já o nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) foi estimado em 55,3%, mais 0,7 ponto percentual frente ao trimestre anterior.

A população desalentada, pessoas que querem trabalhar, mas abrem mão de procurar emprego por entenderem que irão perder tempo, já que não encontrarão o que desejam, (4,8 milhões de pessoas) teve redução de 6,3% (menos 322 mil pessoas) em relação ao trimestre anterior e de 18,7% (menos 1,1 milhão de pessoas) na comparação anual. O percentual de desalentados na força de trabalho ou desalentada (4,2%) registrou variação de -0,3 ponto percentual. frente ao trimestre anterior (4,5%) e de -1,2 p.p. frente ao o mesmo trimestre do ano anterior (5,4%).

Para acessar os dados da pesquisa do IBGE clique aqui.

Fonte: Bloomberg Línea

Pesquisadores descobrem compostos que inibem fungo que ataca canaviais

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Foto: Benjamin Jopen/Unsplash

Uma pesquisa do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) descobriu compostos bioativos capazes de inibir o crescimento e até causar a morte do fungo Thielaviopsis ethacetica, causador de uma das cinco pragas mais frequentes em canaviais, conhecida como “podridão abacaxi”. O estudo foi publicado na revista Enviromental Microbiology.

O fungo é capaz de impedir a germinação de mudas da cana ou retardar seu desenvolvimento, deixando as áreas afetadas com grandes falhas. O nome da doença se deve à fermentação gerada pelo fungo, com odor característico semelhante ao de abacaxi. O microorganismo costuma penetrar no caule das plantas através dos ferimentos provocados durante o plantio ou colheita mecanizada. 

Os compostos bioativos capazes de inibir ou matar esse fungo foram encontrados em três tipos de bactérias que fazem parte do acervo de sete mil microorganismos do Laboratório Nacional de Biorrenováveis (LNBR). Quando as moléculas bioativas, presentes nessas bactérias, foram testadas, foi observada uma inibição total do crescimento e morte do fungo.

No Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), responsável pela operação do acelerador de partículas Sirius, análises por espectroscopia confirmaram que as biomoléculas causavam danos ao DNA do fungo. “Essa ferramenta é muito importante para abordar diversos desafios similares da agricultura. Devido à alta sensibilidade da técnica é possível detectar interações moleculares mesmo em microorganismos complexos como fungos”, explica o pesquisador Francisco Maia, um dos autores do estudo.

O Brasil é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar. Na safra 2020-21, foi responsável pela produção de 654,5 milhões de toneladas, destinadas à produção de 41,2 milhões de toneladas de açúcar e 29,7 bilhões de litros de etanol.

A pesquisa, que contou com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), pode ser encontrada, na íntegra

Agência Brasil

Correios registram lucro de 3,7 bilhões, melhor resultado em 22 anos

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Foto: Alex Padurariu/Unsplash

Os Correios registraram lucro de R$ 3,7 bilhões em 2021, valor que representa o dobro do registrado em 2020 e representa o melhor resultado nos últimos 22 anos. Esse foi o terceiro ano seguido de ganhos na estatal, que aumentou o volume de operações e receitas durante a pandemia de covid-19.

Os números foram apresentados hoje (17) pela estatal. Segundo o presidente dos Correios, Floriano Peixoto, a melhoria nos resultados decorreu do saneamento financeiro e das medidas de sustentabilidade econômica executadas nos últimos anos.

“As medidas adotadas ao longo dos dois últimos anos e meio, mesmo sendo consideradas austeras, além de necessárias, se comprovaram eficazes. Elas possibilitaram priorizar objetivos, reformular serviços, reduzir despesas e aumentar receitas”, disse Peixoto, em cerimônia de apresentação do balanço da estatal no ano passado.

O presidente dos Correios ressaltou que a empresa conseguiu crescer, apesar dos obstáculos impostos pela pandemia. “Consideremos que, em 2021, ocorreu a maior Black Friday dos últimos anos no que se refere ao volume de encomendas. Mesmo com as dificuldades inerentes à pandemia, toda a demanda decorrente do aumento de transações no período foi absorvida pelos Correios”, destacou.

Peixoto comparou a evolução da empresa desde o início da gestão, em junho de 2019. Na época, disse ele, a empresa corria o risco de tornar-se dependente do Tesouro Nacional. Como medidas para recuperar as finanças da companhia, ele citou ajustes na direção da administração central e das superintendências estaduais, planejamento econômico para sanear a empresa em seis meses, suspensão de contratos de consultoria e revisão dos maiores contratos.

Ele também mencionou a reavaliação das condições das diretorias e o estreitamento do contato com órgãos federais, como Tribunal de Contas da União, Controladoria-Geral da União, Procuradoria-Geral da República, Polícia Federal, entre outros.

Saúde financeira

O presidente da estatal evitou comentar o processo de privatização dos Correios. Apenas disse que a empresa hoje tem condições de competir no mercado. “Embora a saúde financeira da estatal hoje esteja em melhor situação que a verificada há três anos e ainda não tenha atingido o patamar necessário para garantir a perenidade dos negócios, é possível afirmar que o alcance de taxas de crescimento equivalentes ou superiores às do mercado se dará com mais rapidez”, declarou.

Em relação aos gastos com pessoal, a empresa ressaltou que as mudanças no acordo coletivo de trabalho dos empregados proporcionaram economia de cerca de R$ 1,3 bilhão ao ano. Além disso, os dois planos de demissão incentivada efetuados durante a gestão atual resultaram em economia de R$ 2,1 bilhões na folha de pagamento.

A empresa apresentou metas de médio e longo prazo, apesar do programa de privatização em curso. Nos próximos cinco anos, a estatal quer dobrar o volume de encomendas, o resultado da receita, triplicar o patrimônio líquido; manter em dois dígitos a margem Ebtida (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização). No ano passado, os Correios registraram Ebtida de R$ 3,1 bilhões, crescimento de 113% em relação a 2020.

Agência Brasil