Início Site Página 31

Brasil lança novo sistema de preços de transferência

0
Foto: Michael Descharles/Unsplash

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse na terça-feira (12) que a criação de um novo sistema de preços de transferência pelo Brasil representa “um passo decisivo” para o acesso do país à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

O sistema de preços de transferência é um procedimento pelo qual as multinacionais movem lucros de um país para outro, em geral de suas filiais em direção à matriz, ou para países onde as legislações possibilitam tributações mais favoráveis, como é o caso de paraísos fiscais.

Segundo o Ministério da Economia, o novo sistema de preços de transferência é resultado de projeto iniciado em 2018, “que examinou as semelhanças e diferenças entre as abordagens de preços de transferência brasileira e da OCDE e resultou no relatório de convergência para o padrão OCDE”.

“O antigo sistema deixava em aberto possibilidade de bitributação, que atingiria empresas europeias que queriam investir no Brasil. No outro extremo, [possibilitava] a evasão fiscal, que é a transferência de lucros entre diferentes jurisdições”, explicou Paulo Guedes durante a apresentação do novo sistema.

“O grande avanço de hoje evitará dois males: o da tributação excessiva, que impede investimentos; e o mal da evasão, através de transferência de lucros para legislações que tenham tributações mais favoráveis”, acrescentou.

Imposto mínimo

Segundo Guedes, a comunidade global “se abraça” por meio dessas práticas. “Quero enfatizar o momento especial em que isso acontece”, disse ao lembrar que a negociação do novo acordo tributário global “é de imposto mínimo sobre as grandes multinacionais”.

Ele reafirmou que o Brasil está “bastante avançado nessa reta final de acesso à OCDE”, e que o passo dado hoje é “decisivo” para esse acesso, uma vez que ajuda o país a convergir com os padrões internacionais.

“Queremos, com esse passo inicial no novo sistema, lubrificar os canais de investimentos para o Brasil se beneficiar dos investimentos que a Europa vai fazer em busca de novas áreas de investimentos para segurança energética e alimentar”, argumentou, após citar o atual cenário geopolítico daquele continente em meio a pressões políticas, sansões econômicas e rupturas agravadas pela guerra entre Rússia e Ucrânia.

Agência Brasil

Moody’s: Brasil não corre risco de dar calote na dívida pública

0
Foto: Heidi Fin/Unsplash

A agência de classificação de risco Moody’s manteve a nota da dívida pública brasileira, com perspectiva estável, sem chances de mudanças em breve. A decisão foi divulgada no fim da tarde desta terça-feira (12).

A perspectiva estável significa que a agência não pretende mudar a nota do país na próxima análise. Atualmente, a Moody’s concede nota Ba2 para o Brasil, dois níveis abaixo do grau de investimento, garantia de que o país não corre risco de dar calote na dívida pública.

Em comunicado, a agência explicou que a manutenção da nota da dívida pública brasileira se justifica por três fatores. O primeiro foram mudanças estruturais nas políticas fiscal e monetária adotas nos últimos anos, com destaque para a autonomia do Banco Central e a reforma da Previdência.

O segundo fator foi a melhora das contas públicas. Com a arrecadação federal batendo recorde, o governo tem obtido déficits primários mais baixos. Segundo a Moody’s, isso amenizará o impacto do aumento da taxa de juros na dívida pública. O terceiro motivo para a manutenção da nota foi o grande volume de reservas internacionais do Brasil, que fortalece a posição externa no país.

“A perspectiva estável reflete as expectativas da Moody’s de que as reformas no arcabouço fiscal e de política monetária realizadas recentemente são estruturais por natureza e serão em grande parte preservadas, contra o risco de derrapagem fiscal e o impacto do fraco crescimento sobre a consolidação fiscal”, destacou a agência em comunicado.

Segundo a Moody’s, o Brasil mostrou forte resiliência após a pior fase da pandemia de covid-19, com o Produto Interno Bruto (PIB) crescendo 4,6% em 2021. A agência considera que o país retomou o impulso em relação à aprovação de reformas estruturais da economia e elogiou reformas que reduziram a burocracia no ambiente de negócios, o desinvestimento em ativos do governo federal (concessões e privatizações) e o aumento do investimento privado no setor de infraestrutura.

Desde o início de 2017, a Moody’s classifica o país dois níveis abaixo do grau de investimento. A nota é melhor que a de outras agências. Desde janeiro de 2018, a S&P Global enquadra o Brasil três níveis abaixo do grau de investimento, mesma nota concedida pela Fitch, outra das principais agências de classificação de risco.

Agência Brasil

Turismo e exportação geraram mais empregos no país

0
Foto: Linoleum Creative Collective/Unsplash

Municípios com vocação turística ou que se destacam na produção e exportação de commodities (produtos agrícolas e minerais comercializados no mercado internacional) estão contribuindo para a redução do desemprego no país, revela pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O levantamento analisou os 5.570 municípios do país, dos quais foi feita uma seleção de cidades que empregam pelo menos 10 mil trabalhadores formais. O resultado encontrado abrangeu mais de 660 municípios.

“A gente analisou município a município como evoluiu o estoque de empregados”, disse à Agência Brasil o economista da CNC Fabio Bentes. Foi considerado o período de julho de 2020, quando o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) começou a registrar saldos positivos, depois da primeira onda da pandemia do novo coronavírus (covid-19), até fevereiro de 2022.

Em um ranking dos 20 municípios que mais geraram vagas de emprego, em termos relativos, os pesquisadores da CNC observaram que 15 deles são polos turísticos ou polos produtores e exportadores de commodities. “Dos 20, dez são turismo, como Porto Seguro (BA), Araruama (RJ), Balneário Camboriú (SC), entre outros”. Em termos de commodities, predominam os municípios com atividade de mineração.

Destaques

De acordo com a sondagem, Canaã dos Carajás (PA) foi o município com maior variação positiva de ocupações no mercado de trabalho formal durante o período: 66%, ou o equivalente à criação de 7.370 vagas. Já as quatro cidades nas posições seguintes do ranking são localidades com vocação turística: Porto Seguro (BA) registrou avanço de 52% (10.019); seguido por Vacaria (RS), com 44% (7.164); Araruama (RJ), com 39% (5.019); e Ipojuca (PE), com 37% (7.452). As commodities agrícolas também foram destaques nos municípios de Pederneiras (SP), com elevação de 23% dos postos de trabalho (2.590) e Santo Antônio de Jesus (BA), também registrando avanço de 23% (4.152), nos quais predominam as produções de açúcar e citricultura, respectivamente.

Segundo Fabio Bentes, a conclusão é que o efeito da retomada da economia, depois das fases mais agudas da pandemia, privilegiou municípios produtores de commodities e, no caso do turismo, setor que mais sofreu na pandemia, observou-se que, nesse momento, tende a acumular a geração de postos de trabalho nos últimos 20 meses, e é o que tem se recuperado de forma mais evidente. “Foi o que mais apanhou durante a pandemia, mas em compensação, e justamente por conta disso, é o que tem mais potencial de regeneração do mercado de trabalho”, disse Fabio Bentes.

O economista disse que olhando pelo Caged, o mercado de trabalho brasileiro gerou, nesse período de 20 meses, mais de 4,44 milhões de vagas, o que demonstra avanço de 12% no estoque de todos os municípios. “Mas a gente teve municípios com taxa de crescimento de 70%, 50%, 40%. Ou seja, um indício de que, passadas as fases mais agudas da pandemia, o turismo, de certa forma, está conseguindo se regenerar”.

Bentes destacou que o setor ainda não voltou a empregar a mesma quantidade de pessoas que empregava antes da pandemia, da ordem de 3 milhões de trabalhadores em atividades turísticas. Hoje, está na casa de 2,8 milhões.

“É um setor que tem potencial de recuperação, mas por conta da deterioração das condições econômicas, como inflação alta, juros altos, determinados serviços com preço variando de forma significativa tendem a colocar um freio nessa tendência de recuperação. Sai de cena a crise sanitária e entra em cena essa deterioração das condições econômicas. Daí o Índice de Preços ao Consumidor Amplo [IPCA] de 11%, que prejudica o setor de turismo”, explicou. O economista não descartou, entretanto, que o número de empregados contratados pelo setor de turismo retorne a patamares anteriores à pandemia. Mas tudo vai depender da melhora da economia, do não surgimento de uma nova onda da covid-19.

Fabio Bentes disse que após a criação de 2,76 milhões de vagas em 2021, ano em que a economia brasileira cresceu 4,6%, a perspectiva de avanço mais modesto do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, da ordem de 0,5%, deverá levar à geração de menos postos de trabalho. Diante desse cenário, a CNC projeta para este ano saldo positivo de 1,61 milhão de vagas de trabalho formais.

Agência Brasil

Governo pode usar excesso de arrecadação para corrigir tabela do IR

0
Foto: Prince David/Unsplash

Pelo menos uma parte do excesso de arrecadação decorrente da recuperação da economia poderá ser usado para corrigir da tabela do Imposto de Renda Pessoa Física, disse o ministro da Economia, Paulo Guedes. Em evento corporativo, ele também prometeu uma nova redução do Imposto de Importação.

“Conversamos se corrigimos a tabela do IR agora ou deixamos para primeira ação de novo governo. Não queremos usar toda a alta de arrecadação de uma vez. Vamos devolver apenas parte para não corrermos riscos fiscais”, declarou o ministro durante a conferência virtual.

De acordo com o ministro, a equipe econômica também gostaria de usar a melhoria da arrecadação para financiar a renegociação de dívidas do Simples Nacional e a isenção para investidores estrangeiros. Ele, no entanto, disse que a alteração de medidas econômicas pela ala política do governo nem sempre viabilizam essas medidas.

“Ficam com a parte boa das medidas e retiram a parte ruim, que é a fonte de recursos. Com isso, acabamos tendo que vetar medidas por bater cabeça no governo”, explicou Guedes.

IPI

Em relação à desoneração das importações, o ministro disse que o governo pretende promover uma nova rodada de redução de 10% no Imposto de Importação, mas ressaltou que a medida depende de acordo para o corte adicional que fará o desconto no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) aumentar de 25% para 33%.

Segundo o ministro, 12 produtos devem ser contemplados com a redução das tarifas de importação. “Vamos abrir a economia respeitando nosso parque industrial. Se o outro governo for social democrata, ele que aumente os impostos. Para o próximo mandato, a prioridade é a reforma tributária no primeiro dia de trabalho”, explicou.

No início do mês, o governo prorrogou, por 30 dias, o corte de 25% no IPI. De acordo com Guedes, a equipe econômica queria elevar a redução para 33%, mas a medida foi travada porque os governadores não concordaram em reduzir o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre o diesel.

“Os governadores não reduziram o ICMS do diesel, como se comprometeram a reduzir. Zeramos o imposto do diesel do nosso lado e os governadores não fizeram do lado deles”, afirmou.

Greves

Em relação às pressões do funcionalismo federal por aumentos salariais, Guedes disse que a ideia é populista. Segundo ele, a concessão de qualquer reajuste num momento em que o país ainda se recupera da crise econômica gerada pela pandemia de covid-19 trará mais custos para as gerações futuras.

“Se começar a dar reajuste para todo mundo, estamos empurrando o custo para filhos e netos”, declarou. Na avaliação do ministro, a reposição das perdas da inflação não pode ser feita neste momento porque o “mundo viveu uma guerra” contra o novo coronavírus.

Agência Brasil

Pequenas empresas geram 220 mil empregos em fevereiro

0
Foto: Annie Spratt/Unsplash

Levantamento feito pelo Sebrae, com base em dados do novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), mostra que as micro e pequenas empresas (MPEs) apresentaram saldo positivo de geração de empregos em fevereiro.

Segundo a pesquisa divulgada hoje (7), os pequenos negócios foram responsáveis por 220.066 novos postos de trabalho no segundo mês de 2022, chegando a cerca de 67% do volume total, que inclui empreendimentos de todos os portes.

O setor de serviços foi o que mais contratou entre os micro e pequenos empreendimentos, somando 134.024 novos empregos. Na sequência, a construção civil registrou a abertura de 31.517 novos postos de trabalho.

Melhor desempenho

Entre as regiões brasileiras, as micro e pequenas empresas do Centro-Oeste foram as que obtiveram o melhor desempenho, abrindo 27 mil novos empregos a cada mil já existentes. A região Norte vem em seguida, com 20 mil contratações. Já a região Sul fechou o mês com 17 mil contratações. O Sudeste e o Nordeste, respectivamente, garantiram 14 mil e 12 mil novos postos de trabalho.

Segundo o Sebrae, no acumulado de 2022, as MPEs criaram 304.525 novas vagas, o que equivale a 63,5% de todo o volume de empregos gerados este ano.

Apesar do desempenho no mês, o Caged aponta que, no acumulado dos dois primeiros meses de 2021, os micro e pequenos negócios detinham 82,1% do volume de novas vagas. O resultado caiu em 2022, quando as MPEs registraram um índice de 68,7% no volume de novas vagas.

Agência Brasil

Minas Gerais atrai R$ 29 bilhões em investimentos no setor ferroviário

0
Foto: Samu Silva/Unsplash

O Plano Estratégico Ferroviário (PEF), do Governo de Minas, já está gerando resultados e colocando em prática a diversificação da matriz de transporte no estado, hoje concentrada no modal rodoviário.

Duas empresas assinaram, nesta quarta-feira (6/4), protocolos de intenção com a Invest Minas, Agência de Promoção de Investimentos do Estado de MG, para realizar aportes no setor. A assinatura foi durante o evento #VempraMinas Ferrovias, em Belo Horizonte, que contou com a presença do governador Romeu Zema. A expectativa sinalizada pela equipe da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico é a de que sejam criados 10 mil empregos somente com esses dois projetos.

Uma das empresas, a Macro Desenvolvimento, pretende construir uma ferrovia ligando o Porto Central, em Presidente Kennedy, no Espírito Santo, às regiões do Morro do Pilar e de Conceição do Mato Dentro à região de Sete Lagoas, e ainda um ramal entre Sete Lagoas e Anápolis (GO), com investimentos da ordem R$ 15 bilhões, sendo R$ 13 bilhões em Minas.

Já a Petrocity Ferrovias prevê a construção de três ferrovias: a Estrada de Ferro Planalto Central, a Estrada de Ferro Minas-Espírito Santo e a Estrada de Ferro Juscelino Kubitschek, que farão a ligação do Planalto Central e Minas Gerais ao terminal portuário de uso privativo localizado em São Mateus, no Espírito Santo. Serão investidos R$ 23,6 bilhões, sendo R$ 16 bilhões em Minas Gerais.

Futuro

O governador Romeu Zema afirmou que o desenvolvimento econômico depende de uma gestão séria e eficiente, pautada em ações que busquem desburocratizar a vida de quem quer investir e gerar empregos.

“Estamos completando 39 meses de governo e, hoje, damos mais um passo importante em direção a um futuro mais promissor. Especialmente em um estado do tamanho do nosso, o modal ferroviário é fundamental para que uma infraestrutura adequada atenda ao setor produtivo, fomentando negócios e gerando emprego e renda para os mineiros”, disse.

Créditos acumulados do ICMS

Durante o evento, Zema assinou decreto prorrogando para janeiro de 2025 a possibilidade de transferir créditos acumulados do ICMS como pagamento pela aquisição de locomotivas. O crédito pode ser repassado para a indústria fabricante da locomotiva que esteja situado em Minas.
Dirceu Aurélio / Imprensa MG

Investidores

O presidente da Macro Desenvolvimento Ltda, Fabrício Cardoso Freitas, explicou que a ferrovia é resultado da implementação de uma grande base portuária no Espírito Santo, chamado Porto Central.

“Este projeto já foi totalmente desenvolvido e licenciado. As obras começam no segundo semestre deste ano e, em função da capacitação portuária do Porto Central, solicitamos uma autorização para criar uma nova ferrovia. Precisamos de investimentos de infraestrutura no nosso país”, disse.

Já o presidente da Petrocity Ferrovias Ltda, José Roberto da Silva, afirmou que 66% de todos os traçados que serão construídos estarão em Minas Gerais.

“Estamos avançando com o apoio do Governo de Minas na implementação dos três trechos ferroviários (030, 355 e 456), que interligarão o porto de Urussuquara, na cidade de São Mateus, no Espírito Santo, à região Noroeste de Minas e ao Vale do Aço, e também ao estado de Goiás e ao Distrito Federal” explicou.

Vanguarda

Presente no evento, o secretário de Estado de Infraestrutura e Mobilidade, Fernando Marcato, afirmou que a realização destes investimentos na malha ferroviária de Minas mostra que o Estado está na vanguarda, e que finalmente o trem está voltando para Minas.

“Vamos fazer essa revolução não apenas na matriz mineira, mas na brasileira. Passaremos a ter um transporte mais sustentável, mais eficiente, gerando mais emprego e renda”, explicou.

O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio, lembrou que o Governo de Minas encerrou 2021 com a atração de R$ 211 bilhões em investimento. “Tenho certeza que com a infraestrutura sendo um dos pilares no desenvolvimento do Estado estes números vão aumentar muito. Só com estes protocolos assinados hoje teremos mais de 10 mil empregos criados”, comemorou.

Do montante atraído, R$ 80 bilhões deverão ser aplicados em ferrovias dentro do território mineiro ou que passam por Minas. O Ministério da Infraestrutura recebeu 80 requerimentos de implementação de novas ferrovias no país por meio do regime de autorização previsto no Marco Legal Ferroviário. Pelo menos 20 destes requerimentos estarão ou passarão por Minas.

Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade de Minas Gerais

Alzheimer: identificados 42 genes para conhecer melhor a doença

0
Foto: Mat Napo/Unsplash

Grupo de pesquisadores europeus identificou 75 áreas do genoma humano associadas à doença de Alzheimer, das quais 42 nunca tinham sido relacionadas à doença. A nova lista de genes oferece oportunidade para melhor compreensão dos processos degenerativos, assim como novas pistas para tratamento mais eficaz.

O estudo recolheu dados de 111.326 casos para caracterizar o quadro genético da doença de Alzheimer. Para estudo comparativo foram também analisados dados do genoma humano de 677.663 indivíduos saudáveis.

Os genomas foram fornecidos por clínicas em mais de 15 países da União Europeia e dados provenientes da Argentina, Austrália, do Brasil, Canadá, da Islândia, Nigéria, Nova Zelândia, do Reino Unido e dos Estados Unidos.

“Esse é um estudo de referência no campo da pesquisa do Alzheimer e é o resultado de 30 anos de trabalho”, disse a coautora do estudo Julie Williams, diretora do Centro de Pesquisa de Demência do Reino Unido, na Universidade de Cardiff.

Os 42 genes associados à doença indicam novos caminhos para combater sua progressão.

Se o tabagismo, a atividade física ou a dieta podem influenciar o risco de desenvolver o Alzheimer, Williams destaca que a genética pode também contribuir para a patologia.

“Sessenta a 80 por cento do risco de doença é baseado na nossa genética e, portanto, devemos continuar a procurar as causas biológicas e desenvolver tratamentos muito necessários para milhões de pessoas afetadas em todo o mundo”, observou.

Sistema imunológico
Além do já conhecido gene APOE e4 ou das proteínas de beta-amilóide e tau, na nova lista estão identificados genes associados a processos de inflamação e células do sistema imunilógico que podem danificar células cerebrais.

A análise detalhada de um regulador imunológico chamado Lubac, necessário ao corpo para ativar os genes e prevenir a morte celular, foi um dos pontos de partida.

O estudo descobriu que a microglia, célula do sistema imunológico no cérebro, que tem por missão “tirar o lixo” – limpar os neurônios danificados – desempenha papel fundamental em pessoas diagnosticadas com doença de Alzheimer.

Alguns dos genes descobertos podem fazer com que a microglia seja menos eficiente. Se essa célula perder eficácia, “a doença poderá ser acelerada”, disse Julie Williams.

O estudo identificou também genes associados à inflamação, que envolvem citocinas ou proteínas capazes de provocar a morte de células tumorais. O mau funcionamento dessas proteínas pode permitir que inflamações evoluam para tumores.

O corpo desencadeia processo inflamatório como mecanismo de defesa para matar agentes patogênicos. Desempenha também papel na remoção de células danificadas. O estudo encontrou um conjunto de genes associados às proteínas de Necrose Tumoral Alfa, como é denominado.

Durante a análise desses processos, a investigação encontrou uma proteína que se destacou no sistema imunológico para regular a inflamação. Embora o verdadeiro papel do processo químico seja reunir as defesas do corpo para a luta contra a infecção, essa reação também tem impacto em muitas doenças autoimunes, nas quais o corpo se volta contra si mesmo, como artrite reumatoide, psoríase, doença de Crohn e diabetes tipo 1, explicam os cientistas.

As interações genéticas foram encontradas pelo estudo e todas mostram que “a doença de Alzheimer é multifatorial, composta de diferentes patologias, e cada pessoa tem seu próprio caminho”, disse Richard Isaacson, diretor da Clínica de Prevenção de Alzheimer, do Centro de Saúde do Cérebro, da Faculdade de Medicina Schmidt da Florida Atlantic University.

“A doença se apresenta de maneira diferente e progride de maneira diferente em pessoas diferentes”, explicou Issacson.

Essas descobertas fornecerão aos cientistas novos indicadores e ferramentas para tratamentos, medicamentos e conselhos para alterações de estilo de vida, que podem reduzir o risco da doença cerebral, dizem os pesquisadores.

Para Isaacson, o futuro da doença de Alzheimer é a medicina de precisão e prevenção.

Agência Brasil

Estudantes da UnB lançam CubeSat ao espaço em parceria com a SpaceX

0
Imagem: UNB - AlphaCrux

A missão AlfaCrux, uma parceria educacional e radioamadora a caminho do espaço, que em parceria com a empresa norte-americana SpaceX lança um nanossatélite de comunicação desenvolvido por estudantes universitários.

O projeto é fruto de pesquisas de alunos de engenharia e professores da Universidade de Brasília (UnB) e tem o objetivo de testar e demonstrar na órbita do planeta Terra experimentos de comunicação via satélite.

Além da UnB, a missão envolve o financiamento da FAP-DF, Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF), com participação da Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec) e o apoio institucional da Agência Espacial Brasileira (AEB).

Estudantes lançam CubeSat ao espaço em parceria com a SpaceX – Divulgação/UnB

De acordo com a diretora substituta da Diretoria de Gestão de Portfólio da Agência Espacial Brasileira, Fernanda Lins, o CubeSat de 1U (10cmx10cmx10cm) pode trazer novas soluções de enlaces nas faixas de frequências de rádio amador.

“A solução é importante para realidades como a do país, com um território muito extenso e que possui áreas remotas nas quais ainda não há uma infraestrutura sofisticada de comunicação. Além disso, é uma solução de baixo custo, tanto de desenvolvimento quanto de lançamento e operação’’, explicou.

Segundo os pesquisadores, os dados coletados estarão disponíveis via internet e podem ser utilizados para pesquisas sobre a comunicação de radioamadores, comunidade, inclusive, que deve auxiliar o Laboratório de Simulação e Controle de Sistemas Aeroespaciais da UnB no monitoramento do CubeSat.

Para a diretora da AEB, além dos resultados científicos que são aguardados, a parceria entre o ambiente universitário e a empresa espacial é uma grande oportunidade de capacitação de estudantes em todo o ciclo de desenvolvimento de uma missão espacial.

O lançamento a bordo do foguete Falcon-9 aconteceu no Cabo Canaveral, na Flórida.

Segundo a empresa, a Trasporter-4 é a quarta missão dedicada a levar ao espaço pequenos satélites como o Alfacrux.

A missão foi batizada em referência à estrela Alpha Crucis, a mais brilhante da constelação Cruzeiro do Sul (Crux).

Mais imagens e vídeos no site da missão.

Agência Brasil

Balança comercial tem maior superávit para meses de março

0
Foto: Patryk Gauza/Unsplash

Embalada pela valorização das commodities (bens primários com cotação internacional), a balança comercial registra o melhor resultado positivo para meses de março desde o início da série histórica, em 1989. No mês passado, o país exportou US$ 7,383 bilhões a mais do que importou. Segundo o Ministério da Economia, isso representa alta de 19,3% em relação ao registrado em março do ano passado.

No primeiro trimestre, a balança comercial acumula superávit de US$ 11,313 bilhões. Isso representa 37,6% a mais que o registrado de janeiro e março do ano passado (US$ 8,087 bilhões). O saldo é o segundo melhor da história para o período, perdendo apenas para 2017, quando o superávit tinha ficado em US$ 13,016 bilhões nesse intervalo.

No mês passado, o Brasil vendeu US$ 29,095 bilhões para o exterior e comprou US$ 21,711 bilhões. Tanto as importações como as exportações bateram recorde em março, desde o início da série histórica, em 1989. As exportações subiram 25% em relação a março do ano passado, pelo critério da média diária. As importações aumentaram 27,1% na mesma comparação.

Um dos principais responsáveis pela recuperação do saldo comercial foi a valorização das commodities (bens primários com cotação internacional), que subiram em março em meio ao acirramento das tensões entre Rússia e Ucrânia. A estabilidade de algumas safras, principalmente a de soja, também contribuiu para o resultado.

No mês passado, o volume de mercadorias exportadas subiu apenas 1,8%, enquanto os preços aumentaram 17,2% em média na comparação com o mesmo mês do ano passado. Nas importações, a quantidade comprada caiu 7,1%, mas os preços médios subiram 29,5%.

Setores

Ao comparar o setor agropecuário, o aumento nos preços internacionais pesou mais nas exportações. O volume de mercadorias embarcadas caiu 4,5% em março na comparação com o mesmo mês de 2021, enquanto o preço médio subiu 33,4%. Na indústria de transformação, a quantidade subiu 7,2%, com o preço médio aumentando 19,3%. Na indústria extrativa, que engloba a exportação de minérios e de petróleo, a quantidade exportada caiu 7,1%, enquanto os preços médios ficaram estáveis, com leve alta de 0,6%.

Os produtos com maior destaque nas exportações agropecuárias foram trigo e centeio não moídos (+1.995,5%), café não torrado (+60,7%) e soja (+35%) na agropecuária. O crescimento deve-se principalmente aos preços. O destaque negativo foi o milho, cujas exportações caíram 91,3% de março do ano passado a março deste ano por causa da antecipação de embarques no início do ano.

Na indústria extrativa, os maiores crescimentos foram registrados em minérios de níquel e seus concentrados (+102,9%) e óleos brutos de petróleo (+21,5%). Na indústria de transformação, os maiores crescimentos ocorreram carne bovina (+69,3%), farelos de soja e outros alimentos para animais (+49%) e combustíveis (+172,2%).

Em relação às importações, os maiores crescimentos foram registrados nos seguintes produtos: pescados (+114,3%), frutas e nozes não-oleaginosas(+50%) e soja (+81,9%), na agropecuária; carvão não aglomerado (+113,7%), óleos brutos de petróleo (+221,1%) e gás natural (+39,8%), na indústria extrativa; e combustíveis (+82,7%) e adubos ou fertilizantes químicos (+132,6%), na indústria de transformação.

Em relação aos fertilizantes, a alta deve-se principalmente ao aumento de 132,7% nos preços. A quantidade importada caiu 3,2% em março na comparação com março do ano passado.

Estimativa

A valorização das commodities fez o governo revisar para cima a projeção de superávit comercial. Para 2022, o governo prevê saldo positivo de US$ 111,6 bilhões, contra projeção anterior de US$ 79,4 bilhões . As estimativas são atualizadas a cada três meses.

As previsões estão muito mais otimistas que as do mercado financeiro. O boletim Focus, pesquisa com analistas de mercado divulgada toda semana pelo Banco Central, projeta superávit de US$ 65 bilhões neste ano.

Agência Brasil

Petróleo: reservas provadas crescem 11% em 2021 no Brasil

0
Foto: Arvind Vallabh/Unsplash

As reservas provadas de petróleo aumentaram 11% no Brasil em 2021, segundo o Boletim Anual de Recursos e Reservas (BAR), divulgado nesta quinta-feira (31) pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Também houve aumento de 14,3% no volume relativo ao somatório de reservas provadas e prováveis e de 19,8% no somatório das provadas, prováveis e possíveis, em comparação com os dados de 2020.

“Foram declarados pelas empresas contratadas para exploração e produção no Brasil, 13,24 bilhões de barris de petróleo de reservas provadas, 19,95 bilhões de barris de reservas provadas mais prováveis, e 24,24 bilhões de barris de reservas provadas, mais prováveis e possíveis. No pré-sal, houve aumento de 15,7% nas reservas provadas em relação a 2020, totalizando 9,621 bilhões de barris”, informou a ANP.

Segundo a agência, no caso do gás natural, foram declarados 378,65 bilhões de metros cúbicos de reservas provadas, 491,92 bilhões de m³ de reservas provadas, mais prováveis, e 560,40 bilhões de m³ de reservas provadas, mais prováveis e mais possíveis, que correspondem a aumentos de 11,7%, 20,3% e 24%, respectivamente, em relação a 2020.

“Em geral, as mudanças ocorridas no volume das reservas de petróleo e gás natural brasileiras são devidas à produção realizada durante o ano, às reservas adicionais oriundas de novos projetos de desenvolvimento, declarações de comercialidade e revisão das reservas dos campos por diferentes fatores técnicos e econômicos. Neste ano, o destaque foi a inclusão dos volumes referentes ao excedente da cessão onerosa dos campos de Búzios e Itapu”, explicou a agência.

Agência Brasil