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Quem inova são as empresas

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Foto: Joes Valentine/Unsplash

O ministro de Ciência e Tecnologia, Paulo César Alvim, defendeu que o Estado tenha um papel complementar no desenvolvimento da economia digital em relação à iniciativa privada. “Quem inova são as empresas. O papel do Estado, nesses casos, é de criar ambientes que permitam às empresas mitigar seus riscos”, disse a uma plateia de investidores no Fórum Brasil de Investimentos 2022, na capital paulista.  

Ele destacou que investidores lidam com os riscos tecnológico, mercadológico e financeiro, mas que o mercado brasileiro, por meio de marcos regulatórios, oferece segurança jurídica para empreendedores. “Hoje temos, em função de todas essas evoluções dos marcos, uma ambiência favorável que permita ser fator de atratividade para que empresas se instalem aqui para montar seus centros de pesquisa e desenvolvimento. Nós somos um grande laboratório”, apontou. 

Entre os mecanismos de regulação na área de tecnologia, ele citou a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), já em vigor, e o Marco Legal de Inteligência Artificial, em discussão no Congresso Nacional. Alvim considera, como um desafio a ser enfrentado, o esforço regulatório sobre segurança cibernética. “É algo que também se constrói com a forte participação dos atores envolvidos”, propôs. O ministro participou da mesa que discutiu “Oportunidades em tecnologias digitais: cybersegurança, Inteligência Artificial e 5G”.

Alvim falou ainda sobre o esforço em fortalecer o capital humano no Brasil na área tecnológica. “Esse talvez seja um desafio muito significativo que temos. Estamos trabalhando junto com colegas do Ministério da Educação, com colegas do Ministério da Economia. Temos lançado uma série de programas em parceria com a iniciativa privada, onde o desafio é sair de um patamar de dezenas de milhares de pessoas formadas para centenas de milhares de pessoas formadas”, indicou.

Além da formação de recursos humanos qualificados, ele apontou, como ações de um modelo complementar entre Estado e iniciativa privada, o apoio em suportes de infraestrutura de ciência e tecnologia. “Para dar apoio que permita interação de instituições de ciência e tecnologia nacionais e em cooperação com instituições internacionais para prestar serviços tecnológicos”, apontou.

O ministro indicou ainda ações de fomento, especialmente em operações que envolvam empresas de menor porte. “Fomento que pode ser incorporação de recursos humanos, que pode ser subvenção econômica”, elencou.

Agência Brasil

Senado aprova projeto que limita ICMS dos combustíveis

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Foto: Antonino Visalli/Unsplash

O Senado aprovou na noite do dia 13 o Projeto de Lei Complementar (PLP) 18/2022, que limita a aplicação de alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre combustíveis, gás natural, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo. Segundo a proposta, esses produtos seriam classificados como essenciais e indispensáveis, levando à fixação da alíquota do ICMS em um patamar máximo de 17%, inferior à praticada pelos estados atualmente. O texto também prevê a compensação da União às perdas de receita dos estados.

O objetivo do projeto é provocar a redução no valor dos combustíveis na bomba, aliviando o gasto do consumidor com gasolina, que supera os R$ 7 o litro no país, e com o diesel, beneficiando também caminhoneiros e transportadores. O PLP também busca reduzir o valor do gás de cozinha e da conta de luz.

Foram 65 votos a favor e 12 contrários. O projeto volta para a Câmara para nova análise após as emendas inseridas no texto. Para o relator do projeto no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), o PLP é “um passo importantíssimo para derrubar a inflação”, além de segurar os preços nas contas de luz e nos postos de combustível. Ele também afirmou que o Congresso “faz história” ao incluir esses setores entre os considerados essenciais.

“Participei da Constituinte de 1988, lá a gente dizia que a essencialidade dos produtos tinha que ser definida por lei complementar. E se passaram mais de 30 anos e o Congresso, em nenhum momento, definiu a essencialidade dos produtos. Portanto, esse é um passo importante, estamos fazendo história”, disse o senador.

Bezerra leu seu relatório em plenário na semana passada e hoje se ateve às emendas recebidas pelo projeto. Foram 77 no total e Bezerra acolheu quatro integralmente e nove parcialmente.

Emendas

Uma das emendas acatadas repõe perdas de arrecadação do Fundo de Manutenção da Educação Básica (Fundeb) e de ações de serviços de saúde. Ambos setores têm receitas vinculadas à arrecadação com o ICMS. O relator incluiu um trecho que prevê a manutenção das vinculações à saúde e educação básica, mas de forma proporcional à dedução dos contratos de dívida dos Estados com a União.

Bezerra também incluiu no texto um dispositivo para conferir segurança jurídica aos gestores estaduais. Assim, eles poderão reduzir a arrecadação do ICMS sem ferir a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). De acordo com o regramento, um ente federativo não pode abrir mão de uma receita sem indicar uma nova fonte de arrecadação para compensar.

Após a aprovação do texto-base, os senadores aprovaram um destaque – os demais foram rejeitados. O destaque aprovado prevê que, se os estados e municípios perderem recursos em função da lei, a União vai compensá-los para que os atuais níveis do Fundeb sejam mantidos.

Senadores

O PLP não foi unânime no plenário. Alguns senadores se colocaram contrários ao projeto. Para Zenaide Maia (Pros-RN), o projeto não ataca o principal causador do aumento dos combustíveis, que é a atual política de preços da Petrobras, vinculada ao preço internacional do barril de petróleo e o valor do dólar.

“Esse PL não tem nada a ver. E, ainda, sem a garantia de que vai ter redução dos preços na bomba de combustível, a gente sabe que depende do dólar, e a certeza de que a Petrobras, assim que for aprovado isso aqui, vai recompor os preços, porque já faz mais de 20 dias que não dava aumento”.

Carlos Portinho (PL-RJ), novo líder do governo no Senado, defendeu o projeto e pediu a participação dos estados no esforço de reduzir o preço do combustível para a população. Segundo ele, o governo tem contribuído ao abrir mão de impostos federais sobre o combustível para reduzir o impacto da inflação explicada, segundo ele, pela guerra na Ucrânia, dentre outras variáveis internacionais.

“Temos que cortar os impostos, assim como diversas nações no mundo, neste momento de emergência internacional, estão fazendo. É o que temos para hoje”, disse. “Agora é hora dos governos: é hora do Governo Federal, que põe na mesa, e é hora desse sacrifício dos governos estaduais”.

Saiba quais os senadores votaram contra a diminuição da alíquota do ICMS:

Relatório

Na semana passada, ao apresentar o relatório à imprensa, Bezerra afirmou que, se aprovado, o PLP poderia derrubar em R$ 1,65 o preço da gasolina e em R$ 0,76 o preço do diesel. No entanto, destacou que os preços poderiam apenas “não subir muito mais”, a depender do cenário internacional, que influencia no preço do barril de petróleo e na valorização do dólar frente ao real.

“Não estamos tabelando preço. Tem uma guerra na Ucrânia, a Rússia é responsável por 25% da produção de diesel no mundo, os preços estão tensionados. É evidente que pode haver elevação de preços. Mas, mesmo que haja, isso vai ajudar a não subir muito mais do que subiria”, disse, na ocasião.

Já existe um projeto, aprovado no Senado em março, que pretende reduzir o valor dos combustíveis. O Projeto de Lei 1.472/2021 propõe a mudança a forma de cálculo do preço dos combustíveis, além de criar uma Conta de Estabilização, para garantir a previsibilidade nos preços ao consumidor. O projeto, considerado uma das prioridades do Senado no início deste ano, atualmente está parado na Câmara dos Deputados, sem previsão de votação.

Agência Brasil

OCDE aprova plano de adesão do Brasil e de outros países ao grupo

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Foto: Guillaume Bolduc/Unsplash

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) concedeu, na última sexta-feira (10), aval para que o Brasil e outros países ingressem no grupo, que reúne as economias mais industrializadas do planeta. Na reunião de hoje, em Paris, a entidade aprovou os “roteiros de acessão” do Brasil e de mais quatro países: Peru, Bulgária, Croácia e Romênia.

Esse roteiro representa um plano de adesão apresentado pelo país, que será avaliado por comitês da OCDE nos próximos anos. “Com a aprovação do ‘roteiro de acessão’, caberá ao Brasil a redação de ‘memorando inicial’ com informações sobre a convergência do país aos instrumentos normativos da organização”, informaram, em comunicado, os Ministérios da Economia, das Relações Exteriores e a Casa Civil.

A nota conjunta explicou os passos a seguir. Agora, a OCDE examinará se as políticas de cada país cumprem as diretrizes da organização e proporá ajustes, se necessário, até o processo de adesão plena. “Na sequência, terá início o exame das políticas e práticas nacionais pelos comitês temáticos da organização. Nessa fase, o Brasil terá a oportunidade de revisitar políticas e iniciativas nacionais à luz das diretrizes e recomendações da OCDE”, esclareceu.

A entrada definitiva dos países com os planos de adesão aprovados levará pelo menos dois anos. O ingresso na organização dependerá do consenso dos 38 países que compõem a OCDE.

Segundo os ministérios, o processo de acessão do Brasil à OCDE reforça “o compromisso do governo brasileiro com a modernização do Estado, o desenvolvimento sustentável e a melhoria da qualidade de vida de todos os brasileiros”.

Por meio da rede social Twitter, o presidente Jair Bolsonaro comentou a aprovação do plano brasileiro de adesão à OCDE. Segundo ele, o processo consolidará parcerias benéficas para o país.

Delegado do Brasil junto às Organizações Internacionais Econômicas em Paris, o diplomata Carlos Cozendey também comentou a aprovação. Ele esclareceu que caberão aos comitês temáticos da OCDE definir critérios e examinar as políticas dos países candidatos.

A reunião na qual os planos de acessão à OCDE foram aprovados teve a presença do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira. O secretário-executivo do Ministério da Economia, Marcelo Guaranys, representou o ministro Paulo Guedes no evento.

AB

Eletrobrás é privatizada

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Foto: Casey Horner/Unsplash

A oferta de ações que resultou na privatização da Eletrobras movimentou cerca de R$ 33,7 bilhões, depois de o preço de cada papel ser definido a R$ 42 na noite de quinta-feira, 9, segundo fontes de mercado. O ajuste de preço foi alvo de uma intensa disputa entre investidores locais e estrangeiros, que só terminou depois das 20h. A venda da estatal de energia via Bolsa foi o maior movimento de desestatização do País em duas décadas. A fatia do governo e do BNDES no negócio deve cair a cerca de 35%.

O preço de R$ 42 representou um desconto de 4% em relação ao valor da ação ao fim do pregão de quinta-feira, de R$ 44. Além de ter sido uma das maiores ofertas de ações em todo o mundo no ano de 2022, a operação da Eletrobras também foi a maior operação na B3, a Bolsa brasileira, desde a megacapitalização da Petrobras, em 2012, que movimentou R$ 100 bilhões.

Grandes investidores marcaram presença na operação, entre eles o fundo 3G Capital — dos fundadores da Ambev — e banco Clássico, de José Abdalla Filho, que também é um relevante acionista da Petrobras. A demanda total, considerados todos os tipos de investidores teria superado R$ 70 bilhões.

Mas a oferta da Eletrobras teve um empurrão importante da possibilidade de uso de recursos do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) para a compra de ações. Foi a primeira vez em cerca de 20 anos que o trabalhador brasileiro teve essa oportunidade. Antes, isso ocorreu com papéis da Vale e da Petrobras.

Diante da oportunidade, a demanda foi alta: cerca de 350 mil pessoas reservaram ações da companhia. O teto para uso do FGTS era de R$ 6 bilhões, mas a demanda ficou em R$ 9 bilhões, ou 50% a mais. Por essa razão, deverá haver uma redução em relação aos valores reservados por trabalhadores.

O investidor que fez uso de seu FGTS para entrar na oferta não poderá se desfazer do investimento por um prazo de no mínimo 12 meses — exceto em alguns casos, como o de demissão sem justa causa.

De olho em ganhos de eficiência

Em relação à privatização da companhia, um dos primeiros passos esperados por fontes de mercado ouvidas pelo Estadão é a troca de executivos da companhia e também do conselho de administração. Com a redução de sua participação, o governo terá menos assentos no colegiado, abrindo espaço para que fundos de investimento indiquem seus representantes.

A partir dessa mudança, o novo conselho deverá fazer uma mudança geral no quadro administrativo da empresa, incluindo todo o alto escalão.

Analistas do setor acreditam que a empresa poderá ter mais fôlego para investir, incluindo em fontes de energia renováveis. “A Eletrobras terá exatamente o mesmo modelo de governança que já foi testado em outras privatizações do setor elétrico na Europa.

A disponibilidade de caixa e o uso do mercado de capitais para novas captações vão permitir novos planos de investimento que são essenciais no segmento”, aponta Fabio Coelho, presidente da Amec, associação que representa mais de 60 investidores, entre locais e estrangeiros, que têm investimento de mais de R$ 700 bilhões na Bolsa brasileira.

Segundo Coelho, um dos pontos relevantes na “nova Eletrobras” será uma maior agilidade na tomada de decisão. “É importante ressaltar que o governo continuará sendo o maior acionista individual, e que, portanto, terá acesso a maior porcentual dos lucros esperados, justificando, assim, o interesse público na operação”, comenta.

Mais próxima do setor privado

Sócio do M3BS Advogados e especialista em negócios públicos, Lucas Miglioli afirma que, com a privatização, a Eletrobras deve se tornar mais eficiente. “Tornando sua burocracia mais compatível com a do setor privado, terá mais agilidade para enfrentar um cenário cada vez mais competitivo e ávido por novas tecnologias”, disse. “A expectativa é de que, ao deixar de ser controlada pela União, a Eletrobras deixe de atuar como mera operadora e ganhe protagonismo no setor.”

Para o público em geral, uma das expectativas é de que a conta de luz fique mais barata, mas pode não ser bem assim. Sócio do PMMF Advogados e especialista em direito público, Ulisses Penachio lembra que apenas parte do novo capital – aquele destinado à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) – poderá gerar alguma redução nas tarifas. “A médio e longo prazo, o impacto da privatização na tarifa tende a ser neutro”, aponta.

Preço unitário da ação da Eletrobras ficou em R$ 42

A Eletrobras divulgou hoje (10) fato relevante com o valor de cada ação definido em R$ 42. De acordo com o comunicado da empresa, o montante total a ser levantado será de R$ 29.294.027.952,00.

O preço da American Depositary Share (ADS, ação depositária americana, que é uma participação acionária em dólares de uma empresa estrangeira em bolsa de valores dos Estados Unidos) ficou em US$ 8,63.

O comunicado da empresa acrescenta que não será realizado “qualquer registro da oferta pública global ou das ações em qualquer agência ou órgão regulador, exceto no Brasil, junto à CVM [Comissão de Valores Mobiliários], e nos Estados Unidos da América, junto à SEC [Securities end Exchange Commission, agência que regula o mercado norte-americano]”.

Segundo a Eletrobras, mais informações sobre a oferta brasileira podem ser obtidas no Prospecto Definitivo e Anúncio de Início divulgados na página da Eletrobras.

Agência Brasil e UOL Economia

Pequenos negócios geraram 76% das vagas de emprego em 2022

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Foto: ValeriaLu/Pixabay

As micro e pequenas empresas (MPE) estão puxando a criação de empregos formais em 2022. Dos 700,59 mil postos de trabalho formais criados no Brasil de janeiro a abril, 585,56 mil, o equivalente a 76% do total, originaram-se de pequenos negócios.

A conclusão consta de levantamento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), com base em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia. As MPE abriram 470,52 mil vagas a mais que as médias e grande empresas nos quatro primeiros meses de 2022.

Apenas em abril, os negócios de menor porte foram responsáveis pela abertura de 84% das vagas formais no mês, com 166,8 mil de um total de 196,9 mil postos de trabalho criados no mês passado. Na divisão por setores da economia, somente os pequenos negócios apresentaram saldo positivo na criação de empregos em todos os segmentos.

O setor com mais destaque é o de serviços, com a abertura de 93,4 vagas em micro e pequenas empresas, de um total de 117 mil postos apurados pelo Caged. De acordo com o Sebrae, a reabertura da economia, após a vacinação contra a covid-19, tem impulsionado a recuperação do segmento.

O segundo setor que liderou a criação de postos de trabalho em setembro foi o comércio, com 28,42 mil vagas em micro e pequenas empresas, de um total de 29,26 mil. Em terceiro lugar, vem a indústria, com 25,26 mil empregos gerados, contra um total de 26,37 mil.

Agência Brasil

Custo de movimentação de produtos importados em portos é reduzido

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Foto: Leon Skibitzki/Unsplash

O governo federal publicou hoje (8) no Diário Oficial da União decreto que retira da base de cálculo do imposto de importação a chamada taxa de capatazia. Segundo o governo, a retirada da capatazia do valor aduaneiro vai promover “uma abertura comercial transversal da economia”, diminuindo custos com a importação.

A capatazia é a atividade de movimentação de mercadorias nas instalações dentro do porto e está relacionada ao recebimento, conferência, transporte interno, abertura de volumes para a conferência aduaneira, manipulação, arrumação e entrega, bem como o carregamento e a descarga de embarcações. 

O decreto publicado nesta quarta-feira altera outro dispositivo, de 2009, que regulamenta a administração das atividades aduaneiras, a fiscalização, o controle e a tributação das operações de comércio exterior relacionadas à descarga e ao manuseio, associados ao transporte da mercadoria importada.

Com a nova redação, para efeito do cálculo de valor aduaneiro, ficam excluídos os gastos “incorridos no território nacional e destacados do custo de transporte”. As novas regras valem a partir de hoje, data da publicação do decreto.

De acordo com o governo, a medida “está em harmonia com os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil junto aos parceiros do Mercosul e à Organização Mundial do Comércio (OMC)”.

AB

Câncer: medicamento elimina a doença durante estudo

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Foto: Drew Hays/Unsplash

Um pequeno estudo com um medicamento para pacientes com câncer retal surpreendeu os cientistas pelo resultado. Dos 12 pacientes que fizeram o mesmo tratamento com imunoterapia (que usa o sistema imunológico do paciente para combater a doença), todos tiveram uma notícia animadora: o câncer havia desaparecido, ficando indetectável em exames físicos, endoscopia, tomografia e ressonância magnética.

“Acredito que esta seja a primeira vez que isso acontece na história do câncer”, disse o autor do estudo, Luis Diaz Jr., do Centro de Câncer Memorial Sloan Kettering. O artigo foi publicado em 5 de junho na revista científica New England Journal of Medicine.

O estudo foi patrocinado pela empresa farmacêutica GlaxoSmithKline. O artigo foi apresentado na reunião anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica.

O estudo

Os pacientes receberam o dostarlimab, um medicamento conhecido por ser inibidor de pontos de controle. Foram escolhidos pacientes com câncer retal localmente avançado — tumores que se espalharam no reto e às vezes para os gânglios linfáticos, mas não para outros órgãos.

A medicação foi dada a cada três semanas durante seis meses e custou cerca de US$ 11 mil (cerca de R$ 52 mil) por dose. O medicamento ajudou a desmascarar as células cancerosas, permitindo que o sistema imunológico identificasse quais eram elas e as destruísse. Segundo os pesquisadores, não houve efeito colateral significativo.

Resultados

Os pacientes que enfrentam câncer retal passam por uma dura rotina de tratamento, com quimioterapia, radioterapia e cirurgia.

Os 12 pacientes que participaram do estudo acreditavam que, ao terminar a pesquisa, teriam de passar por esses procedimentos, porque ninguém esperava realmente que os tumores desaparecessem. No entanto, tiveram uma surpresa: nenhum tratamento adicional foi necessário.

Em um editorial que acompanha o artigo, Hanna Sanoff, do Centro Abrangente de Câncer Lineberger, da Universidade da Carolina do Norte, que não participou do estudo, o chamou de “pequeno, mas interessante”.

Os autores do estudos disseram na conclusão da pesquisa que, apesar dos resultados promissores, “é necessário um acompanhamento mais longo para avaliar a duração da resposta”.

Quatro pacientes que foram submetidos ao tratamento, entre os médicos autores do estudo Luis Diaz e Andrea Cercek | Foto: Divulgação

Revista Oeste

Produção de veículos tem alta de 6,8% em maio

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Foto: Sten Rademaker/Unsplash

A produção de veículos cresceu 6,8% em maio na comparação com o mesmo mês de 2021, segundo balanço divulgado hoje (7) pela Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Foram fabricadas em maio deste ano 205,9 mil unidades, o que também representa um aumento de 10,7% em relação a abril.

No acumulado de janeiro a maio foram produzidos 888,1 mil veículos, uma queda de 9,5% na comparação com os primeiros cinco meses de 2021.

Segundo o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, as montadoras ainda enfrentam dificuldades para manter as linhas de produção com as faltas de componentes em todo o mundo. “O problema de semicondutores ainda persiste. Devagar a situação tem, não se normalizado, mas se tornado menos crítica. Mas ainda um grande desafio para as fábricas entregarem e manterem o nível de produção”, disse durante a apresentação dos dados.

Vendas

As vendas de veículos novos tiveram uma ligeira queda, de 0,9%, em maio na comparação com o mesmo mês do ano passado. Foram emplacadas em maio, 187,1 mil unidades. No acumulado dos primeiros cinco meses do ano, a comercialização de veículos registra retração de 17% em relação ao mesmo período de 2021, com a venda de 740 mil unidades.

As vendas de automóveis e veículos comerciais leves teve queda de 2,4% em maio na comparação com o mesmo mês de 2021, com a comercialização de 152,8 mil unidades, No acumulado de janeiro a maio, foram vendidas 596,6 mil unidades, 21,1% menos do que nos cinco primeiros meses do ano passado. 

A comercialização de caminhões registrou retração de 9,6% em maio em relação ao mesmo mês de 2021, com a venda de 10,4 mil unidades. No acumulado de janeiro a maio, as vendas têm queda de 1,5% em comparação com o mesmo período do ano passado, com a comercialização de 46,6 mil caminhões.

Exportações

As exportações de veículos tiveram alta de 24,6% em maio na comparação com o mesmo mês do ano passado, com 46,1 mil unidades vendidas para o exterior. No acumulado dos primeiros cinco meses do ano, a alta nas exportações ficou em 19,4%, com a comercialização de 198,9 mil para outros países. 

“O ano de 2022 tem sido bastante interessante para a exportação. O desafio é que isso seja algo sustentável”, comentou Leite

Emprego

A quantidade de pessoas empregadas na indústria de veículos registrou queda de 2,2% em maio em relação ao mesmo mês de 2021. Atualmente, as montadoras têm 101,8 mil trabalhadores.

Agência Brasil

Brasil criou 196,9 mil empregos com carteira assinada em abril

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Foto: Austin Kehmeier/Unsplash

Em abril, o Brasil criou 196.966 novos empregos formais. O saldo é resultante de um total de 1.854.557 admissões e de 1.657.591 desligamentos. Com isso, os trabalhadores celetistas no país estavam, naquele mês, em 41.448.948 vínculos, o que, segundo dados do balanço do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) divulgados hoje (6), representa uma alta de 0,48% na comparação com o mês anterior.

De acordo com o Novo Caged, no acumulado de 2022 o saldo está em 770.593 empregos, número que decorre de um total de 7.715.322 admissões e de 6.944.729 desligamentos. Este saldo é 3,6% menor do que o registrado no mesmo período do ano passado.

Segundo o secretário-executivo do Ministério do Trabalho, Bruno Dalcolmo, esse saldo negativo “é testemunho de maior base; de um maior estoque de empregos, portanto é natural que o percentual de crescimento diminua ao longo do tempo”, disse ao comentar que, no cenário de 2022, “não há expectativa de que se gere o mesmo número de empregos do ano passado, quando foram gerados mais de 2 milhões de empregos.

Dalcolmo explica que 2021 foi um “histórico positivo” resultante de fatores como a recuperação da economia após a covid-19 e a atuação dos benefícios que visaram a manutenção do emprego e da renda. “Dito isso, a expectativa para 2022 é bastante positiva, com criação entre 1,5 milhão e 2 milhões de empregos [até o final do ano]”.

Grupamentos

Em quatro dos cinco grandes grupamentos de atividades econômicas foram registrados saldos positivos em abril, com destaque para o setor de serviços, que gerou 117.007 postos, distribuídos principalmente nas atividades de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas.

O comércio gerou 29.261 novos postos, enquanto a indústria teve saldo de 26.378 postos concentrados principalmente na indústria de transformação (saldo de 22.520 postos). O setor de construção apresentou saldo de 25.341 postos.

O setor da agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura diminuiu o número de empregos formais, com o número de desligamentos (96.842) ficando maior do que o de admissões (95.820). O saldo, portanto, ficou negativo, com 1.021 empregos a menos.

Regiões e estados

Todas as cinco regiões brasileiras tiveram saldo positivo, com uma variação entre 0,32% (Região Sul, com 25.102 novos postos) e 0,72% (Região Centro-Oeste, com 25.598 novos postos). Na Região Sudeste foram criados 101.279 postos (alta de 0,48%, na comparação com o mês anterior); no Nordeste foram 29.813 novos postos (0,45%); e na Região Norte foram 12.023 novos postos (0,62%).

Entre as unidades federativas, São Paulo foi quem teve melhor saldo, com 53.818 novos postos (0,42% a mais, na comparação com março); seguido do Rio de Janeiro, com 22.403 postos (0,69%); e de Minas Gerais, com 20.059 postos (0,46%).

Segundo o Caged, duas unidades federativas apresentaram saldo negativo: Alagoas, que perdeu 181 postos de empregos formais, o que representa queda de 0,05%; e Pernambuco que diminuiu em 807 o saldo de empregos celetistas (-0,06%).

Em termos relativos, o Amapá foi o estado que registrou maior alta no estoque (1,04%, o que corresponde a um acréscimo de 752 postos no saldo). Em segundo lugar está Goiás (0,98%, com um saldo positivo de 13.166 postos).

O salário médio do país, registrado no momento de admissão no mês de abril estava em R$ 1.906,54. “Comparado ao mês anterior, houve acréscimo real de R$ 15 no salário médio de admissão, uma variação em torno de 0,79%”, detalha o Caged.

Trabalho Intermitente

O Novo Caged detalha também a situação do trabalho intermitente no país, modelo adotado desde a reforma trabalhista implementada pelo governo Michel Temer. Neste tipo de contrato de trabalho, a prestação de serviço não é contínua e pode ocorrer alternância de períodos de prestação de serviços e de inatividade.

Segundo o Caged, em abril essa modalidade registrou 23.142 admissões e 15.486 desligamentos, gerando saldo de 7.656 empregos em 5.406 estabelecimentos contratantes. “Um total de 202 empregados celebrou mais de um contrato na condição de trabalhador intermitente”.

Os setores que mais contrataram trabalho intermitente foram os de serviços (5.778 postos); construção civil (888 postos); indústria geral (600); e comércio (471). O de agropecuária apresentou saldo negativo (-81 postos).

Regime Parcial

Esta modalidade de contrato possibilita duração que não exceda as 30 horas semanais, sem a possibilidade de horas suplementares semanais, ou, ainda, de duração que não exceda a 26 horas semanais, com a possibilidade de acréscimo de até seis horas suplementares semanais.

Nesta modalidade, o saldo ficou em 4.738 novos postos, resultado de 20.863 admissões e 16.125 desligamentos, em 9.635 estabelecimentos contratantes.

O setor de serviços foi o que apresentou maior saldo, com 2.502 novos postos, seguido do comércio (1.516 postos), da indústria geral (539 postos), construção civil (141 postos) e agropecuária (40 postos).

Desligamentos acordados

Em abril, o total de desligamento mediante acordo entre empregador e empregado ficou em 17.783. O Caged acrescenta que houve 74 empregados que realizaram mais de um desligamento por meio de acordo com o empregador.

O setor de serviços registrou 8.425 desligamentos, enquanto o do comércio mostrou 3.938 demissões. O de indústria geral respondeu por 3.241 desligamentos; o de construção, por 1.532; e o de agropecuária, por 647 demissões.

AB

Ibovespa tem o quinto melhor desempenho entre 78 países em maio

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Foto: Yiorgos Ntrahas/Unsplash

O Ibovespa, indicador do desempenho médio das cotações das ações negociadas na bolsa de valores B3, teve o quinto melhor desempenho entre 78 países no mês de maio, com alta de 8,48%.

O levantamento foi feito pela agência de classificação de risco Austin Rating, a pedido da CNN Brasil Business. No mês anterior, o índice registrou forte recuo, com o segundo pior desempenho.

O país com maior variação foi o Chile, com alta de 15,75%, seguido pela bolsa da Colômbia (12,59%), Rússia (11,16%) e Montenegro (10,05%). A maior queda foi registrada no Quênia, de 14,85%.

Cotação

Nesta sexta-feira (3), a B3 encerrou o dia em queda de 1,15%, somando 111.102 pontos. Após a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no primeiro trimestre, a bolsa subiu quase 1%. A recuperação das bolsas no exterior também amenizou o clima no mercado financeiro.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB cresceu 1% no primeiro trimestre de 2022 em relação ao último trimestre de 2021. A expansão deveu-se ao setor de serviços, que retoma as atividades e recupera-se da pandemia de covid-19.

Agência Brasil