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Os brasileiros que ganharam o Oscar da oncologia clínica

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Foto: National Cancer Institute/Unsplash

O Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre, recentemente nomeou um jovem e promissor oncologista para coordenar seu novo instituto de pesquisas clínicas, inaugurado em janeiro do ano passado.

O investimento já começou a se pagar.

O médico Pedro Henrique Isaacsson Velho, de 36 anos, chefe do Instituto de Pesquisa Moinhos, foi um dos 21 premiados com o Career Development Award – uma espécie de “Oscar” da oncologia clínica – conferido anualmente pela Conquer Cancer Foundation, da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, em Chicago. Os agraciados ganham uma bolsa de US$ 200 mil para desenvolver seus estudos clínicos nos próximos três anos, e o Moinhos de Vento vai investir os recursos num estudo clínico que pode avançar o tratamento do câncer de próstata.

Foi a primeira vez que um hospital brasileiro apareceu entre os vencedores nos 30 anos da premiação, que está entre as mais cobiçadas pelos profissionais da área.

Além do médico gaúcho, uma pesquisadora catarinense também está entre os ganhadores. Maria Alice Franzoi, de 33 anos, uma oncologista que trabalha no Institut Gustave Roussy, em Paris, lidera um grupo de estudo que usa ciência de dados para desenvolver terapias personalizadas e melhorar a qualidade de vida das mulheres que tiveram câncer de mama.

Pedro Henrique Isaacsson Velho, do Moinhos de Vento, formou-se em medicina pela Universidade Federal de Pelotas. Fez residência em oncologia clínica no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, da Faculdade de Medicina da USP, e em 2016 partiu para os Estados Unidos ao conquistar uma vaga como pesquisador em um dos principais centros de pesquisa médica do país, o Johns Hopkins Hospital.

No início, Pedro contou com a ajuda de bolsas do Moinhos de Vento e da Sociedade Brasileira de Oncologia. No segundo ano, já era contratado pelo Johns Hopkins. Depois de homologar seu diploma nos Estados Unidos, ainda pôde exercer a medicina clínica lá.

Em 2019, Pedro já havia recebido um prêmio da mesma associação americana, o Global Young Investigator, destinado a incentivar os pesquisadores em início de carreira. Foi nesse mesmo ano que retornou ao Brasil para trabalhar como médico e pesquisador do Moinhos de Vento. Ele tem mais de 50 artigos científicos publicados.

O estudo que fará a partir de agora com a ajuda da bolsa será o teste clínico de uma nova terapia para casos avançados de câncer de próstata. Seu insight foi combinar elementos de dois tratamentos já usados rotineiramente, buscando potencializar os efeitos positivos e reduzir os efeitos colaterais indesejados.

Há vários anos, os médicos se valem da supressão hormonal para conter o avanço de tumores urológicos. Mas, com o tempo, as células tumorais conseguem se adaptar e driblam o obstáculo. A doença progride e pode levar à morte.

Pedro propôs como alternativa um tratamento que alterna níveis elevados e mais baixos de testosterona, uma técnica chamada terapia androgênica bipolar, em associação com uma medicação que já vem sendo usada nos pacientes, o Radium-223.

“Em medicina, quando tomamos dois medicamentos eles podem ser aditivos. O efeito de um se soma ao de outro, 1 + 1 é igual a 2. Mas acredito que, nesse caso, os tratamentos possam ser sinérgicos,” o pesquisador disse ao Brazil Journal. “Por isso, 1 + 1 poderá ser igual a 3, ou a 4. Tudo ainda é hipótese.”

Um grupo de 50 voluntários começará a receber o tratamento experimental este mês. São pacientes em que o tumor de próstata já evoluiu para a metástase. Na nomenclatura científica, são homens diagnosticados com câncer de próstata metastático resistente à castração.

O trabalho será feito em parceria com a Johns Hopkins Medicine International. A bolsa prevê três anos de estudos clínicos.

“Os indícios são promissores no que diz respeito à possibilidade de regressão do câncer e melhora na qualidade de vida dos pacientes,” disse o médico. “Os efeitos colaterais mais comuns do Radium-223 são a anemia e as fraturas, potencialmente graves. A testosterona ajuda a contrabalançar esses efeitos.”

Maria Alice e a mama

Maria Alice Franzoi dedica-se ao estudo das terapias que podem contribuir para melhorar a qualidade de vida das mulheres que tiveram câncer de mama. Ela estava no final de uma fellowship na Bélgica e se preparava para retornar ao Brasil, no ano passado, quando recebeu o convite para liderar um grupo de pesquisa de um dos mais respeitados centros de oncologia da França, o Institut Gustave Roussy.
Natural de Rio do Sul, em Santa Catariana, ela se formou em medicina pela Universidade do Sul, em Florianópolis, e depois fez residência no Hospital das Clínicas de Porto Alegre. “Sempre tive vontade de fazer pesquisa, em estar ao lado de pessoas que estão definindo os novos tipos de terapias,”.

Maria Alice foi para Bruxelas em 2019, dedicando-se a pesquisas no Jules Bordet. Graças à publicação de um artigo na Lancet, recebeu o convite do instituto parisiense. No trabalho, um dos mais de 20 que ela já publicou em revistas científicas, a pesquisadora fez uma ampla revisão das terapias usadas para dar mais qualidade de vida às mulheres que, apesar de serem consideradas curadas do câncer de mama, sofrem com as sequelas biológicas e psicológicas legadas pela doença.

“A maior parte das mulheres vai viver com uma carga de sintomas depois do tratamento”, disse a pesquisadora. “As pesquisas mostram que 30% delas vão ter distúrbios emocionais, e 20% têm dificuldade de retornar ao trabalho. Os tratamentos acabam sendo focados na cura do tumor. Falta uma atenção para reabilitar ao máximo essas mulheres, para que elas tenham uma vida próxima do normal.”

Com a bolsa, a pesquisadora vai aprofundar os testes clínicos para o desenvolvimento de terapias personalizadas. “As pacientes não são todas iguais. Não adianta seguir uma receita pronta.”

Giuliano Guandalini – Brazil Journal

Brasil deve ter a maior temporada de cruzeiros dos últimos 10 anos

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Foto: Nestor Pool/Unsplash

A temporada de cruzeiros 2022/2023 deverá ser a maior dos últimos dez anos, segundo estimativa da Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Clia Brasil, sigla para Cruise Lines International Association). No período de 29 de outubro de 2022 a 20 de abril de 2023, oito navios devem navegar por 160 roteiros, ofertando 674 mil leitos.

Além dos oito navios de cabotagem, que navegam entre portos marítimos sem perder a costa de vista, 35 de longo curso vão viajar em águas nacionais. A entidade avalia que a demanda reprimida deve se reverter em vendas.

As oito embarcações partirão dos portos de Itajaí (SC), Maceió (AL), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e Santos (SP), percorrendo 160 roteiros e 486 escalas em 17 destinos, incluindo Buenos Aires, Montevidéu e Punta del Este. 

Ofertas de leitos

Juntos, os navios Costa Firenze, Costa Fortuna, Costa Favolosa, MSC Armonia, MSC Musica, MSC Fantasia, MSC Seashore e MSC Seaview vão ofertar 647 mil leitos, o que permite ultrapassar a quantidade de viajantes embarcados na temporada antes da pandemia de covid-19.

Os navios de longo curso saem de destinos internacionais e têm parada no Brasil para depois seguir o itinerário. Para a Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos, isso coloca “o país de volta na rota de importantes companhias marítimas de todo o mundo”. 

De 7 de outubro de 2022 a 17 de maio de 2023, 35 navios de longo curso farão 309 paradas em 45 destinos em 15 estados, incluindo Amazonas, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul. A expectativa é que o movimento gere impacto econômico para a economia nacional.

Kleber Sampaio – Agência Brasil

Pequenos negócios geram renda de R$ 420 bilhões por ano

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Foto: Joshua Rodriguez/Unsplash

Os pequenos negócios geram renda em torno de R$ 420 bilhões por ano, o equivalente a cerca de um terço do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos) brasileiro. A estimativa consta do Atlas dos Pequenos Negócios, lançado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), que hoje (5) completa 50 anos.

Segundo o levantamento inédito, os negócios de menor porte injetam R$ 35 bilhões por mês na economia brasileira. A pesquisa analisou a participação na economia de microempresas, pequenas empresas e microempreendedores individuais (MEI).

De acordo com a publicação, os MEI geram R$ 11 bilhões todos os meses, o que significa R$ 140 bilhões por ano. As micro e pequenas empresas geram mensalmente R$ 23 bilhões, movimentando R$ 280 bilhões por ano.

Atualmente, os negócios de menor porte correspondem a 30% do PIB. Segundo o presidente do Sebrae, Carlos Melles, a participação poderá chegar a 40% do PIB, caso o país cresça 3% ao ano nos próximos anos. “Em países desenvolvidos, a participação dos pequenos negócios no PIB fica em torno de 40% a 50%. Se em 10 anos conseguirmos promover esse crescimento, toda a economia sai beneficiada, graças ao poder que as MPE [micro e pequenas empresas] têm de gerar renda e empregos”, avaliou.

A pesquisa constatou que, de 15,3 milhões de donos de pequenos negócios em atividade no Brasil, 11,5 milhões dependem exclusivamente da atividade empresarial para sobreviver. Em relação aos MEI, a proporção chega a 78%, o que equivale a cerca de 6,7 milhões de pessoas. Entre os donos de micro e pequenas empresas, 71% têm no negócio de pequeno porte a principal fonte de renda, o que representa cerca de 4,7 milhões de pessoas.

Crescimento

De 2012 a 2021, o número de trabalhadores por conta própria no Brasil cresceu 26%, passando de 20,5 milhões para 25,9 milhões. No mesmo período, o número de formalizações entre os MEI passou de 2,6 milhões para 11,3 milhões, alta de 323%. Isso significa crescimento mais de 12 vezes maior entre os microempreendedores individuais, comparado com os donos de negócios que não se formalizaram.

Segundo a pesquisa do Sebrae, 28% dos MEI atuavam fora do mercado formal ao adotar o regime especial de pagamento de imposto. Desse total, 13% tinham como ocupação principal o empreendedorismo informal e 15% atuavam como empregados sem carteira assinada. A proporção de informais vem caindo ao longo do tempo. Cerca de 2,5 milhões de pessoas foram retiradas da informalidade (28% de 8,7 milhões de microempreendedores individuais em atividade), por causa do registro do MEI.

Em relação às micro e pequenas empresas, 13% dos empreendedores eram informais antes da abertura do negócio. Desse total, 6% exerciam a atividade como empreendedores informais e 7% eram empregados sem carteira assinada.

Regiões e estados

O Atlas dos Pequenos Negócios também revelou peculiaridades entre regiões e estados. O Norte tem uma das maiores proporções de jovens e negros à frente de um negócio. No Nordeste, Sergipe é um dos estados com a maior proporção de empreendedores. No Centro-Oeste, o Distrito Federal tem uma das maiores proporções de donos de negócios com ensino superior.

O Sul é a região com a maior proporção de empreendedores que contribuem para a Previdência Social. O Sudeste tem o maior número de pequenos negócios, com três estados – São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro – concentrando 40% dos donos de empresas de pequeno porte no Brasil.

Em relação aos estados, Rio de Janeiro, Alagoas, Paraíba e Sergipe têm as maiores participações de microempreendedores individuais entre os empreendimentos abertos. Maranhão, Amapá, Paraná e Piauí têm a maior proporção de microempresas na abertura de negócios. Na abertura de empresas de pequeno porte, lideram Mato Grosso, Pará, Amazonas e Amapá.

Nádia Franco – Agência Brasil

Investimentos de fundos árabes no Brasil atingem US$ 20 bilhões

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Foto: Ryan Miglinczy/Unsplash

O total de investimentos de fundos árabes no Brasil se aproxima de US$ 20 bilhões, sendo que a participação brasileira na Expo Dubai gerou negócios com a previsão de investimentos de US$ 10 bilhões.

Para o presidente Jair Bolsonaro, “o mundo árabe constitui o terceiro maior mercado para o Brasil no exterior, atrás apenas da China e dos Estados Unidos. A corrente de comércio entre o Brasil e os países da liga árabe alcançou, em 2021, mais de US $ 24 bilhões, um recorde na série histórica. Esse número deve seguir aumentando. De janeiro a abril, as exportações do Brasil para o mundo árabe saltaram de US$ 4 bilhões em 2021 para US$ 5,2 bilhões em 2022”, declarou, em discurso gravado para abertura do Fórum Econômico Brasil & Países Árabes, em São Paulo. 

Na avaliação do presidente, a relação do Brasil com mundo árabe tem se intensificado ao longo dos anos. Atualmente, há 18 representações diplomáticas nos 22 países que integram a liga árabe. No Brasil, a comunidade árabe reúne 10 milhões de pessoas.

“Em um momento no qual a comunidade internacional busca esforços para garantir a segurança alimentar do mundo, o elo entre o Brasil e o mundo árabe se fortalece. Nem diante dos desafios impostos pela pandemia deixamos de desempenhar o nosso papel no suprimento de alimentos. O Brasil é hoje o maior exportador de proteína halal no mundo. Além do comércio de carne de frango e bovina, cresce igualmente a nossa exportação de açúcar, soja e trigo. Por outro lado, 26% dos fertilizantes que abastecem o agronegócio brasileiro vêm do mundo árabe”, explicou o presidente.

Comércio

De acordo com Bolsonaro, a Argélia foi, em 2021, o principal parceiro comercial do Brasil no continente africano. O Egito, um dos maiores mercados para carne bovina brasileira no mundo, é o primeiro destino das exportações brasileiras na África.

“Em matéria de importações, nosso principal fornecedor no continente africano tem sido o Marrocos, país que hoje ocupa a posição de terceiro maior provedor de fertilizantes do Brasil, atrás de Canadá e Rússia”, afirmou o presidente.

A quarta edição do Fórum Econômico Brasil-Países Árabes é promovida pela Câmara de Comércio Árabe-Brasileira. A iniciativa é dedicada aos temas da relação bilateral entre o Brasil e os 22 países que formam a Liga dos Estados Árabes.

Haverá reuniões bilaterais com delegações empresariais do Líbano, Emirados Árabes Unidos, Egito, Kuwait, Jordânia e outros países, com a participação de pelo menos 120 empresários.

Kleber Sampaio – Agência Brasil

Programa Brasil Mais quer aumentar digitalização de pequenos negócios

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Foto: Georgie Cobbs/Unsplash

As micro e pequenas empresas terão à disposição ferramentas para se digitalizar e ajuda para desenvolver projetos de tecnologia 4.0. A Secretaria Especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia lançou duas modalidades do Programa Brasil Mais, que pretende melhorar a competitividade das empresas brasileiras.

Chamada de Transformação Digital, a primeira modalidade consiste na adoção de ferramentas plug and play (com reconhecimento e instalação automática pelo computador) de baixo custo por um pequeno negócio para resolver problemas previamente diagnosticados decorrentes da falta de digitalização. O processo terá acompanhamento técnico do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

A segunda nova modalidade, Smart Factory, é destinada às indústrias de micro, pequeno e médio porte. O processo prevê a seleção de projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Os projetos deverão seguir a tecnologia 4.0, que prevê a melhoria de processos industriais e o aumento de produtividade decorrente da modernização.

Além do Senai, o Smart Factory terá o apoio do Ministério da Economia, da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Ampliação

Com a ampliação, o Programa Brasil Mais passa a contar com três modalidades de atendimento. Até agora, o programa era estruturado no Brasil Mais Produtividade, que tem 90 mil empresas atendidas ou em atendimento desde que foi lançado, no primeiro semestre de 2020.

O Brasil Mais Produtividade é dividido em dois eixos: um com apoio do Sebrae e outro com apoio do Senai. O eixo do Sebrae prevê consultorias de inovação e de melhorias de práticas gerenciais, para aumentar o faturamento e reduzir custo de micro e pequenas empresas. O pequeno negócio não paga nada.

O eixo do Senai é voltado para a aplicação de princípios de manufatura enxuta a indústrias de até 499 funcionários. Os atendimentos são feitos pela entidade a um custo de R$ 2,4 mil para a empresa.

Aline Leal – Agência Brasil

Número de concessões de aeroportos em 2022 pode chegar a 50

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Foto: Clay Banks/Unsplash

O secretário nacional de Aviação Civil, Ronei Glanzmann, informou, nesta quinta-feira (30), que o governo federal espera chegar ao fim do ano com 50 terminais concedidos para administração da iniciativa privada. Se a previsão for concretizada, serão contratados R$ 18 bilhões em investimentos privados. A informação foi dada hoje durante o a apresentação do balanço de 2022 do Ministério de Infraestrutura em uma cerimônia em Brasília.

Nos dois últimos anos, foram transferidos para iniciativa privada 34 aeroportos, entre os quais estão os terminais de Recife; Vitória; Curitiba; Manaus e Goiânia. Segundo Glanzmann, os próximos leilões já têm data. Além do pregão do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, o segundo mais movimentado do país, no dia 18 de agosto, estão marcados os de mais 14 terminais.

Também está prevista para este ano a relicitação do aeroporto de São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte. Por enquanto, a Agência Nacional de Aviação Civil ( Anac) aguarda a liberação do Tribunal de Contas da União (TCU) para publicação do edital e agendamento do leilão.

Rio

No Rio de Janeiro, o leilão do aeroporto de Santos Dumont e a relicitação do Galeão ficaram para 2023. O plano original era que a licitação do Santos Dumont fosse feita junto com a do aeroporto de Congonhas, mas sem o apoio do governo do Rio de Janeiro, não foi possível.

Balanço

Conforme balanço divulgado pelo Ministério de Infraestrutura nesta quinta-feira, 84,68% do orçamento da pasta já foram aplicados em 2022. Segundo o ministro Marcelo Sampaio, somente no primeiro semestre, 43 empreendimentos foram entregues – sendo 34 no modal rodoviário, seis no aeroportuário, dois no hidroviário e um no ferroviário.

No total, 630,3 quilômetros de rodovias foram duplicados, pavimentados e restaurados. As intervenções feitas incluem ainda renovação e ampliação de aeródromos, obras de manutenção e contenção fluvial em hidrovias e uma concessão ferroviária.

O conjunto de melhorias executadas neste ano soma R$ 2,3 bilhões em investimentos públicos e privados.

Para o ministro da Infraestrutura, as entregas reforçam o compromisso com os brasileiros das cinco regiões e com a urgência de modernizar o setor de infraestrutura e equilibrar a matriz nacional de transportes, fazendo com que o Brasil cresça de forma eficiente e sustentável. “São obras estruturantes, fundamentais para integrar um país continental, trazendo mais conectividade e segurança, facilitando a movimentação de cargas, impulsionando a economia e transformando a vida da população”, avaliou Marcelo Sampaio.

Nádia Franco -Agência Brasil

O Brasil está menos violento

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Foto: Marco Bianchetti/Unsplash

O registro de mortes violentas intencionais, no ano passado, caiu 6,5% em todo o Brasil, apontou o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, documento divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. As mortes violentas intencionais consideram tanto os homicídios dolosos quanto os latrocínios, as mortes decorrentes de intervenções policiais e as lesões corporais seguidas de morte.

Em números absolutos, as notificações passaram de 50.448 mortes em 2020 para 47.503 no ano passado, patamar mais baixo desde 2011, quando elas atingiram 47.215. Desde então, o maior patamar registrado foi em 2017, com 64.078 mortes. Em 76% dos casos ocorridos no ano passado, as mortes intencionais foram provocadas por armas de fogo.

Todas as regiões do país apresentaram queda no indicador, com exceção da Região Norte, onde elas passaram de 5.758 notificações em 2020 para 6.291 no ano passado, com aumento no Pará, Amapá, Amazonas, Rondônia e Roraima. Também foi registrado aumento absoluto em dois outros estados brasileiros: Bahia e Piauí.

Segundo o anuário, apesar da melhoria no indicador, o Brasil ainda convive com violência extrema, sendo responsável por um em cada cinco homicídios que ocorrem no mundo (20,4% do total). A maior parte das vítimas dessas mortes violentas e intencionais no país é negra (77,9%), do sexo masculino (91,3%) e jovem entre 12 e 29 anos (50% do total).

Cidades mais violentas

O anuário também fez um levantamento das 30 cidades mais violentas do país entre os anos de 2019 e 2021.

De acordo com o balanço, 13 delas fazem parte da Amazônia Legal, onde a taxa de violência letal foi 38% superior à média nacional: no Brasil, essa taxa é de 22,3 mortes violentas intencionais a cada 100 mil habitantes, enquanto na Amazônia Legal figura em 30,9 mortes a cada 100 mil habitantes.

A cidade mais violenta do país no período foi São João do Jaguaribe (CE), seguida por Jacareacanga (PA), Aurelino Leal (BA), Santa Luzia D’Oeste (RO), São Felipe D’Oeste (RO) e Floresta do Araguaia (PA).

Rio registra queda de 21% no número de homicídios dolosos em maio

O estado do Rio de Janeiro tem registrado queda nos crimes contra a vida este ano. Segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP), em maio, com 210 vítimas, o número de homicídios dolosos caiu 21% na comparação com o mesmo mês de 2021.

No acumulado do ano, foram 1.248 vítimas, uma diminuição de 17% na comparação com o ano passado. De acordo com o ISP, esses foram os menores números já registrados desde 1991.

A letalidade violenta, que inclui homicídio doloso, lesão corporal seguida de morte, roubo seguido de morte e morte por intervenção de agente do estado, reduziu 9% em maio de 2022 e 20% no acumulado do ano. Foram 1.830 vítimas nos primeiros cinco meses de 2022 e 354 em maio.

As mortes por intervenção de agente do estado diminuíram 22% nos cinco primeiros meses deste ano, segundo o ISP.  Porém, os dados consolidados de maio ainda não foram disponibilizados. De janeiro a maio de 2021, 709 pessoas foram mortas por agentes do estado no Rio de Janeiro.

Outros crimes

Também registraram queda os roubos de ruas, que incluem o roubo a transeunte, roubo em coletivo e roubo de aparelho celular. De janeiro a maio de 2022 foram 25.457 casos, uma redução de 15% ou 4.570 roubos a menos no período. Apenas em maio, foram 5.181 casos.

Para a diretora-presidente do Instituto de Segurança Pública (ISP), Marcela Ortiz, essa redução ajuda a melhorar a sensação de segurança da sociedade.

“Além dos crimes contra a vida, voltamos a ter reduções nos roubos de rua e carga. O roubo de rua, por exemplo, é um crime que provoca uma grande sensação de insegurança na sociedade e sua diminuição é uma grande conquista”.

Os dados do ISP também indicam que os roubos de veículos registraram redução de 10% de janeiro a maio, com 9.825 casos. Os roubos de carga caíram 13%, com 1.651 casos no acumulado do ano.

São Paulo tem queda de latrocínios e de homicídios dolosos em maio

Em maio, as ocorrências de homicídios dolosos (com intenção) e latrocínios (roubo seguido de morte) caíram em todo o estado de São Paulo na comparação com o mesmo mês de 2021, segundo balanço que foi divulgado pela Secretaria de Segurança Pública (SSP).

Os homicídios passaram de 257 para 228 casos, enquanto os latrocínios caíram de 16 para 13 ocorrências, na mesma base de comparação.

O total de casos de estupros cresceu, passando de 889 ocorrências no ano passado para 1.073 em maio deste ano.

A secretaria, no entanto, prefere fazer essa comparação com o ano de 2019, antes da pandemia, alegando que, naquele momento, não havia restrição de circulação de pessoas nas ruas. Tendo essa base como comparação, houve queda no número de latrocínios (com o registro de dois casos a menos) e de estupros (com cinco ocorrências a menos). Já os homicídios cresceram 6,5% quando comparado ao mesmo mês de 2019. As mortes intencionais passaram de 214 para 228.

Furtos e roubos

Em maio, a secretaria recebeu 19.644 notificações de roubos em todo o estado. Isso representa aumento em relação ao ano passado, quando 18.318 ocorrências foram registradas em São Paulo, e queda em relação a 2019, quando foram computados 21.390 casos.

Em relação a furtos em geral, foram abertos 48.725 boletins de ocorrências em maio, bem acima dos 36.665 furtos contabilizados há um ano. Em 2019, foram 46.625.

Lílian Beraldo – Agência Brasil

Sistema Eletrônico de Registros Públicos desburocratiza cartórios

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Foto: Manuel Alvarez/Pixabay

Diário Oficial da União publica, na terça-feira (28), a Lei nº 14.382, de 27 de junho de 2022, sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro, que estabelece o Sistema Eletrônico dos Registros Públicos (Serp), moderniza e simplifica os procedimentos relativos a esses registros (atos e negócios jurídicos e de incorporações imobiliárias). O Serp unifica o sistema cartorial e permitirá registros e consultas pela internet.

A lei prevê, em seu Artigo 18, que o prazo para a implantação do sistema irá até 31 de janeiro de 2023. Após a implantação, as certidões serão extraídas por meio reprográfico ou eletrônico, ou seja, os oficiais de registro estarão dispensados de imprimir certidões (civil ou de títulos). As certidões eletrônicas devem ser feitas com o uso de tecnologia que permita ao usuário imprimi-las e identificar sua autenticidade, conforme critérios do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

De acordo com a medida, o Serp vai conectar as bases de dados de todos os tipos de cartórios, será implantado e gerenciado pelos oficiais de registros públicos de todo o país, com adesão obrigatória. O operador nacional do sistema será uma entidade privada, na forma de associação ou fundação sem fins lucrativos, a ser regulamentada pela Corregedoria Nacional de Justiça, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Graça Adjuto – Agência Brasil

Brasil crescerá entre 3% e 4% nos próximos anos

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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse hoje (28) que, em meio a um cenário global marcado por desaceleração e recessão, o Brasil vai pelo caminho oposto, com crescimento próximo de 2% em 2022, e de 3% a 4% nos anos seguintes. A afirmação foi feita durante a abertura do Painel Telebrasil Summit 2022, em Brasília.

Segundo o ministro, estão sendo planejadas medidas visando a reduções significativas de tributos que incidem nos setores industriais, o que deverá compensar a perda de poder aquisitivo dos cidadãos, além de favorecer um novo ciclo de investimentos no país.

No discurso, Guedes descreveu cenários extremamente pessimistas para o exterior e muito otimistas no âmbito interno. “A inflação começou a subir nos Estados Unidos e vamos ter de conviver com isso. Os Estados Unidos passaram por um longo ciclo de crescimento que chegou ao fim, enquanto nós, no Brasil, estamos saindo do centro de reabilitação, iniciando um ciclo de crescimento anual de 3% a 4 %, que será por vários anos, se continuarmos nesse ritmo”, disse.

“Agora, não se assustem com os problemas lá de fora. Teremos alta de inflação nos Estados Unidos e teremos recessão. O barulho será ensurdecedor. Mas não para a economia brasileira, que é uma das mais fechadas do mundo. Faremos agora a reindustrialização do Brasil”, acrescentou.

O Brasil, acrescentou o ministro, reagiu “fulminantemente” à crise. “Vamos crescer 1,7%, devendo quase chegar a 2% [em 2022]”. “Diziam que o mundo ia crescer 5% e reviram. Já estão falando que vai haver recessão. Eles estão só começando a enfrentar os problemas. Nós já conseguimos atravessar a onda e vamos crescer, com desemprego e inflação caindo”, completou.

Transporte e tributação

Guedes lembrou que o Brasil tem grande quantidade de minério, que é exportado para a China, e que o país importa aço 40% mais barato do que o produzido em território nacional. Segundo eu ministro, o alto custo para a produção nacional deriva, entre outros fatores, do alto custo para o transporte de cabotagem, “com seis empresas explorando 200 milhões de pessoas”, e da alta tributação do setor industrial.

“A solução para isso é abrir o mercado. Nossa ideia é, também, acabar com o IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados], porque o IPI desindustrializou o Brasil”, acrescentou, ao lembrar que o governo brasileiro já reduziu em 35% esse tributo. “Queremos baixar [a alíquota] para zero”, acrescentou.

Como estava em um evento de empresários das telecomunicações, Guedes usou exemplos do setor para mostrar os efeitos dessa alta carga tributária para investimentos e para o desenvolvimento de tecnologias.

“Hoje, quase 40% dos custos do setor de telecomunicações é de impostos. Isso, em um setor que mostra a importância da tecnologia porque a regra, no Brasil, é tributar o que é fácil, como combustíveis, eletricidade e telecomunicações. Isso destrói o equipamento produtivo do Brasil. Por isso, vamos acabar com os impostos [que incidem] sobre a indústria”, afirmou o ministro. Ele destacou que 100% do investimento para quem traz máquinas e equipamentos são dedutíveis.

Ciclo de investimentos

Diante desse contexto, Guedes prevê que o Brasil vai iniciar “um longo ciclo de investimentos, ao contrário do mundo, que está encerrando um longo ciclo de investimento”. “Nossas conversas na Europa, nos Estados Unidos, com a OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico] e com o G-20 [grupo formado pelos ministros de Finanças e chefes dos bancos centrais das 19 maiores economias mundiais mais a União Europeia] nos convenceram de que vem uma avalanche de investimentos para o Brasil, se continuarmos no caminho em que estamos. A Secretaria de Estado dos EUA tem dito que, daqui para a frente, uma exigência para investimentos nos países é a de ter logística próxima e ser amigo. É o chamado near shore e o friend shore”, disse.

Assim sendo, acrescentou o ministro, “não adianta fazer semicondutores em Taiwan”. “Com a ruptura de cadeias produtivas, ficou muito evidente a vulnerabilidade do sistema econômico, porque parou a produção, e as fontes estão muito longe. Tem de estar perto e ser amigo. E quem é essa economia, que está perto dos Estados Unidos e da Europa? É o Brasil.”

De acordo com o ministro, a situação é “incontornável”, com o Brasil destinado a se tornar a segurança energética da Europa e a segurança alimentar do mundo. “O mundo percebeu que o Brasil é uma potência energética, além de um enorme mercado consumidor.”

Revolução digital

Guedes disse também que o Brasil não pode perder a revolução digital pela qual passa o mundo. “A covid-19 foi uma aceleração para o futuro. Aí surgiu a importância das telecomunicações, inclusive para a agricultura e para as telecomunicações”, afirmou. “Não podemos perder a revolução digital, nessa reconfiguração da cadeia produtiva. Semicondutores podem ser feitos aqui e poderemos entrar em uma nova fase nessa revolução digital.”

Pedro Peduzzi – Agência Brasil

Total de empresas ativas cresceu 3,7% no Brasil em 2020

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Foto: Bogdan C Rogulin/Unsplash

O número de empresas e outras organizações ativas no Brasil cresceu 3,7% entre 2019 e 2020, chegando a 5,4 milhões. Mesmo com esse aumento, o total de pessoas ocupadas assalariadas em empresas diminuiu 1,8% no mesmo período, o que significa 825,3 mil postos de trabalho formais a menos no país.

As mulheres foram as que mais perderam postos de trabalho. Os dados são da pesquisa Estatísticas do Cadastro Central de Empresas (Cempre) 2020 divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

É a primeira vez, na série histórica do estudo, desde 2008, que a queda no número de assalariados ocorreu ao mesmo tempo em que houve aumento expressivo no total de empresas. Esse movimento pode ter sido ocasionado, de acordo com o instituto, por pessoas que foram demitidas e tentaram abrir seu próprio negócio ou por quem buscava compensar as perdas de renda nesse período.

“A gente não imagina, em período de forte crise econômica, ter aumento de empresas. Mas, ao mesmo tempo, isso é explicado pelo crescimento de empresas que não possuem assalariados”, disse o gerente da pesquisa, Thiego Ferreira.

“Apesar de todos os esforços, inclusive políticos, e das políticas públicas para manter os empregos, ocorreram, naturalmente, demissões. Muita gente teve redução na renda ou porque foi demitida ou porque teve diminuição da jornada de trabalho e isso pode ter motivado a busca dessas pessoas por abrirem seus próprios negócios”, argumentou.  

Menos funcionários e salários menores

Entre 2019 e 2020, o número de empresas sem empregados assalariados cresceu 8,6%, o que significa 227,3 mil empresas a mais em 2020. Já as empresas com assalariados recuaram em todas as faixas analisadas. As com um a nove empregados caíram 0,4%; as com 10 a 49 empregados, 5,3%; as com 50 a 250 assalariados, 2,3%; e as com mais de 250 funcionários tiveram uma redução de 1%.

Os dados mostram, ainda, que o salário médio pago pelas empresas do país em 2020 caiu 3% em relação a 2019, chegando a R$ 3.043,81, ou o equivalente a 2,9 salários mínimos. Já a massa salarial, que atingiu R$ 1,8 trilhão, teve um recuo de 6% em relação a 2019, o que representou, segundo o IBGE, a maior redução na série histórica da pesquisa. Essa perda salarial foi, segundo o instituto, intensificada pela redução no número de assalariados.

Em relação às unidades federativas, o Distrito Federal e o Amapá registraram os maiores salários: o DF com uma remuneração média mensal 5,3 salários mínimos e o Amapá com 3,7 salários, ambos seguidos pelo Rio de Janeiro e São Paulo com 3,3 salários mínimos cada. Esses dois estados concentram mais de um terço dos assalariados do país. Já os menores salários foram anotados na Paraíba – salário médio mensal de 2,1 salários mínimos -, seguido do Ceará e Alagoas: 2,2 salários mínimos cada.

Agência Brasil