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IGP-10 tem deflação de 0,90% em setembro

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Foto: Eduardo Soares/Unsplash

O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) registrou deflação (queda de preços) de 0,90% em setembro deste ano. A queda foi mais acentuada do que a observada no mês anterior (-0,69%).

O dado foi divulgado hoje (16) pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

Com esse resultado, o índice acumula taxas de inflação de 7,45% no ano e de 8,24% em 12 meses. Em setembro do ano passado, o índice havia tido deflação de 0,37% no mês e inflação de 26,84% em 12 meses.

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que mede o atacado, teve queda de 1,18% em setembro, deflação superior à registrada no mês anterior (-0,65%).

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede o varejo, também continuou registrando deflação, mas com taxa maior, ao passar de -1,56% em agosto para -0,14% em setembro.

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) passou de uma inflação de 0,74% em agosto para deflação de 0,02% em setembro.

Edição: Graça Adjuto – Agência Brasil

Produção agrícola em 2021 bate novo recorde e atinge R$ 743,3 bilhões

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Foto: Eduardo Gorghetto/Unsplash

O valor da produção agrícola do país em 2021 bateu novo recorde e alcançou R$ 743,3 bilhões, aumento de 58,6% em relação ao ano anterior. A área plantada totalizou 86,7 milhões de hectares, o que representou ampliação de quase 3,3 milhões de hectares, área 3,9% superior à registrada em 2020. Após dois anos seguidos de recordes na série, a safra de grãos caiu 0,4% em 2021, com 254,4 milhões de toneladas.

Os dados constam da publicação Produção Agrícola Municipal (PAM) 2021, divulgada hoje (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o levantamento, entre as culturas agrícolas que mais contribuíram para esse crescimento, o destaque foi para a soja, que alcançou a marca de 134,9 milhões de toneladas, gerando R$ 341,7 bilhões em valor bruto, acréscimo de 102,1% frente à safra anterior, até então recorde na série histórica. De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério da Economia, a soja foi o segundo produto em valor na pauta de exportação nacional.

Conforme o IBGE, a produção de milho, segundo produto agrícola em valor de produção, apesar da queda de 14,9% no volume produzido, de 88,5 milhões de toneladas, gerou um valor bruto de R$ 116,4 bilhões, superando em 60,7% o registrado em 2020.

De acordo com os pesquisadores, a elevada demanda externa e interna das commodities agrícolas, com o dólar mantendo sua valorização frente ao real, somada à escalada nos preços dos combustíveis, os preços dos principais produtos agrícolas nacionais estabeleceram-se em patamares elevados. Como resultado, a produção agrícola brasileira, em 2021, apresentou novo crescimento no valor de produção.

“O ano foi marcado pela instabilidade climática entre o outono e o inverno, que afetou principalmente o desenvolvimento das culturas de segunda safra em boa parte do território nacional. Culturas como o milho, a cana-de-açúcar e o café apresentaram significativa queda na produção. Os estados do Paraná e Mato Grosso do Sul foram os mais afetados”, informou o IBGE.

“Contudo, as principais culturas temporárias com predomínio de cultivo na primeira safra, como a soja e o arroz, apresentaram bons resultados. Destaque para o estado do Rio Grande do Sul, que apresentou boa recuperação, após problemas climáticos enfrentados no ano anterior, que afetaram a produtividade de diversas culturas no território gaúcho”, acrescentou o instituto.

A quantidade produzida de cana-de-açúcar teve retração de 5,3% em 2021, influenciada por fatores climáticos desfavoráveis e redução da área de cultivo. Entretanto, o valor de produção alcançado no ano foi 24,4% superior, resultado da elevação dos preços do açúcar e etanol.

“A produção de café, outro importante produto agrícola nacional, em ano de bienalidade negativa do tipo arábica, registrou expressiva queda na produção frente à safra anterior, com redução de 19,2%, porém, com o aumento dos preços do grão no mercado global, apresentou crescimento do valor da produção na ordem de 27,9% no ano”, diz a pesquisa.

Centro-Oeste

O Centro-Oeste, mais uma vez, foi a região com maior valor da produção agrícola, totalizando R$ 261,3 bilhões, superando em 80,4% o período anterior, com destaque na produção de soja, milho e algodão. O destaque regional foi Mato Grosso, com a geração de R$ 151,7 bilhões, crescimento de 91,5% no ano, grande parte devido à soja, seu principal cultivo.

Segundo o IBGE, Sorriso, em Mato Grosso, com aumento de 86,4%, mais uma vez gerou o maior valor da produção agrícola nacional entre os municípios brasileiros, totalizando quase R$ 10 bilhões, tendo a soja e o milho como as culturas de maior valor.

O Sul registrou o segundo maior valor da produção entre as grandes regiões, com R$ 191,4 bilhões, um acréscimo de 73,4%. O município de Guarapuava, no Paraná, novamente registrou o maior valor da produção agrícola regional, gerando R$ 1,6 bilhão, com a soja como seu cultivo principal.

A Região Sudeste, por sua vez, destacou-se pela produção de cana-de-açúcar e café, alcançando R$ 165,1 bilhões, registrando alta de 32,2%. O município de Unaí, em Minas Gerais, teve o maior valor da produção agrícola regional, de R$ 2,7 bilhões, gerado, sobretudo, pela produção de soja em 2021.

Edição: Lílian Beraldo – Agência Brasil

Setor de serviços cresce 1,1% em julho

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Foto: Gilberto Olimpio/Unsplash

O volume de serviços no país registrou crescimento de 1,1% em julho, na comparação com o resultado de junho deste ano. Essa é a terceira alta consecutiva do indicador, que hoje está 8,9% acima do patamar de fevereiro de 2020, ou seja, do período pré-pandemia de covid-19.

O resultado do setor indica altas de 6,3% na comparação com julho do ano passado, 8,5% no acumulado do ano e de 9,6% no acumulado de 12 meses. Os dados foram divulgados hoje (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De junho para julho, três das cinco atividades tiveram crescimento, com destaque para transportes, serviços auxiliares ao transporte e correio (2,3%). Também avançaram informação e comunicação (1,1%) e serviços prestados às famílias (0,6%).

Por outro lado, outros serviços caíram 4,2% e serviços profissionais administrativos e complementares recuaram 1,1%.

Turismo

O índice de atividades turísticas cresceu 1,5% de junho para julho, depois de uma queda de 1,7% no mês anterior.

Na comparação com julho de 2021, o indicador subiu 26,5%. Também há alta de 41,9% no acumulado do ano.

O transporte de passageiros avançou 4,1% em julho, 24,2% na comparação com julho do ano passado e 41% no acumulado do ano.

Edição: Denise Griesinger – Agência Brasil

O Brasil está “dividido”? Ao contrário: está mais plural do que nunca

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Foto: Unsplash

Até o início dos anos 2000, era comum jornalistas, escritores, professores e políticos “que combateram a ditadura” lamentarem a alienação dos jovens em relação à política.

Aquela “geração de 1968, o ano que não terminou” parecia muita preocupada com esse distanciamento dos jovens, o qual, segundo ela, resultava no alheamento das discussões políticas e numa falta de preocupação com os rumos do país.

Agora, esses mesmos “formadores de opinião” e as novas gerações que eles ajudaram a formar reagem horrorizados ao verem se concretizar este mesmo envolvimento pelo qual sempre clamaram. E estão horrorizados porque os jovens e adultos de hoje já não seguem mais o mesmo caminho ideológico.

Pior: não apenas não seguem como ainda se tornaram os seus antagonistas, alvos a quem eles dedicam insultos dos mais variados, que vão do fas até cistas.

Para criar uma narrativa que soasse verossímil e palatável, a intelectualidade que não pensa e a intelligentsia que rumina passaram a difundir a ideia de que “o país está dividido”. Se o país está dividido, isso significa, para eles, que metade do país está ao seu lado. É o exemplo perfeito e acabado do Método Artificial de Inflação Estatística: se você precisa demonstrar um apoio numérico que não tem, seja o arauto da divisão social.

Afinal, o que é essa “divisão do país” se não o fato de as pessoas terem acordado para a eficiente ofensiva cultural esquerdista, para a sua vitoriosa batalha pelo poder político e para as consequências trágicas da esquerda no poder?

Mesmo que você ainda não tenha se dado conta da dimensão do domínio da esquerda na cultura e na política brasileira, para atestar o que digo basta verificar que quase todos aqueles que reclamam que o país está dividido são de esquerda, simpatizantes da causa ou inocentes úteis.

Aqueles que hoje lamentam o acirramento das discussões sobre política assim o fazem porque estavam acostumados a falar apenas para companheiros de ideologia e de luta. Não tinham até então quem lhes questionasse ou fizesse frente. Assim, padronizaram o discurso, estabeleceram as regras do debate permitido, formaram a cabeça de professores, e definiram o que os alunos deveriam aprender nas salas de aula. Forjaram, em suma, todos os alicerces mentais e programáticos para que nós, brasileiros, aceitássemos sem resistências o seu projeto de sociedade.

Tudo isso está muito bem explicado no excelente e recém-lançado livro A Corrupção da Inteligência – Intelectuais e Poder no Brasil, do antropólogo Flávio Gordon.

Os intelectuais revolucionários brasileiros, como bem mostra Gordon, pretendem nos conduzir — nós os simplórios — “a uma concepção de vida superior”, pois não somos considerados pessoas de verdade, mas sim “um problema social” ou “representantes de uma classe que é preciso emancipar” (p. 96-97).

Como no poema de Bruno Tolentino, eles hesitam “em aceitar o mundo como tal,/ no drama intelectivo da pintura/” e assumem “toda a condição do mal/ cognitivo do ser: o universal,/ a Ideia, a abstração em que a figura,/ servida na bandeja ao Ideal,/ é referencial, ou seja, é a pura/ e simples figurante de um esquema” (O Mundo como Ideia, Editora Globo, 2002, p. 392).

Quando, porém, os intelectuais e a intelligentsia começaram a ser confrontados, de forma polida ou agressiva, passaram a identificar nessa divisão do país um mal a ser revelado, combatido e destruído.

Aí é que está: quando viram ruir a sua grande muralha, iniciaram a denúncia da agressividade das discussões e da divisão da sociedade por causa da política. Mesmo que o discurso agressivo estivesse bem fundamentado, era ilegítimo porque violento, uma violência verbal similar à que eles próprios usaram, legitimaram ou de que foram beneficiários.

O problema, claro, jamais foi a agressividade, posto que acostumados estavam com esse tipo de estratégia política. Diante da progressiva perda de prestígio e de influência na sociedade, e perante a própria falta de argumentos e de dados empíricos que sustentassem o seu discurso ideológico carcomido, a intelectualidade e a intelligentsia passaram também a usar a vitimização como instrumento defensivo para tumultuar o debate sem ter razão.

O que intelectualidade e a intelligentsia queriam era que tudo continuasse como dantes no quartel d’Abrantes, que todos nós nos mantivéssemos apáticos, indiferentes e calados. Que continuássemos a ser a prova da estupidez de muitos, como apontou o Marquês de Maricá, dado que somente em pouquíssimos casos apatia e indiferença demonstram profunda sapiência. Se livres, lépidos e fagueiros, os revolucionários poderiam continuar militando, distorcendo e mentindo impunemente. Essa boa vida, porém, acabou.

Apesar de todos os erros cometidos neste momento de transição pelo qual passa o país, é preferível os excessos que têm sido cometidos na arena político-ideológica, imoderação própria de um processo de maturidade, do que a passividade e a inércia que foram a marca do passado recente, quando a sociedade brasileira parecia o artista da fome daquele conto de Kafka que “não ousava queixar-se” e desculpava-se pelo que faziam contra ele.

O Brasil, meus caros, não está dividido. O Brasil está mais plural do que nunca. Só que a esquerda jamais aceitará que a pluralidade não seja meras gradações de um mesmo tom de vermelho.

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Artigo originalmente publicado em outubro de 2017


Bruno Garschagen é autor do best seller “Pare de Acreditar no Governo – Por que os Brasileiros não Confiam nos Políticos e Amam o Estado” (Editora Record). É doutorando e Mestre em Ciência Política e Relações Internacionais pelo Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa e Universidade de Oxford (visiting student), formado em Direito, coordenador e professor de Ciência Política da Pós-Graduação em Escola Austríaca (IMB-UniÍtalo), podcaster do Instituto Mises Brasil e membro do conselho editorial da MISES: Revista Interdisciplinar de Filosofia, Direito e Economia.

Fonte: Mises Brasil

Malha aérea internacional do Brasil atinge maior volume desde 2019

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Foto: Tom Barrett/Unsplash

O número de chegadas de voos internacionais ao Brasil, em agosto deste ano, foi o maior já registrado desde o início da pandemia de covid-19. Segundo a Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), somente no mês passado houve 4.003 desembarques, o que representa 80,71% da capacidade demonstrada em 2019. Comparado a agosto de 2021, foi registrado de 232,35% nas conectividades internacionais.

Até julho de 2022, a malha aérea internacional mantinha tendência de alta, acima dos 70% da capacidade de 2019, mas ainda não havia superado os 80%. A expectativa da Embratur é recuperar 100% da conectividade ainda em 2022. Para isso, a agência tem feito reuniões com empresas aéreas e há previsão de 134 novos voos e frequências adicionais até fevereiro de 2023.

Rotas

Entre as novidades, destacam-se as rotas e frequências de ligação com o Nordeste do Brasil. Já em outubro, a Aerolíneas Argentinas prevê o incremento de duas frequências nos voos Buenos Aires-Salvador. Em novembro, a Tap também estima o retorno de duas frequências de voos Lisboa-Salvador. No mesmo mês, a Gol retomará o voo Buenos Aires-Natal.

A Air Europa prevê colocar em operação dois novos voos e uma frequência adicional, em dezembro, na rota Madri-Salvador. Também em dezembro, a Gol estima novos voos: Miami-Fortaleza, Buenos Aires-Recife, Buenos Aires-Maceió e Buenos Aires-Salvador.

Atualmente, os continentes que mais possuem conectividade com o Brasil são a América Latina, com 2.068 voos mensais; a Europa, com 1.045 voos; e a América do Norte, com 762. Segundo a Embratur, a conectividade com Estados Unidos e Canadá, em agosto, aumentou 28,36% em relação ao mês de julho.

Edição: Kleber Sampaio – Agência Brasil

Índice de Confiança das Pequenas Empresas tem melhor resultado desde novembro de 2013

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Foto: StockSnap/Pixabay

O Índice de Confiança das Micro e Pequenas Empresas teve, em agosto, alta de 2,7 pontos. Assim, o indicador – elaborado numa parceria entre a Fundação Getulio Vargas (FGV) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) – atingiu 100,6 pontos, melhor marca desde novembro de 2013.

A melhora na confiança dos empresários em agosto foi puxada pela alta no comércio: 5,4 pontos. O setor de serviços teve elevação de 0,5 ponto no mês e a indústria da transformação registrou a segunda queda consecutiva: 1,4 ponto.

Expansão

A alta do comércio das micro e pequenas empresas foi maior que a do comércio em geral, que teve elevação de 4,3 pontos em agosto. O índice de confiança das empresas em geral cresceu 2,2 pontos no mês, ficando em 100,8 pontos.

Segundo o presidente do Sebrae, Carlos Melles, “a confiança das micro e pequenas empresas retornou para a trajetória de recuperação iniciada em fevereiro”. Na avaliação dele, o índice, ao superar a marca de 100 pontos, que indica a neutralidade, mostra uma perspectiva dos empresários de melhoria do cenário econômico.

“Ajudaram nesse resultado recursos disponibilizados pelo governo, a melhoria do mercado de trabalho e a desaceleração dos preços”, finalizou.

Edição: Kleber Sampaio – Agência Brasil

Indicador Antecedente de Emprego sobe 1,2 ponto em agosto

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Foto: Spencer Davis/Unsplash

O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp), calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), avançou 1,2 ponto em agosto, passando para 82,3 pontos. É o maior nível desde novembro de 2021, quando ficou em 83 pontos. Em médias móveis trimestrais, o IAEmp cresceu 0,5 ponto chegando a 81,8 pontos. Os números foram divulgados hoje (6), no Rio de Janeiro.

O economista Rodolpho Tobler, da FGV, disse que a volta da ascensão do IAEmp compensa a queda ocorrida em julho. Segundo ele, o movimento sugere continuidade de recuperação do mercado de trabalho, mas ainda é preciso ter cautela por causa do patamar baixo em que o indicador se encontra. A sinalização para os próximos meses é positiva, embora em ritmo mais lento provocado pelo desempenho da economia.

“Pode ter ainda uma melhora do mercado de trabalho, mas vai ser mais lenta do que a gente observou nos últimos meses. O próprio Indicador Antecedente de Emprego vinha subindo em alguns meses consecutivos, teve queda no mês anterior e agora voltou a subir, então, a nossa observação é que deve manter a trajetória positiva, só que agora já sujeita a oscilações como teve no mês passado com altas mais firmes como foi este mês. Acho que a tendência é um pouco essa. O mercado de trabalho deve evoluir favoravelmente até o fim do ano, mas em ritmo muito menos intenso do que a gente viu nessa primeira metade”, afirmou em entrevista à Agência Brasil.

Tobler acrescentou que ainda é possível observar alta no indicador em setembro, principalmente porque no terceiro trimestre ainda há reflexo de medidas de estímulos do governo como aumento do Auxílio Brasil e liberação de alguns vales e, por isso, a economia ainda continuaria aquecida no período.

“Acho que ainda há uma perspectiva favorável, mas deve ser uma recuperação mais tímida, manter mais ou menos esse ritmo visto em agosto. É difícil imaginar que a gente volte a ter saltos muito grandes como vimos na primeira metade do ano”, destacou.

Componente de incerteza

Para o economista, a proximidade das eleições também adiciona o componente de incerteza que aqui no Brasil é até maior do que seria normal, e provoca cautela nos empresários quanto a novas contratações.

“Isso pode fazer com que tenha alguma oscilação por causa da eleição e também porque, no fim do ano, a gente já espera uma economia com sinais mais lentos de recuperação, porque a antecipação do 13º salário [que ocorreu em junho] vai faltar no fim do ano e o próprio cenário macroeconômico sugere uma redução do ritmo da economia com juros ainda altos. A tendência é que a gente veja no final de 2022, na virada para 2023, uma economia mais fraca e aí o mercado de trabalho vai acompanhar nesse sentido”, disse.

Para Tobler, a trajetória mais lenta da economia vai começar a ser sentida no terceiro trimestre diminuindo ainda mais o ritmo no último trimestre do ano. Para 2023, fica o desafio de manter a trajetória positiva, porque deve se acentuar o desempenho lento. Segundo o economista, depois de definido quem estará à frente do próximo governo, os possíveis anúncios de medidas podem influenciar o comportamento dos empresários.

“Pode ter um efeito positivo que a gente chama de efeito lua de mel. Se o candidato que ganhar anunciar um pacote positivo, os empresários podem ficar mais animados e reduzir as incertezas, só que mesmo assim 2023 tende a ser um ano com muitos desafios, porque será um ano que vamos viver com juros ainda muito altos para reduzir a inflação para chegar próximo da meta. Há problemas fiscais para o ano que vem e o próximo governo vai ter que enfrentar para poder equilibrar as contas públicas. A tendência é que o primeiro ano de governo ainda seja um ano difícil”, concluiu.

Destaques

Em agosto, quatro dos sete componentes do IAEmp acompanharam o avanço. Conforme o Ibre, os destaques foram os indicadores de Tendência dos Negócios e de Situação Atual dos Negócios da Indústria, que contribuíram positivamente com 0,9 e 0,3 ponto, e do indicador de Emprego Previsto de Serviços, que ajudou com 0,3 ponto. O principal destaque negativo ficou com o indicador de Emprego Previsto da Indústria, que variou -0,3 ponto.

Assinada lei que autoriza drawback para compra de serviços

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Foto: Diogo Hungria/Unsplash

A partir de 2023, exportadores brasileiros poderão comprar serviços como transporte, seguro, manejo e armazenagem de cargas com suspensão de tributos. Foi sancionada hoje (5) lei 14.440 que institui o drawback [suspensão de serviços].  

A ampliação do mecanismo de drawback foi inserida na mesma lei que cria o Programa de Aumento da Produtividade da Frota Rodoviária no país (Renovar). Ele pretende acelerar a retirada de circulação de veículos em fim de vida útil.

Benefício reconhecido pela Organização Mundial do Comércio, o drawback permite a suspensão ou isenção do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição sobre o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) sobre insumos usados em mercadorias produzidas para a venda no exterior. A nova lei estendeu o mecanismo aos exportadores que adquirem serviços durante a produção.

Para ter direito ao benefício, o exportador precisa comprovar que os serviços sejam direta e exclusivamente vinculados à exportação ou à entrega, no exterior, de produto que se beneficie do mecanismo de drawback.

Segundo o Ministério da Economia, a nova lei contribuirá para a inserção de empresas brasileiras no exterior, gerando redução de encargos e melhorando a competitividade dos exportadores locais.

Até agora, o drawback só era concedido para a compra de insumos nacionais e estrangeiros destinados à industrialização de produtos a serem exportados. Em 2021, o mecanismo amparou a exportação de mais de US$ 61 bilhões, segundo a Secretaria de Comércio Exterior. Com a nova legislação, os serviços passarão a ter o mesmo tratamento dos insumos físicos.

Competitividade

A suspensão do PIS/Cofins para a aquisição de serviços relacionados à exportação de mercadorias custará cerca de R$ 1,1 bilhão em 2023. O custo fiscal, informou o Ministério da Economia, em Brasília, está previsto no projeto da Lei Orçamentária (PLOA) do próximo ano, encaminhado ao Congresso Nacional no último dia 31.

De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), os serviços representam 35,7% do valor adicionado às exportações brasileiras de bens manufaturados.

Segundo estudo conjunto do Ministério da Economia e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), diversos membros do G20 – grupo das 20 maiores economias do planeta – aplicam isenções tributárias semelhantes para a compra de serviços: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, França, Itália, México, Reino Unido, Rússia e União Europeia.

Edição: Kleber Sampaio – Agência Brasil

“Sou a favor da liberdade de opinião, mas…”

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Foto: Noah Buscher/Unsplash

Textos que tratem da liberdade de opinião parecem dispensáveis diante da crença de que esse valor estaria consolidado no Ocidente. 

Em Sobre a Liberdade, John Stuart Mill, inicia o capítulo intitulado “Da Liberdade de Pensamento e Discussão”afirmando que é de se esperar que não seria mais necessário discorrer sobre os males associados ao controle governamental de ideias. Também na Inglaterra, na mesma época, Herbert Spencer declara em O Direito ao Livre Discurso que seria supérfluo repetir o Areopagítica, o panfleto que John Milton escreveu em 1644 para defender o fim do sistema de licenças para publicações.

A mesma crença é comum em nossa própria época. Afinal, a adesão à liberdade de expressão ainda exige de seus oponentes, como um tributo, a afirmação de que eles seriam “favoráveis à liberdade de opinião” antes do fatídico “mas”, que invariavelmente se segue e esvazia tal declaração. 

Ademais, o anseio pelo controle do pensamento sempre existiu, em especial entre alguns intelectuais, movimentos políticos e grupos religiosos. Porém, quando a defesa da censura extrapola esses círculos e contamina o resto da sociedade, devemos nos preocupar seriamente com a sinceridade do compromisso com esse valor.

O cenário atual

Na academia, no jornalismo, nas grandes empresas e nas redes sociais tornou-se natural censurar e pedir a demissão de pessoas que ousam contrariar determinadas opiniões ou mesmo violar o código de termos permitidos por aqueles que buscam controlar a linguagem e instrumentalizar o ensino. 

Quem questiona algum dogma presente é visto como ignorante ou imoral, um criminoso que espalha falsidade e ódio entre aqueles tidos como menos capazes de pensar por si próprios. 

Esse paternalismo, por sua vez, suscita o clamor por controle estatal do fluxo de informação, sem que sejam expressos temores significativos a respeito da vontade e da capacidade que autoridades responsáveis pelo controle teriam para separar a verdade da falsidade. Ao mesmo tempo, o debate racional é novamente substituído pela mais tosca das falácias, que dispensa a análise do conteúdo das ideias em favor do ataque aos seus autores, bastando que esses sejam “denunciados” como membros de alguma classe imaginária de inimigos. 

Além da censura, também a defesa da agressão física se torna cada vez mais comum nesse ambiente não acostumado com a multiplicidade de pontos de vista. Pessoas com mentalidade autoritária rotulam de “fascistas” e “nazistas” quaisquer opiniões diferentes das próprias; e os oponentes intelectuais, assim desumanizados, são vistos como ameaças à civilização, devendo ser combatidos pela força física.

Recorrendo a Mill

Cada um desses fenômenos assustadoramente retoma práticas comuns em regimes autoritários, o que faz com que o clima político e intelectual moderno lembre as ficções distópicas de autores como Zamyatin (Nós) e Orwell (1984) e os modernos censores “politicamente corretos” pareçam tragicomicamente com inquisidores moralistas de tempos mais remotos.

Diante do presente grau de deterioração do compromisso com a liberdade, são cada vez mais necessárias re-exposições dos fundamentos da liberdade de expressão. Neste artigo, reproduziremos, com comentários relativos ao cenário atual, os argumentos de J. S. Mill contidos no segundo capítulo de Sobre a Liberdade. Essa escolha foi feita tendo em vista o caráter sistemático da argumentação desse autor e ao fato de que ele identifica com sucesso o cerne da questão.

Iniciemos destacando algumas conclusões do texto de Mill, especialmente relevantes para o nosso tempo:

i) sendo o conhecimento falível, o aprendizado ocorre de forma descentralizada, por tentativas e erros, sendo a liberdade condição necessária para tal;

ii) a censura tem sempre como origem a presunção de superioridade intelectual ou moral e é historicamente demandada não por vilões, mas por pessoas que se consideram esclarecidas;

iii) mesmo se fosse possível estabelecer com certeza que uma opinião é falsa, isso não justifica sua supressão;

iv) o duplo padrão aplicado ao julgamento de opiniões majoritárias e minoritárias induz a autocensura, que constitui um dos piores inibidores do progresso.

Mill contempla em sua argumentação três possibilidades: uma opinião que se pretende calar pode ser verdadeira, conter elementos de verdade ou ainda ser completamente falsa. No primeiro caso, a censura evidentemente rouba da humanidade os benefícios que seriam gerados pela verdade suprimida. Menos óbvio é a capacidade de identificar a verdade de forma inequívoca. Essa é a ocasião para identificarmos os elementos responsáveis pelo progresso do conhecimento no texto de Mill.

O autor parte de bases falibilistas, isto é, da ideia de que proposições podem ser verdadeiras ou falsas, mas não temos condições de estabelecer sua veracidade de forma inequívoca. Em especial no que diz respeito aos assuntos polêmicos, nas palavras de Mill, “nunca podemos ter certeza de que seja falsa a opinião a qual tentamos sufocar”.

Encontramos no texto desse autor os dois elementos centrais de uma teoria falibilista sobre o crescimento do conhecimento: pluralismo e crítica. 

Quando o conhecimento for limitado diante da complexidade do mundo, o aprendizado ocorre se houver simultaneamente liberdade para expor soluções diferentes para os problemas e disposição a examinar criticamente essas soluções.

O papel da crítica

Considere em primeiro lugar o papel da crítica. Para Mill, “toda a força e todo o valor do julgamento humano dependem … de uma única propriedade – de que este pode ser corrigido quando errado”. As duas fontes de identificação de erro apontadas pelo autor são a discussão racional e a experiência empírica, que por sua vez dependem da disposição a escutar objeções que possam ser feitas a qualquer explanação que gostamos.

Como a disposição a escutar hoje é mais ameaçada pela falta de discussão, destacaremos esse primeiro fator. É cada vez mais comum encontrarmos pessoas que nutrem a ilusão de que suas próprias opiniões seriam embasadas em evidências empíricas enquanto as dos demais derivariam de mera ideologia. Para aqueles que enxergam um potencial terraplanista em toda pessoa com opiniões diferentes, a leitura do capítulo de Mill é bastante útil. 

Mill observa que, para que fatos e raciocínios realizem seu trabalho de correção de erros, é necessário antes que os mesmos sejam apresentados. Nos termos do modelo de aprendizado aludido acima, não faz sentido falar em correção de erros sem que se conheçam os candidatos à solução dos problemas, que fornecem o material para que dados sejam interpretados. 

Conforme cresce a complexidade do assunto estudado, além disso, aumenta o número de explanações antagônicas compatíveis com o mesmo conjunto de dados e em particular nos assuntos relativos à política e sociedade, parte considerável do trabalho intelectual envolve a crítica de teorias rivais. 

Furtar-se da tarefa de se familiarizar com as diferentes explicações seria portanto postura incompatível com o progresso do conhecimento. Nas palavras de Mill

O homem que conhece apenas o seu lado da questão não sabe muita coisa. Suas razões podem ser boas, e é possível que ninguém seja capaz de refutá-las. Mas se for igualmente incapaz de refutar as razões do lado contrário, se não estiver em condições de saber o que são, não possui fundamentos para preferir uma opinião à outra.

Para que se leve a sério a tarefa proposta, evitando distorções fáceis, não bastaria ainda conhecer uma teoria rival a partir das descrições apresentadas por adversários, sendo necessária a leitura dos argumentos formulados por seus melhores defensores. Com efeito, nas discussões modernas na internet, dificilmente os debatedores passariam no teste que os convidaria a expor um esboço das teorias que rejeitam com tanta confiança.

Mesmo entre pesquisadores profissionais, a pretensão do conhecimento gerada por crenças metodológicas não-falibilistas resulta em dogmatismo, como mostrou Hayek em sua Contrarrevolução da Ciência. Para Mill, do mesmo modo, “a tendência fatal dos homens a desistir de pensar sobre algo quando não mais é duvidoso causa metade de seus erros.”

Em resumo, para Mill o conhecimento falível é aperfeiçoado pela crítica, sendo o progresso um fenômeno que ocorre em meio à dúvida, diversidade, controvérsia e estudo sério de posições contrastantes, e não pela uniformidade de pontos de vista e estabelecimento de autoridades. 

Essa conclusão é expressa por meio de uma objeção retórica: “Mas como! (poderão perguntar) A ausência de unanimidade é condição indispensável do verdadeiro conhecimento?” Sim. Do mesmo modo que os economistas austríacos apontam para os equívocos gerados pelas análises de equilíbrio que proíbem o processo de mercado, barrando as atividades competitivas necessárias para que o conhecimento seja gerado, Mill argumenta que não existe aprendizado sem diversidade.

Essas ideias fornecem a base do ataque do filósofo inglês à censura. Sua argumentação não trata do mais óbvio direito à livre expressão dos censurados, mas das consequências não-premeditadas da censura. Concentra-se assim nos malefícios para a sociedade induzidos pelo bloqueio do processo de aprendizado por tentativas e erros, independente de uma opinião vetada ser verdadeira ou falsa.

O objetivo do controle das ideias

Devido ao valor da liberdade de pensamento como fonte de progresso intelectual, são condenadas tentativas de controlar a opinião, sobretudo no caso de censura pautada pela opinião pública. Nas famosas palavras de Mill:

Se todos os homens menos um partilhassem a mesma opinião, e apenas uma única pessoa fosse de opinião contrária, a humanidade não teria mais legitimidade em silenciar esta única pessoa do que ela, se poder tivesse, em silenciar a humanidade.

Depois de rejeitar a censura devido ao bloqueio do processo de aprendizado, Mill passa a investigar as razões que levam as pessoas a defenderem o controle das ideias. Para que tenhamos consciência dos perigos envolvidos no moderno flerte com a censura, é importante reconhecer que ela não é imposta por pessoas malévolas, mas por indivíduos sinceramente preocupados com a verdade e justiça.

Mill associa a censura à presunção de infalibilidade. Essa relação não recebe a consideração devida porque os sentimentos de superioridade moral e intelectual são sutis — se questionada explicitamente, nenhuma pessoa se declararia infalível. 

Para Mill, no entanto, isso não significa que as pessoas levem em conta em seus julgamentos a precariedade de suas convicções:

Infelizmente para o bom senso dos homens, ocorre que sua falibilidade está longe de exercer sobre seu juízo prático a influência que sempre se lhe permite na teoria, pois embora cada um se saiba perfeitamente falível poucos julgam necessário tomar precauções contra sua própria falibilidade, ou admitir a suposição de que uma opinião qualquer, da qual se sentem muito seguros, possa ser um dos exemplos de erro a que reconheçam estar sujeitos.

De fato, não é fácil reconhecermos a nossa própria ignorância: aqueles que pontificam cheios de certeza sobre assuntos sobre os quais pouco leram gostam muito de citar o Efeito Dunning-Kruger, que justamente constata que aqueles que menos estudaram algo demostram maior confiança em suas opiniões.

O texto de Mill explora diversas situações nas quais se manifesta a presunção de infalibilidade. Para ele, as pessoas tendem a tomar como certas as convicções dos grupos aos quais pertencem, mesmo sabendo que grupos diferentes, em épocas diferentes, nutriam crenças hoje descartadas, fato que deveria induzir humildade intelectual.

Um exemplo curioso é a formação de bolhas de indivíduos com opiniões homogêneas em redes sociais. Boa parte das pessoas preocupadas com isso ironicamente propõem restrições aos modos de associação que na prática equivalem à presunção de que elas próprias pairariam acima do fenômeno, como uma elite de clérigos autorizados a ler textos heréticos. 

Não ocorre a elas que as políticas de controle propostas privilegiem crenças derivadas da bolha do próprio censor e possam resultar na redução da diversidade de opiniões que pretendem combater.

O pressuposto de infalibilidade também se manifesta, para Mill, entre aqueles que afirmam que a liberdade de opinião não pode ser levada ao extremo. Aqueles que recomendam livre discussão apenas para casos duvidosos supõem infalibilidade ao arrogar para si o direito de determinar o que é conhecimento certo e o que é conjectural: “Dizer que uma proposição é certa, enquanto há alguém que lhe negará a certeza se lhe permitirem, mas a quem não permitem fazê-lo, significa assumir a nós mesmos e aos que concordam conosco como juízes da certeza e juízes que não ouvem o outro lado.”

Retoricamente, a defesa do controle de informações transita sutilmente de proposições óbvias, para as quais esse controle pode parecer razoável, para questões mais complexas. Pergunta-se com frequência ao defensor do falibilismo se ele negaria afirmações como “um mais um é igual a dois” ou “é errado o espancamento de bebês”. Mas, na prática, raramente observamos censores preocupados com a difusão de aritméticas exóticas em vez de opiniões políticas que os desagradem.

Lênin, que antes da revolução se dizia defensor da liberdade de imprensa, logo após a mesma determina, em decreto de 27 de outubro de 1917, que órgãos da imprensa poderiam ser fechados “se semearem confusão através de óbvia distorção difamatória dos fatos”, ou, traduzindo para a linguagem moderna, “qualquer pessoa pode ser calada se for pega semeando confusão por meio de fake news“. 

Isso não revela apenas oportunismo e inconsistência por parte do ditador: dada sua fé ilimitada no referencial teórico que emprega, qualquer coisa que contrarie suas crenças será sinceramente vista como mentira inequívoca, cuja divulgação consiste em crime.

Do mesmo modo, partindo de exemplos concretos de notícias falsas, o defensor do combate às fake news por meio de censura invariavelmente classifica material contendo opiniões polêmicas de que não gosta como se fosse relativo a fatos verificáveis, ilustrando o deslocamento do argumento de proposições incontroversas para questões debatidas. 

Enquanto a perspectiva falibilista celebra a diversidade de opiniões como fonte de aprendizado e confia na crítica como método falível de combate à falsidade, a defesa do controle deposita sua fé na infalibilidade do censor que guia seu rebanho. Se a diversidade implica necessariamente convivência com o erro, a alternativa resulta em tornar universal um erro particular. 

Portanto, partindo-se da perspectiva falibilista, que compara arranjos institucionais em termos de sua capacidade de correção de erros, é completamente equivocada a crença de que “fake news não é liberdade de opinião”. Pelo contrário, esta última pode ser definida como a liberdade dos outros dizerem algo que cada um considera ofensivo.

A censura do verdadeiro, ou: “se me desagrada, deve ser censurado”

Além de examinar a censura aplicada a algo que possa ser verdadeiro, Mill contempla ainda as possibilidades de que o material censurado possa ser falso ou ainda contenha algum aspecto da verdade. Iniciemos por essa última, que adiciona elementos importantes ao argumento exposto no último parágrafo. 

O desenvolvimento do conhecimento humano, no texto de Mill, não implica necessariamente a substituição de falsidades por verdades, ou teorias mais restritas por teorias mais gerais, sendo comum que perspectivas diferentes contenham elementos diferentes da verdade e que parte desta deixe de ser considerada mediante o abandono de um ponto de vista. Se de fato for o caso que raramente a verdade toda esteja concentrada em apenas um ponto de vista, a censura também será prejudicial. 

Nas palavras de Mill, “quando se encontram pessoas que, em relação a qualquer assunto, formam exceção à manifesta unanimidade do mundo, mesmo se o mundo estiver certo, é sempre provável que os dissidentes tenham a dizer algo digno de se ouvir, e que a verdade perca muito com seu silêncio.”

Essa observação ganha importância se considerarmos que, como notaram diferentes filósofos e cientistas depois de Mill, o crescimento do conhecimento se dá pela recombinação entre ideias, algo que possibilita a exploração de consequências não antecipadas de conceitos retirados de outras tradições. Esse argumento se aplica não apenas à ciência; a política, em uma democracia, também requer a diversidade de pontos de vista, não uma perspectiva única tida como politicamente correta.

Considere mais uma vez a moderna defesa do controle do fluxo de informações em meios eletrônicos. Como a pretensão de infalibilidade do censor resulta, na prática, não no combate de mentiras, mas na supressão de opiniões divergentes, os limites aos abusos dos dirigentes, impostos pelo livre debate, são atenuados se as críticas só puderem ser feitas a partir de uma perspectiva ideológica particular. 

Nesse sentido, os órgãos tradicionais da imprensa põem a perder seu legado de luta pela liberdade de opinião diante da expansão de formas rivais de comunicação, experimento natural que os força a revelar se, por liberdade de opinião, se referiam apenas à sua própria e não à liberdade de expressão propriamente dita. 

Novamente, o conceito se torna vazio se não for definido como o direito do outro dizer o que me desagrada.

Os ungidos, Popper e a presunção da infalibilidade

A presunção de infalibilidade tem origem intelectual e moral. Consideremos mais de perto esse último aspecto. 

Para Mill, a presunção de infalibilidade gera as mais terríveis consequências quando uma opinião censurada é qualificada como imoral, pois a sensação de certeza é mais intensa. 

Sobre o julgamento de Sócrates, o autor especula que seus acusadores não seriam homens maus. Da mesma forma, a censura e perseguição aos cristãos no Império Romano muitas vezes teria partido de governantes esclarecidos, que tinham convicção moral de que estavam certos.

Embora evoque a lembrança de inquisidores do passado, a convicção moralista é central no debate político contemporâneo, em especial no que diz respeito à ideologia do “politicamente correto“. Por si só, essa expressão implica a negação de uma sociedade livre, pois substitui o debate entre pessoas com pontos de vista diferentes sobre quais seriam as políticas mais apropriadas por uma visão simplista que atribui verdade e justiça a um ponto de vista particular.

A melhor análise do aspecto moralista da ideologia contemporânea é feita por Thomas Sowell, que a rotula “visão dos ungidos“. 

Como os ungidos não estão familiarizados com a existência de teorias rivais e com análises sobre a eficácia de políticas alternativas — que os levariam a considerar a existência de trade-offs, consequências não-premeditadas de políticas bem intencionadas ou ainda custos de diferentes arranjos institucionais —, adotam uma perspectiva política maniqueísta, que classifica os indivíduos como favoráveis ou contrários a algum fim, em vez pessoas que divergem sobre meios. 

Como identificam automaticamente sua opinião política com a defesa de cada causa, se colocam como os esclarecidos, que possuem consciência dos problemas sociais, em contraste com os ignorantes, que precisariam ser educados pelo seu exemplo e protegidos da desinformação. 

A análise de Sowell ilustra de forma perfeita a tese segundo a qual a presunção intelectual e moral tem entre suas causas a desconsideração pelo caráter falível do conhecimento e entre suas consequências o autoritarismo.

Outro exemplo do mesmo fenômeno é o ressurgimento da defesa da violência física contra quem professa opiniões diferentes. Também nesse caso a pretensão de infalibilidade se revela pela transferência da argumentação do certo para o duvidoso. 

O primeiro passo da defesa invoca um trecho de uma nota de rodapé da Sociedade Aberta e Seus Inimigos, na qual Popper se refere ao paradoxo segundo o qual uma sociedade livre não poderia tolerar intolerantes, que utilizam “punhos e pistolas” em vez de argumentos. O segundo passo aplica essa ideia a um mal inequívoco, como o nazismo ou o fascismo. O terceiro passo, crucial mas implícito, classifica como fascista qualquer opinião contrária à própria, justificando em nome da tolerância o uso de punhos e pistolas.

As pessoas com inclinações autoritárias fascinadas por essa nota de rodapé deveriam ler também o corpo do texto ao qual ela se refere. Nele, Popper rejeita a abordagem política que indaga quem deveria governar (o bom, justo, o sábio, a maioria etc.), questão que gera uma série de paradoxos (eleitos optando por ditaduras, bons cedendo a maioria, esta cedendo ao mais inteligente etc.). 

Para Popper, esses paradoxos teriam relevância menor se mudarmos de perspectiva. Em vez de nos preocuparmos em conferir o poder a um governante ideal enquanto nos decepcionamos eternamente com as alternativas concretas, a análise deveria indagar como podemos limitar a capacidade de um mau governante fazer estragos. 

Se tivermos em mente a sugestão de Popper, o maior autor falibilista do século XX, a questão se inverte completamente: quais seriam as instituições que inibem a possibilidade de que pessoas dogmáticas, imbuídas de certezas alimentadas pelo desconhecimento de perspectivas alternativas, tenham a liberdade de saíram por ai batendo em pessoas que discordam delas?

A justificação da violência através da pretensão de conhecimento não é fenômeno recente. O moderno “antifascismo” tragicamente imita estratégia comum em regimes totalitários do século XX. Nos campos de trabalhos forçados soviéticos, os presos políticos classificados como fascistas eram em sua maioria originalmente fiéis a ideologia coletivista prevalecente, mas que divergiram marginalmente sobre algum detalhe do credo ou foram presos devido a uma ação contra alguma classe de “inimigos do povo”. 

Muitos investiam contra a liberdade de fascistas imaginários — aquelas pessoas que nutriam opiniões diferentes das suas — para descobrirem no instante seguinte que eles próprios seriam os “fascistas” da vez.

Censurando o falso

Resta ainda considerar a terceira possibilidade contemplada por Mill: a censura de opiniões patentemente falsas. 

De forma consistente com sua crença de que a razão se nutre da livre discussão, também nesse caso o autor rejeita a censura. Dois motivos são apresentadas. 

Uma crença verdadeira seria um dogma morto se fosse apenas repetido, herdado por argumento de autoridade, sem que as pessoas saibam em um debate com as ideias falsas apontar as razões que a sustentam. Um exemplo moderno é fornecido pelo terraplanismo, que forçou muitas pessoas a travarem contato com os argumentos e experimentos que o refutam, em vez de apenas aceitarem a tese correta como informação decorada na escola ou já esquecida.

Para Mill, não apenas os motivos que sustentam uma proposição seriam desconhecidos na ausência de discussões, mas também o próprio significado da proposição. Nossas crenças teriam pouco impacto sobre nossa ação se fossem repetidas mecanicamente, sem que nuances sobre seu significado fossem avivadas pelo debate, modificando nosso comportamento. Podemos oferecer como exemplo o próprio compromisso com a liberdade de opinião, hoje valor apenas defendido nominalmente, que só pode ser revivificado pela discussão dos fundamentos desse valor.

A autocensura decorrente da pressão pública

Mill dedica o final de seu texto para enfatizar os malefícios da censura autoimposta, sob a pressão da opinião pública.

O autor nota uma assimetria entre opiniões comuns e opiniões mais raras. A liberdade que um defensor de opiniões majoritárias tem para empregar sarcasmo, comentários injuriosos e “discussão intemperada” não se permite ao defensor de posições minoritárias, que tem que medir cada palavra para não ofender, gerar reação desmedida contra si, como o “cancelamento” moderno.

Mill se preocupa com a inibição do aprendizado por diversidade e crítica causada pelo policiamento a posturas impopulares, com frequência classificadas como como imorais:

A pior ofensa dessa espécie que se pode cometer numa polêmica consiste em estigmatizar, como homens maus e imorais, os que sustentam a opinião contrária. Os que sustentam qualquer opinião impopular estão particularmente expostos a esse tipo de calúnia, pois em geral são pouco numerosos e pouco influentes, e ninguém mais, além deles mesmos, tem muito interesse em ver fazer-lhes justiça.

Como o crescimento do conhecimento depende do debate entre diferentes pontos de vista, a hostilidade dirigida contra posturas heterodoxas que inibem sua manifestação prejudicam o progresso humano. 

Exemplo disso é a assimetria que encontramos na discussão política a respeito de que conduta é considerável aceitável ou condenável. Basta discordar da maioria para que sua opinião seja considerada como “discurso de ódio”, ao passo que defesas explícitas de violência e preconceito, o famoso “ódio do bem”, são relativizadas ou ignoradas se partirem dos defensores da ideologia padrão.

Embora a causa da liberdade de opinião tenha pouca chance de prosperar sob instituições que cada vez mais transferem as decisões para a esfera coletiva, politizando cada aspecto da vida, ainda assim, diante da frequência com a qual a censura volta a ser considerada, é nossa obrigação revisitar os fundamentos da liberdade tal como expostos por autores como John Stuart Mill.

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Referências

HAYEK, F.A. The Counter-Revolution of Science: studies on the abuse of reason. Indianapolis: Liberty Press, 1979.

MILL, J.S. A Liberdade. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

MILTON, J Areopagitica; A Speech of Mr. John Milton for the Liberty of Unlicenc’d Printing, To the Parlament of England. Londres, 1644.

POPPER, K. A Sociedade Aberta e seus Inimigos. Belo Horizonte/São Paulo: Itatiaia/Edusp, 1987.

SOWELL, T. The Vision of the Anointed: self-congratulation as a basis for social policy. New York: Basic Books, 1995. 

SEBASTYEN, V. Lenin, the Dictator. Londres: W&N, 2017.

SPENCER, H. Social Statics: the conditions essential to human happiness specified, and the first of them developed. New York: R. Schalkenbach Foundation, 1995.


Fabio Barbieri é mestre e doutor pela Universidade de São Paulo. Atualmente, é professor da USP na FEA de Ribeirão Preto.

Fonte: Mises Brasil

PIB cresceu o equivalente às projeções mais otimistas

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O crescimento da economia brasileira no primeiro semestre equivale às projeções mais otimistas do mercado, disse o ministro da Economia, Paulo Guedes. Em evento em São Paulo, ele declarou que o Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país) deverá encerrar o ano com desempenho melhor que o previsto.

“É claro que vamos crescer mais”, afirmou o ministro, que não descartou um crescimento de até 3% do PIB em 2022. “Discuti rapidamente essa possibilidade hoje com o Banco Central”, comentou, sem entrar em detalhes.

Em discurso durante durante evento organizado pelo Instituto Unidos Brasil nesta quinta-feira, em São Paulo, Guedes disse que a economia brasileira continuará a gerar emprego e renda. Segundo o ministro, os dados mostram que as projeções dos economistas estão erradas. “Por que eles estão errando tanto essas previsões? Porque eles estão com o modelo antigo”, comentou, dizendo que o governo substituiu um antigo modelo intervencionista do Estado.

Dividendos

Durante o evento, o ministro reiterou a intenção de aproveitar as discussões de uma reforma tributária para permitir a correção da tabela do Imposto de Renda e tornar permanente o Auxílio Brasil de R$ 600. No dia 31/08/2022, o Palácio do Planalto enviou uma mensagem presidencial junto do projeto do Orçamento de 2023, justificando que esses temas devem ficar para uma eventual reforma no Imposto de Renda.

“Como você vai defender que somos um país muito importante, que temos que tirar o subsídio? Aí, você fala: ‘põe a mão no bolso, paga 3% de imposto’”. E respondem: ‘Não quero”. Não pode. Essa é uma atitude moralmente incorreta. Nós perdemos credibilidade, força, o respeito da população se não pagarmos imposto sobre lucros e dividendos”, disse.

Segundo o ministro, somente uma reforma tributária poderá tornar permanente o reajuste do Auxílio Brasil. Ele disse que a eventual decretação de um estado de calamidade por causa do prolongamento da guerra na Ucrânia seria uma ideia, mas ressaltou que essa opção é temporária e não seria uma boa alternativa.

Economia cresce 1,2% no segundo trimestre do ano, afirma o IBGE

O Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma dos bens e serviços finais produzidos no Brasil, cresceu 1,2% no segundo trimestre deste ano na comparação com o período anterior. O resultado é o quarto positivo em seguida do indicador, depois de ter recuado 0,3% no segundo trimestre do ano passado. O PIB chegou a R$ 2,404 trilhões em valores correntes.

Os números, que fazem parte do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais, foram divulgados hoje (1º), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com o resultado, o PIB avançou 2,5% no primeiro semestre do ano e a atividade econômica do país ficou 3,0% acima do patamar pré-pandemia, verificado no quarto trimestre de 2019. Segundo o IBGE, a economia chegou também ao segundo patamar mais alto da série, atrás somente do que foi registrado no primeiro trimestre de 2014.

De acordo com o IBGE, o crescimento no segundo trimestre foi influenciado pela alta de 1,3% nos serviços. A coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, informou que os serviços estão pesando 70% na economia, então há um impacto maior nesse resultado.

“Dentro dos serviços, outras atividades de serviços (3,3%), transportes (3,0%) e informação e comunicação (2,9%) avançaram e puxaram essa alta. Em outras atividades de serviços estão os serviços presenciais, que estavam represados durante a pandemia, como os restaurantes e hotéis, por exemplo”, completou.

Com o resultado, o subsetor outras atividades de serviços está 4,4% acima do patamar pré-pandemia.

Indústria

A indústria teve alta de 2,2% e este foi o segundo resultado positivo consecutivo do setor, após a queda de 0,9% no quarto trimestre do ano passado. Para o IBGE, é a taxa positiva mais alta para a indústria desde o terceiro trimestre de 2020 (14,7%).

Naquele momento, o setor começava a se recuperar dos efeitos da pandemia e tinha uma base de comparação menor. Os dados indicam ainda que essa elevação foi influenciada pelos desempenhos positivos de 3,1% na atividade de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos, de 2,7% na construção, de 2,2% nas indústrias extrativas e de 1,7% nas indústrias de transformação.

“Houve crescimento em todos os subsetores da indústria. Um deles é a construção civil, que vem enfrentando problemas há anos e foi bastante afetada na pandemia, mas está se recuperando há alguns trimestres”, explicou a coordenadora, para quem o avanço da atividade de eletricidade e gás, água, esgoto e atividades de gestão de resíduos é explicado pelo desligamento das usinas térmicas, que resultou no fim da bandeira tarifária de escassez hídrica.

“No início do ano, houve esse desligamento e o aumento do uso das energias renováveis, que são mais baratas”, indicou.

Agropecuária

Depois de recuo de 0,9% no último trimestre, a agropecuária variou 0,5% no segundo trimestre deste ano. Segundo Rebeca Palis, o setor é muito ligado à sazonalidade e, no semestre, vem caindo, puxada pela retração na produção da soja, que é a maior lavoura. “De acordo com o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), a previsão é de queda de 12% nessa produção. Isso impactou bastante o resultado da agropecuária no ano”, observou.

Consumo das famílias

O consumo das famílias avançou 2,6% no segundo trimestre. O percentual é o maior desde o quarto trimestre de 2020, quando registrou 3,1%. Em movimento contrário, o consumo do governo caiu 0,9%, depois de apresentar estabilidade no trimestre anterior, quando registrou queda de 0,1%.

“A alta do consumo das famílias está relacionada à volta do crescimento dos serviços prestados às famílias, em decorrência dos serviços presenciais que estão com a demanda represada na pandemia. Um reflexo disso é o aumento no preço das passagens aéreas, uma consequência do crescimento da demanda”, salientou Rebeca.

Projeções subestimam crescimento do PIB

O chefe da Assessoria Especial de Estudos Econômicos do Ministério da Economia, Rogério Boueri, disse, ao comentar o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, que, por um motivo ainda a ser identificado, as projeções do mercado – e do próprio governo – sobre o crescimento do país estão “subestimando consistentemente o PIB realizado”.

“Vamos precisar de tempo para fazer diagnóstico com mais precisão sobre o que está acontecendo. Sobre o que está levando os modelos a subestimarem os resultados reais”, disse Boueri ao afirmar que “os modelos estão errando sistematicamente para baixo” o que projetam para o crescimento econômico do país.

Modelos tradicionais

Na avaliação do economista, a divergência se deve, provavelmente, ao fato de haver “alguma coisa que os modelos não estão capturando”, e que, nesse sentido, estariam ocorrendo “desvios padrões” na economia brasileira, que não estariam sendo captados pelos modelos adotados.

“Modelos tradicionais, baseados em observações passadas, são incapazes de responder apropriadamente às mudanças estruturais, por serem invariantes às políticas econômicas e cenário onde há quebra estrutural”, argumentou ao acrescentar que essas previsões mais pessimistas abrangem, além do mercado, a própria Secretaria de Política Econômica (SPE), do Ministério da Economia.

Boueri citou, como exemplos, algumas projeções apresentadas desde 2020. “Em junho daquele ano, o mercado previa PIB negativo de 6,6%, enquanto a secretaria previa – 4,7%. O realizado, no entanto, ficou em – 3,9%”, disse. “Em março de 2021, o mercado previa um PIB de 3,1%. A SPE previa 3,2%, e o realizado ficou em 4,6%”, acrescentou.

Já em março de 2022, o mercado previa crescimento de 0,3%, enquanto a SPE previa 1,5%. “No entanto, se o PIB no segundo semestre parar de crescer, ao final do ano teremos um PIB de 2.4%. Enquanto isso, o Focus dá 2,1% de crescimento”.

IBGE

De acordo com o Sistema de Contas Nacionais Trimestrais divulgado, o Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços finais produzidos no país, cresceu 1,2% no segundo trimestre deste ano na comparação com o período anterior. O resultado é o quarto positivo seguido do indicador, depois de ter recuado 0,3% no segundo trimestre do ano passado. Segundo o instituto, o PIB brasileiro chegou a R$ 2,404 trilhões em valores correntes.

Com o resultado, o PIB avançou 2,5% no primeiro semestre do ano, e a atividade econômica do país ficou 3% acima do patamar pré-pandemia, verificado no quarto trimestre de 2019.

De acordo com o IBGE, o crescimento no segundo trimestre foi influenciado pela alta de 1,3% nos serviços, que, segundo a coordenadora de Contas Nacionais do instituto, Rebeca Palis, respondem por 70% na economia.

Agência Brasil