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BNDES tem lucro de R$ 9,6 bilhões no terceiro trimestre

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Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) teve lucro líquido de R$ 9,6 bilhões no terceiro trimestre deste ano, segundo balanço divulgado pela diretoria da instituição.

O resultado financeiro foi 15% menor que o do mesmo período no ano passado e 17,9% menor que o do segundo trimestre deste ano, segundo comparativo apresentado pelo banco.

Ao excluir operações de venda da carteira de renda variável dessa comparação, porém, o BNDES calcula que o resultado do terceiro trimestre de 2022 ficou 76% acima do mesmo período de 2021, o que reflete acréscimo no produto de intermediação financeira.

Se considerado o acumulado do ano de 2022, desde janeiro, o lucro do BNDES é de R$ 34,2 bilhões.

O desempenho do BNDES no trimestre foi influenciado, principalmente, por receita com dividendos, que chegaram a R$ 7 bilhões, com destaque para os pagos pela Petrobras. A estatal corresponde a 48% da carteira de ações do banco, que soma R$ 64,8 bilhões.

Desembolsos

Foram realizados desembolsos totais no valor de R$ 29,4 bilhões para os clientes do banco, o que representa um aumento de 35% ante os mesmos meses de 2021. Frente a abril, maio e junho de 2022, esse montante corresponde a uma alta de 58%.

O setor de infraestrutura recebeu 39% dos desembolsos do trimestre, somando R$ 11,5 bilhões. O diretor de finanças do BNDES, Lourenço Tigre, atribuiu a liderança do setor entre os desembolsos aos novos produtos oferecidos pelo banco e à fábrica de projetos de privatizações e concessões.

A agropecuária teve o segundo maior peso entre os desembolsos, com R$ 10,3 bilhões em operações aprovadas. Indústria (R$ 4,3 bi) e Comércio e Serviços (R$ 3,4 bi) completam a carteira.

Desde janeiro, o BNDES já desembolsou R$ 62,9 bilhões para projetos aprovados, e a projeção do banco é que o total de 2022 possa chegar a R$ 90 bilhões, valor que seria o maior desde 2015.

O balanço apresentado mostra ainda que a carteira de crédito do BNDES teve aumento de 3,8% em relação ao terceiro trimestre de 2021 e soma R$ 463,2 bilhões. Já os pagamentos ao Tesouro Nacional realizados no terceiro trimestre totalizaram R$ 12,6 bilhões.

Transição

O presidente do BNDES, Gustavo Montezano, afirmou que o banco já está à disposição da equipe do próximo governo para colaborar com a transição e disse torcer pelo o sucesso da próxima gestão.

“Já fomos notificados pela Economia para preparar um time interno para estar disponível para a transição. Estamos totalmente à disposição e querendo ser o mais colaborativo possível”, afirmou.

O presidente do banco público disse ainda que o BNDES está pronto para retomar a gestão do Fundo Amazônia, mas ainda não recebeu uma comunicação formal nesse sentido do Ministério do Meio Ambiente nem dos governos de Noruega e Alemanha, que são cotistas do fundo.

Em sua última coletiva de imprensa para apresentação de resultados do BNDES, Montezano fez um balanço de sua gestão à frente do banco e avaliou que conseguiu superar um momento de crise reputacional e de questionamento estratégico da própria existência do BNDES.

“O banco está sendo entregue com uma carteira de projetos, uma estratégia, um capital confortável e liquidez no caixa, para que a próxima gestão possa fazer um trabalho ainda melhor que a gente. A gente vai contribuir para que isso aconteça e torcer para que isso ocorra também”.

Edição: Denise Griesinger – Agência Brasil

BB tem lucro recorde de R$ 22,8 bilhões de janeiro a setembro

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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Banco do Brasil (BB) bateu recorde de lucro nos nove primeiros meses do ano. De janeiro a setembro, a instituição financeira teve lucro líquido ajustado de R$ 22,8 bilhões, crescimento de 50,9% em relação ao mesmo período do ano passado.

Em nota, o BB informou que a melhoria dos lucros decorreu do crescimento da carteira de crédito com uma composição que diminui o risco de inadimplência. O banco também cita a diversificação das receitas (principalmente de serviços) e o controle dos gastos.

Apenas no terceiro trimestre, o lucro líquido ajustado alcançou R$ 8,4 bilhões, resultado 62,7% acima do mesmo trimestre de 2021 e 7,1% acima do trimestre anterior. O retorno sobre patrimônio líquido (RSPL) chegou a 20,5%, o que, segundo o BB, representa um índice semelhante ao dos bancos privados.

De acordo com o BB, parte da melhoria decorre do crescimento do crédito com a manutenção do índice de inadimplência abaixo da média do Sistema Financeiro Nacional. A carteira de crédito ampliada encerrou setembro em R$ 969,2 bilhões, 19% acima do registrado em setembro de 2021 e 5,4% acima do observado no fim do segundo trimestre.

Indicador usado para medir a solidez financeira, o Índice de Basileia atingiu 16,72%, dos quais 11,77% de capital principal. Para cada R$ 100 emprestados, a instituição mantém R$ 16,72 em caixa, dos quais R$ 11,77 correspondem ao capital principal. Esses níveis são um dos mais altos entre os bancos brasileiros.

Segmentos

Na distribuição por segmentos de crédito, a carteira pessoa física ampliada cresceu 10,9% em relação a setembro do ano passado e 2,7% em relação a junho deste ano. Os destaques foram o crédito consignado (+2,4% no trimestre e +8,3% em 12 meses), empréstimo pessoal (+3,9% no trimestre e +22,6% em 12 meses) e cartão de crédito (+3,4% no trimestre e +31,5% em 12 meses).

Quanto ao crédito para empresas, a carteira pessoa jurídica ampliada expandiu-se 20,2% em 12 meses e 5,3% no trimestre. Os melhores desempenhos foram registrados em capital de giro (+5,6% no trimestre e +8,3% em 12 meses), títulos e valores mobiliários privados e garantias (+3,7% no trimestre e +53,3% em 12 meses) e adiantamento de crédito de câmbio e crédito para exportação (+18,5% no trimestre e +36,6% em 12 meses). O Pronampe, linha de crédito para micro e pequenas empresas, soma mais de R$ 10 bilhões em 2022.

O crédito para o agronegócio encerrou setembro com alta de 9,1% no trimestre e de 26,2% sobre setembro do ano passado. Somente na atual safra 2022/2023, foram emprestados R$ 63,5 bilhões, alta de 37,8% em relação à safra anterior. Ao todo, foram 197 mil operações para o agronegócio, dos quais 56,2% para a agricultura familiar.

Os destaques no crédito para o agronegócio foram operações de custeio (+25,4% no trimestre e +53,7% em 12 meses), de investimento (+12,2% no trimestre e +59,3% em 12 meses) e Pronaf (+7,5% no trimestre e +13,5% em 12 meses).

As operações de crédito sustentáveis, que respeitam parâmetros sociais e ambientais, atingiram R$ 321,2 bilhões no fim do terceiro trimestre, com alta de 13,9% em 12 meses. O índice de inadimplência, que considera atrasos de mais de 90 dias, subiu de 2% em junho para 2,3% em setembro, refletindo a alta nos juros, mas, segundo o BB, está abaixo da média de 2,8% registrada no sistema financeiro nacional.

Receitas e despesas

As receitas de prestação de serviços somaram R$ 23,9 bilhões nos nove primeiros meses do ano, aumento de 11% em 12 meses. No terceiro trimestre, atingiram R$ 8,5 bilhões, com alta de 8,6%. O crescimento trimestral foi influenciado pelo desempenho comercial nos segmentos de consórcio (+50,6%) e de seguro, previdência e capitalização (+20,6%).

As despesas administrativas alcançaram R$ 24,9 bilhões nos nove primeiros meses do ano, alta 6% na comparação com o mesmo período de 2021. No terceiro trimestre, somaram R$ 8,4 bilhões, 1,2% acima do trimestre anterior. De acordo com o BB, o banco conseguiu fazer que os gastos subissem menos que a inflação no período.

Projeções

O Banco do Brasil também revisou as projeções para 2022. A estimativa de lucro ajustado saltou de um intervalo entre R$ 27 bilhões e R$ 30 bilhões para uma faixa entre R$ 30,5 bilhões e R$ 32,5 bilhões. A previsão de crescimento do volume de crédito neste ano foi elevada, passando de 12% a 16% para uma faixa entre 15% e 17%.

O crescimento das receitas com serviços, que estava entre 6% e 9%, foi elevado para 9% a 11%. A previsão para as despesas administrativas foi mantida, com alta de 4% a 8% neste ano.

Edição: Nádia Franco – Agência Brasil

IBGE prevê safra recorde de 288,1 milhões de toneladas em 2023

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Foto: Milada Vigerova/Unsplash

O Brasil deve ter uma safra recorde de grãos, cereais, leguminosas e oleaginosas em 2023. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima uma produção de 288,1 milhões de toneladas, ou seja, 9,6% (25,4 milhões de toneladas) a mais do que a safra prevista para este ano (262,8 milhões).

O volume recorde deverá ser puxado pela maior produção prevista para a soja (19,1%), milho 1ª safra (16,8%), algodão herbáceo em caroço (2%), sorgo (5,7%) e para o feijão 1ª safra (4,9%). A soja e o milho 1ª safra também devem ter aumento na área colhida, de 1,2% e 0,9%, respectivamente.

Segundo Carlos Barradas, gerente do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), pesquisa que faz a projeção das safras, o crescimento esperado para a soja se deve à recuperação de produções afetadas no verão de 2022 no Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul.

Ao mesmo tempo, são estimadas quedas na produção para o arroz (-3,5%), milho 2ª safra (-0,2%), feijão 2ª safra (-9,5%), feijão 3ª safra (-3,7%) e trigo (-12,1%).

Safra de 2022

A pesquisa – feita em outubro deste ano – também estima que 2022 deve fechar com crescimento de 3,8% em relação ao ano passado (ou 9,6 milhões de toneladas a mais). A estimativa é 0,3% maior do que o levantamento de setembro.

O ano de 2022 deve fechar com crescimentos de 15,2% para o algodão herbáceo em caroço, de 22,6% para o trigo e de 25,7% para o milho. Houve perdas, no entanto, de 11,5% para a soja e de 8,1% para o arroz em casca.

Edição: Kleber Sampaio – Agência Brasil

Outubro tem deflação de 0,62%

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Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), teve deflação (queda de preços) de 0,62% em outubro deste ano. Em setembro, a deflação havia sido mais acentuada (-1,22%).

Com isso, o IGP-DI acumula taxas de inflação de 4,89% no ano e de 5,59% em 12 meses.

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que mede o atacado, teve deflação de 1,04% em outubro, ante uma queda de preços de 1,68% em setembro.

A inflação do varejo, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), passou de 0,02% em setembro para 0,69% em outubro.

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), por sua vez, subiu de 0,09% para 0,12% no período.

Edição: Graça Adjuto – Agência Brasil

Extrema pobreza no Brasil caiu para mínima histórica em 2020, diz Banco Mundial

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Foto: Wolf Schram/Unsplash

A parcela da população em extrema pobreza no Brasil em 2020 foi a menor desde 1981, início da série histórica do relatório que apresenta os dados, produzido pelo Banco Mundial. No mesmo ano, o Brasil foi o país da América Latina que apresentou maior redução na taxa.

Em setembro deste ano, o Banco Mundial passou a considerar em situação de extrema pobreza as pessoas que ganham até US$ 2,15 por dia, cerca de R$10,90. Em 2019, 5,39% da população brasileira vivia em extrema pobreza, no total de 11,37 milhões de pessoas. No ano seguinte, a taxa caiu para 1,95% da população, total de 4,14 milhões de pessoas em extrema pobreza, ou seja, 7,23 milhões de pessoas saíram dessa situação.

No mesmo ano da queda na taxa, em meio à crise da pandemia da covid-19, foi criado o Auxílio Emergencial, que expandiu o benefício de transferência de renda do governo para mais pessoas, além de aumentar o valor mensal. O programa deu origem ao Auxílio Brasil, que substituiu o Bolsa Família.

A mínima histórica mais recente da taxa de extrema pobreza foi em 2014, quando 3,33% da população vivia com até R$10,90 por dia. Desde então a taxa cresceu todos os anos, após um período de 11 anos de constantes quedas, desde 2004.

América Latina

Apesar da queda expressiva, outros países da América Latina apresentam taxas menores de extrema pobreza, como o Uruguai (0,2%), Chile (0,75%) e o Paraguai (0,81%), que também apresentou redução na taxa em comparação com 2019, quando 1,01% da população vivia em extrema pobreza. Vale ressaltar que não estão disponíveis os dados de 2020 de todos os países da região para comparação.

Jessica Brasil Skroch – Terra Notícias

China se prepara para comprar farelo de soja brasileiro

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Foto: Kelly Sikkema/Unsplash

A China está se preparando para importar farelo de soja do Brasil como parte de esforços para diversificar fontes do ingrediente para ração animal, aliviar a escassez de oferta de curto prazo e reduzir os riscos de inflação.

Traders estão tomando medidas para trazer o primeiro carregamento de farelo de soja brasileiro para a China depois que Pequim deu sinal verde meses atrás. Mesmo que os volumes iniciais possam ser pequenos, o movimento representa mais um passo na estratégia de Pequim para encontrar novas fontes de suprimentos agrícolas para reforçar sua segurança alimentar.

China & Brasil: farelo de soja e milho

A decisão, tomada logo após a abertura do mercado da China às importações de milho do Brasil, é mais um impulso para o comércio entre o maior exportador agrícola do mundo e o maior comprador de soja. O Brasil é o segundo maior exportador de farelo de soja do mundo, atrás da Argentina.

Agência Safras

Petrobras tem o 4º maior lucro líquido trimestral da história

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Foto: André Motta de Souza/Agência Petrobras

A Petrobras teve, no 3º trimestre de 2022, lucro líquido de US$ 8,8 bilhões, o 4º maior lucro líquido trimestral da história da estatal. A geração de fluxo de caixa operacional e a de fluxo de caixa livre no trimestre, totalizaram US$ 12,1 bilhões e US$ 10,1 bilhões, respectivamente; e o Ebitda  (resultado de operação da empresa ajustado), de US$ 17,4 bilhões.

O Conselho de Administração da Petrobras aprovou o pagamento de remuneração aos acionistas (dividendos e juros sobre o capital próprio) referente a R$ 3,35 por ação, a serem pagos em duas parcelas, em 20 de dezembro de 2022 e 19 e janeiro de 2023, respectivamente. A União, acionista controlador, receberá R$ 16 bilhões.

“Esses resultados demostram, mais uma vez, o alto nível de desempenho alcançado pela Petrobras. Com disciplina de capital, investindo em ativos resilientes e com taxas de retorno adequadas, a companhia vem conseguindo apresentar performance de maneira sustentável”, disse o presidente da companhia, Caio Mário Paes de Andrade.
 
O retorno sobre capital empregado (ROCE) atingiu 15% no 3º trimestre de 2022, um crescimento em comparação com os 12,8% do trimestre anterior. A companhia pagou, no período, R$ 73 bilhões em tributos e participações governamentais às esferas federal, estadual e municipal.

No 3º trimestre de 2022, os investimentos da Petrobras totalizaram US$ 2,1 bilhões, enquanto nos primeiros nove meses do ano, os investimentos foram de US$ 7 bilhões, um crescimento de 14% em relação ao mesmo período de 2021.

A dívida bruta da Petrobras ficou em US$ 54,3 bilhões, considerado pela companhia como um valor saudável para empresas do mesmo segmento e porte, segundo informou a estatal em nota. “A redução da dívida bruta se refletiu na diminuição do número de dias do fluxo de caixa operacional necessários para pagar juros”, diz a nota. Atualmente, em 14 dias a companhia gera fluxo de caixa operacional suficiente para pagar os juros.
 

Edição: Fábio Massalli – Agência Brasil

Consultoria aumenta estimativa de produção de soja mais uma vez

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Foto: Daniela Paola Alchapar/Unsplash

As estimativas iniciais para a produção de soja na safra 2022/23 estão cada vez mais otimistas. Desta vez, em seu balanço de novembro, a consultoria StoneX trouxe mais um pequeno aumento em suas projeções, apontadas em 154,35 milhões de toneladas, 0,3% frente ao número de outubro.

“Esse ajuste positivo decorreu da revisão da área plantada em Goiás e Minas Gerais, com o total nacional superando os 43 milhões de hectares. O clima até o momento não tem trazido ameaças, com o potencial de se alcançar um recorde absoluto mantido” explica a especialista de inteligência de mercado da empresa, Ana Luiza Lodi.

Quanto à produtividade, estima em 3,59 toneladas por hectare. Neste quesito, a StoneX acredita que o estado de Goiás alcançará o melhor desempenho, com 3,90 ton/ha, seguido pelo Distrito Federal (3,85 ton/ha) e Bahia, Paraná, Santa Catarina e Minas Gerais, que marcam todos 3,78 toneladas por hectare.

    Apesar das expectativas positivas, os próximos meses ainda serão definitivos para o tamanho da safra da oleaginosa, devido ao momento de influência do La Niña pelo terceiro ano consecutivo.

    Caso os 150 milhões de toneladas de produção sejam superados na safra 2022/23, o balanço de oferta e demanda da soja deve ter espaço para uma folga maior, mesmo com o consumo (doméstico e externo) aumentando.

    “Em relação às exportações, a demanda chinesa preocupa, uma vez que o país tem mantido os lockdowns estritos para combater a Covid-19, o que motivou uma redução da estimativa da StoneX, de 100 para 96 milhões de toneladas”, avalia Ana Luiza.

    Fonte: Canal Rural

    Balança comercial registra superávit de US$ 3,92 bilhões em outubro

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    Foto: Parsoa Khorsand/Unsplash

    O bom desempenho da safra de grãos e a recuperação das exportações de carne fizeram o superávit da balança comercial dobrar em outubro. No mês passado, o país exportou US$ 3,921 bilhões a mais do que importou – alta de 90% em relação ao registrado em outubro do ano passado, de US$ 2,064 bilhões. Esse é o terceiro melhor resultado para o mês, só perdendo para outubro de 2020 e de 2018.

    De janeiro a outubro, a balança comercial acumula superávit de US$ 51,64 bilhões. Isso representa 11,7% a menos que o registrado nos mesmos meses do ano passado. Apesar do recuo, o saldo é o segundo melhor da história para o período, perdendo apenas para os dez primeiros meses de 2021, quando o superávit tinha fechado em US$ 58,504 bilhões.

    No mês passado, o Brasil vendeu US$ 27,299 bilhões para o exterior e comprou US$ 23,378 bilhões. Tanto as importações como as exportações bateram recorde em outubro, desde o início da série histórica, em 1989. As exportações subiram 27,1% em relação a outubro do ano passado, pelo critério da média diária. As importações, no entanto, aumentaram em ritmo maior, 19,8% na mesma comparação.

    No caso das exportações, o recorde deve-se mais ao aumento dos embarques do que dos preços internacionais das mercadorias e do que do volume comercializado. No mês passado, o volume de mercadorias exportadas subiu em média 14,4% na comparação com outubro do ano passado, enquanto os preços médios aumentaram 5,7%.

    A valorização dos preços das mercadorias vendidas para o exterior poderia ser maior não fosse a queda do minério de ferro, cuja cotação caiu 33,9% na mesma comparação, e por produtos semiacabados de ferro ou de aço, cujo preço recuou 26%, por causa dos lockdown na China, que reduziram a demanda internacional.

    Nas importações, a quantidade comprada subiu 6,7%, refletindo a recuperação da economia, mas os preços médios aumentaram em ritmo mais intenso: 11,1%. A alta dos preços foi puxada principalmente por adubos, fertilizantes, petróleo, carvão mineral e trigo, itens que ficaram mais caros após o início da guerra entre Rússia e Ucrânia.

    Setores

    No setor agropecuário, o aumento do volume embarcado, provocado pela safra de grãos, pesou mais nas exportações. O volume de mercadorias embarcadas avançou 49,7% em outubro na comparação com o mesmo mês de 2021, enquanto o preço médio subiu 24,3%. Na indústria de transformação, a quantidade exportada subiu 16,1%, com o preço médio aumentando 8,3%.

    Na indústria extrativa, que engloba a exportação de minérios e de petróleo, a quantidade exportada caiu 8,4%, e os preços médios recuaram 15,4% em relação a outubro do ano passado.

    O petróleo bruto, que até o mês passado puxava o aumento das exportações, ficou estável, com o volume exportado caindo 0,1% e os preços subindo 0,6%. Isso ocorre porque a cotação do petróleo começou a disparar no último trimestre do ano passado, quando a economia global se reaqueceu com o avanço da vacinação contra a covid-19.

    Os produtos com maior destaque nas exportações agropecuárias foram milho não moído, exceto milho doce (468%), café não torrado (53,9%) e soja (52,5%) na agropecuária. O destaque negativo foram produtos hortícolas, cujas exportações caíram 27,9% de outubro do ano passado a outubro deste ano.

    Na indústria extrativa, os maiores crescimentos foram registrados nas exportações de carvão mineral não aglomerado (137.845%), outros minerais brutos (138,2%) e minério de cobre e concentrados (22,2%). Na indústria de transformação, as maiores altas ocorreram na carne bovina fresca (173,5%), nos açúcares e melaços (90,6%), farelos de soja, farinhas de carnes e de outros animais (69,1%).

    Quanto às importações, os maiores aumentos foram registrados nos seguintes produtos: látex e borracha natural (37,6%), frutas e nozes (21,1%) e cevada não moída (15,8%), na agropecuária; petróleo bruto (325,1%) e fertilizantes (149,8%), na indústria extrativa; e combustíveis (22,6%), válvulas e tubos termiônicos (59,7%) e compostos organo-inorgânicos (71,4%), na indústria de transformação.

    Em relação aos adubos e aos fertilizantes, o crescimento nas importações decorre inteiramente do preço, que subiu 29,4% em outubro na comparação com o mesmo mês do ano passado. O volume importado caiu 36,6% por causa da guerra entre Rússia e Ucrânia.

    Estimativa

    Em outubro, o governo reduziu para US$ 55,4 bilhões a estimativa de superávit comercial neste ano. Apesar da queda na estimativa, esse valor garantiria o segundo maior superávit comercial da série histórica. O saldo seria menor apenas que o superávit de US$ 61,407 bilhões observados no ano passado.

    As estimativas oficiais são atualizadas a cada 3 meses. As previsões estão mais pessimistas que as do mercado financeiro. O boletim Focus, pesquisa com analistas de mercado divulgada toda semana pelo Banco Central, projeta superávit de US$ 58,6 bilhões neste ano.

    Edição: Fernando Fraga – Agência Brasil

    Micro e pequenas empresas aumentam participação na economia brasileira

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    Foto: Christina Wocintechchat/Unsplash

    As micro e pequenas empresas já correspondem por 30% do Produto Interno Bruto (PIB), o conjunto de produtos, serviços e riquezas produzidas no país. Com um faturamento que chega até R$ 3 trilhões por ano, o setor é responsável por 78% dos empregos gerados, além de promover em larga escala a inclusão produtiva dos microempreendedores individuais (MEI).

    Diferentes fatores determinam o tipo de empresa nesse segmento, e  o critério preponderante é o do faturamento anual. De acordo com o Secretário Especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia, Alexandre Iwata, “no caso do MEI, empresas que vão até o faturamento anual de R$ 81 mil. Quando a gente olha para pequenas empresas a gente está com faturamento de R$ 360 mil até R$ 4,8 milhões. E quando a gente olha para microempresa, são empresas com faturamento de até R$ 360 mil por ano.”

    O setor de Serviço é o que mais detém micro e pequenas empresas e microempreendedores individuais, sinalizando mais da metade dos cadastros ativos no país. Outros setores também se destacam como o Comércio, a Indústria e a  Construção Civil. 

    Essa concentração na área de Serviços é comum nas economias maduras, por alavancar os arranjos produtivos dos demais setores, o que impulsiona a criação de empregos. “Quando a gente olha a geração de emprego que o Brasil observou ao longo deste ano de 2022 – a gente gerou quase 1 milhão e novecentos mil empregos no setor formal – desse montante, 72% foi justamente nesse segmento de micro e pequenas empresas, e aí novamente o setor de serviços teve uma representatividade muito importante nesse processo”, destaca o secretário Alexandre Iwata.

    Desburocratização

    Outro fator que acelerou a criação de arranjos produtivos no país foi o processo de abertura do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ).  O tempo gasto para abrir uma empresa no país é decrescente desde 2019; o tempo médio era de 5 a 6 dias. Em agosto deste ano, o tempo é de 23 horas. Em alguns estados brasileiros, o marco é de 5 horas. 

    Tal facilidade revela um ambiente de negócios favorável à criação de novas empresas, e é visto por empresários nacionais como um diferencial. Um avanço que reflete a adoção de medidas para reduzir a burocracia e facilitar a vida de quem quer empreender, como explica o secretário “para gente chegar nessa marca, teve todo um processo de facilitação regulatória, que não foi um ato isolado. A gente teve o marco de melhoria do ambiente de negócios – uma medida provisória de 2021; antes disso a gente teve a Lei da Liberdade Econômica, que traz a definição de atividade de baixo risco. Com isso, identificam-se cerca de 300 atividades que para entrar em operação não precisam de alvará, e isso traz uma celeridade muito grande para a empresa começar a funcionar.”

    Além do tempo ímpar, as novas empresas também ganham a facilidade da assinatura digital, que dispensa o empreendedor do tempo e do custo de preparar documentação em cartório. Ficam livres de licenciamento ambiental, e autorização de órgãos como Corpo de Bombeiros e  da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

    Tecnologia 5G impulsiona micro e pequenas empresas no Brasil

    A implantação da tecnologia 5G no Brasil simboliza grande oportunidade para micro e pequenos empreendedores, especialmente pela demanda por desenvolvimento de softwares e outras soluções digitais como automação industrial, estimada em R$101 bi até 2030, segundo informa o secretário Iwata. Ele afirma ainda que a tecnologia 5G vai trazer outros impactos positivos, como ganhos de produtividade e redução de custos.

    A demanda por inovação tecnológica é outra fonte de oportunidades para novas empresas, em especial para as startups – um segmento que vem crescendo muito no país, com o apoio de políticas públicas específicas, como o InovAtiva Hub.

    “O InovAtiva Hub é um processo de aceleração de startups que traz maior conhecimento, tira dúvidas, traz orientações. E até hoje já conseguimos acelerar 2,8 mil startups nesse projeto InovAtiva Hub”, explica Alexandre Iwata.

    Agência Brasil