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CNI: faturamento da indústria de transformação tem alta em novembro

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Foto: Pete Wright/Unsplash

O faturamento real da indústria de transformação apresentou alta de 1,4% no mês de novembro em relação a outubro do ano passado, informou hoje (18) a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Com o resultado do mês, o faturamento acumula o segundo mês consecutivo de crescimento.

Na comparação com novembro de 2021, o faturamento teve crescimento de 9,9%. Os números se referem à série dessazonalizada, que exclui os efeitos das variações sazonais do conjunto de dados.

Os dados constam da publicação Indicadores Industriais, produzida pela CNI. Além do faturamento na indústria de transformação, também apresentaram ligeira alta em novembro, na comparação com outubro, os índices de massa salarial real da indústria de transformação e de rendimento médio real dos trabalhadores.

Em relação à massa salarial, houve crescimento de 1%, o que reverteu a queda de 0,5% no mês anterior. Na comparação com novembro de 2021, o crescimento da massa salarial foi de 6,8%.

Já o rendimento médio real dos trabalhadores da indústria também avançou 1% em novembro de 2022, na comparação com outubro, na série livre de efeitos sazonais. Com isso, o rendimento reverte a queda do mês anterior e atinge o ponto mais alto desde agosto de 2020, em uma tendência de alta nos últimos 12 meses. Na comparação com novembro de 2021, o rendimento apresenta avanço de 6%.

Estabilidade

Os demais índices medidos pelo levantamento da CNI se mantiveram praticamente estáveis em novembro. São eles o índice de horas trabalhadas na produção, de emprego industrial e de utilização da capacidade instalada.

No caso das horas trabalhadas, o estudo apontou que se mantiveram praticamente estáveis em novembro de 2022, na comparação com outubro, ao registrar alta de 0,1% na série livre de efeitos sazonais.

“Vale destacar que, em setembro de 2022, o índice interrompeu a tendência de crescimento que se apresentava desde meados de 2021. Na comparação com novembro de 2021, há crescimento de 1,3%”, diz a publicação.

Em relação ao emprego industrial, a variação também foi de 0,1% em novembro, na comparação com o mês anterior. Para a CNI, o comportamento recente reforça a acomodação do ritmo de crescimento do emprego, que registrou sucessivas altas entre o segundo semestre de 2020 e o segundo semestre de 2022. Na comparação com novembro de 2021, a alta foi de 0,8%.

A utilização da capacidade instalada (UCI) da indústria mostrou igual desempenho no mesmo período, com variação de 0,1 ponto percentual (p.p.), na comparação com outubro, ficando em 80,3%, na série livre de efeitos sazonais.

“O avanço acontece após uma leve tendência de queda que se verifica desde o fim de 2021. Apesar dessa tendência da UCI, o indicador se encontra acima dos 80% desde março de 2021. Na comparação com novembro de 2021, o indicador apresenta recuo de 1,0 p.p.”, disse a CNI.

Edição: Denise Griesinger – Agência Brasil

Produção de motocicletas aumenta 18,2% em 2022

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Foto: Maarten van den Heuvel/Unsplash

A produção de motocicletas do Polo Industrial de Manaus – PIM chegou a 1.413.222 unidades no ano de 2022, sendo 18,2% superior ao registrado no ano anterior (1.195.149 motocicletas). Em dezembro a fabricação foi de 85.117 unidades, 11,5% a mais do que o mesmo mês do ano passado (76.359 unidades) e 34,1% menor em relação a novembro (129.216 motocicletas). A Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo) divulgou os dados hoje.

Na avaliação do presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, esses números comprovam a retomada de crescimento do segmento após enfrentar um primeiro bimestre desafiador devido à pandemia da covid-19 que voltou a atingir a cidade de Manaus. “Depois disso, o ritmo de produção cresceu mês a mês para atender ao consumidor que passou a utilizar a motocicleta como instrumento de trabalho, evitar a aglomeração no transporte público ou ter maior agilidade e mobilidade nos centros urbanos”.

O mês de dezembro teve retração esperada devido às férias coletivas que já estavam programadas. “Nesse período, as fábricas aproveitam para realizar serviços de manutenção e instalar novos equipamentos nos centros de produção”, disse Fermanian.

No levantamento mensal, em 2022 as vendas alcançaram 1.361.941 unidades, o que representa alta de 17,7% na comparação com o ano de 2021 (1.156.776 unidades). Em relação ao mesmo mês do ano passado, houve alta de 17,7% (132.204 motocicletas) ante as 112.363 comercializadas e 7,3% superior às 123.214 unidades emplacadas em novembro.

Com 22 dias úteis, a média de emplacamentos em dezembro foi de 6.009 unidades/dia. Na comparação com o mesmo mês de 2021, que teve um dia útil a mais, houve alta de 23% (4.885 unidades por dia). Em novembro, com dois dias úteis a menos, houve recuo de 2,5% (6.161 motocicletas por dia).

As exportações totalizaram 55.338 unidades em 2022, o que corresponde a uma elevação de 3,5% na comparação com o ano anterior (53.476 motocicletas). A projeção revisada era embarcar 59.000 unidades para o exterior. De acordo com o portal Comex Stat, que registra os embarques totais de cada mês, analisados pela Abraciclo, a Colômbia foi o principal destino, com 15.686 unidades e representando 27,6% do volume exportado. Em segundo lugar, ficou a Argentina (13.538 motocicletas com 23,8% das exportações), seguida pelos Estados Unidos (12.211 unidades e 21,5%).

Em dezembro, as exportações chegaram a 3.926 motocicletas, volume 19,6% maior em relação ao mesmo mês de 2021 (3.283 unidades) e 6,3% superior ao embarcado em novembro (3.695 motocicletas). Segundo dados Comex Stat, que registra os embarques totais de cada mês, analisados pela Abraciclo, o principal destino foi a Argentina que recebeu 1.440 unidades, o que corresponde a 25,8% do total exportado. Em segundo lugar, ficaram os Estados Unidos (1.238 motocicletas e 22,2% das exportações), seguidos pela Austrália (1.160 unidades e 20,8%).

Projeções para 2023

A Abraciclo estima que as unidades instaladas no PIM deverão produzir 1.550.000 motocicletas em 2023. O volume representa alta de 9,7% na comparação com as 1.413.222 unidades que saíram das linhas de montagem em 2022.

No varejo, a perspectiva é que os emplacamentos cheguem a 1.490.000 unidades, o que corresponde a alta de 9,4% em relação a 2022 (1.361.941 unidades). As exportações deverão alcançar 59.000 unidades, aumento de 6,7% sobre o volume registrado no ano passado (55.338 motocicletas).

“Após três anos de pandemia, estamos aumentando a produção para atender ao crescimento da demanda do mercado, que retoma gradativamente aos volumes anteriores. Por outro lado, estamos atentos a possíveis incertezas econômicas, consequência da elevação dos custos globais de produção, da definição da política do novo governo, do andamento das reformas política e administrativa, do fator Custo Brasil, entre outros”, analisou Fermanian.

Edição: Valéria Aguiar – Agência Brasil

Valor da Produção Agropecuária fecha 2022 em R$ 1,189 trilhão

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Foto: Josh Withers/Unsplash

O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) fechou 2022 em R$ 1,189 trilhão. De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o valor é o segundo maior da série histórica, iniciada há 34 anos. O faturamento das lavouras foi R$ 814,77 bilhões e o da pecuária de R$ 374,27 bilhões.

Em nota técnica publicada ontem (16), a pasta destaca que o VBP de 2022 foi marcado por resultados positivos para diversos produtos, crescimento das exportações do agronegócio e dos preços agrícolas. Por outro lado, o fator que mais prejudicou o desempenho do setor foi a seca, especialmente na Região Sul e parte do Centro-Oeste, “que resultou em prejuízos aos agricultores causados por perdas de produção de soja, milho e feijão”.

“Também a pecuária foi afetada devido às perdas de suprimento, fornecido por produtos como milho, soja e outros”, diz o documento.

Os produtos que mais se destacaram no ano passado foram algodão, café, milho, trigo e leite. “Esses cinco produtos atingiram, nesse ano, o maior valor do VBP em todo o período histórico. Preços e quantidades produzidas foram os principais fatores que promoveram esses produtos”, explicou o Mapa.

O VBP mostra a evolução do desempenho das lavouras e da pecuária no decorrer do ano, correspondente ao faturamento dentro do estabelecimento. É calculado com base na produção agrícola e pecuária e nos preços recebidos pelos produtores nas principais cidades do país dos 26 maiores produtos agropecuários nacionais.

O valor real da produção é obtido, descontada da inflação, pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), da Fundação Getúlio Vargas (FGV). A periodicidade é mensal com atualização e divulgação até o dia 15 de cada mês.

Estimativa para 2023

Para 2023, o VBP estimado é 6,3% maior que o de 2022, podendo chegar a R$ 1,263 trilhão. As lavouras devem ter um aumento real de 8,3% e a pecuária de 1,9%. “Apesar das expectativas serem boas, há riscos climáticos que podem novamente afetar a Região Sul do país. No Rio Grande do Sul e Santa Catarina secas afetaram em dezembro plantações de soja e milho em algumas regiões”, diz o Mapa.

Até o momento, os pontos mais relevantes deste ano são de recuperação do VBP da soja que deve atingir R$ 406,4 bilhões. Em segundo lugar, conforme a pasta, observa-se um melhor desempenho para a pecuária, pois os preços situam-se em melhor nível do que em 2022. “Isso pode fazer com que a pecuária traga este ano uma boa contribuição para a formação da renda da agropecuária”, explicou.

Os cinco primeiros produtos de destaque no VBP de 2023 são soja, milho, cana e café, que representam 83,7% do VBP das lavouras. Já café, algodão e trigo devem ter um desempenho menos favorável.

Edição: Valéria Aguiar – Agência Brasil

Comércio exterior brasileiro bate recorde com US$ 607,7 bilhões negociados em 2022

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Foto: Noel Broda/Unsplash

As transações que englobam as exportações e as importações brasileiras de 2022, a chamada corrente de comércio, atingiram o maior valor da série histórica de trinta anos, totalizando US$ 607,7 bilhões (R$ 3,1 trilhões) no período.

Os dados, que foram mapeados pela Vixtra com base nos dados da Secretaria de Comércio Exterior, mostram que o país registrou um superávit de US$ 61,3 bilhões (R$ 312 bilhões) no ano passado.

“O resultado expressivo demonstra a força e a resiliência do comércio exterior brasileiro no cenário global. Apesar do cenário instável, do aumento de custos e de outros incidentes, o país manteve um fluxo constante, aumentando a venda de commodities para novos clientes”, diz Leonardo Baltieri, co-CEO da Vixtra. “Isso foi crucial para que o Brasil alcançasse esse resultado.”

Pensando apenas em dezembro, as importações totalizaram US$ 21,9 bilhões (R$ 111,7 bilhões), crescimento de 12% na comparação anual. No acumulado de 12 meses, o patamar ficou em US$ 272,7 bilhões (R$ 1,39 trilhão), avanço de 24,3% em relação a 2021.

No período, o destaque ficou para as importações provenientes dos Estados Unidos, que aumentaram 30,3% no ano, totalizando US$ 51,3 bilhões (R$ 261,6 bilhões).

As exportações também cresceram, atingindo US$ 26,7 bilhões em dezembro, crescimento de 14% em relação ao mesmo período do ano anterior. No acumulado do ano, o total remetido ao exterior totalizou US$ 335 bilhões (R$ 1,71 trilhão). Na modalidade, a União Europeia se destacou, com crescimento de 39,6% em 2022, com um total de US$ 51 bilhões (R$ 260 bilhões) provenientes da região.

Em dezembro, os setores que mais se destacaram incluem a Indústria Extrativa, que cresceu 29% e somou US$ 2 bilhões; a Indústria de Transformação avançou com 12,1% com um total de US$ 19,3 bilhões, e Agropecuária, que encerrou o mês com US$ 500 milhões em transações.

“Ainda há muito espaço para o comércio exterior brasileiro, mas é necessário um estreitamento de relações com outros países com os quais nosso mercado tem sinergia. Além disso, o fechamento de acordos comerciais de livre comércio, como o Mercosul-União Europeia, podem ser boas opções para elevar o comércio brasileiro”, diz Baltieri.

Fonte: Forbes

Porto de Santos fecha 2022 com recorde na movimentação de cargas

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Foto: Ricardo Botelho/Minfra

O Porto de Santos movimentou 162,4 milhões de toneladas de carga em 2022, montante 10,5% superior a melhor marca anterior, registrada em 2021. Os embarques chegaram a 118,7 milhões de toneladas e os desembarques totalizaram 43,7 milhões de toneladas.

Comparado há 4 anos, o aumento na movimentação foi de 22%, considerando o montante de 133,2 milhões de toneladas movimentadas em 2018, o que representa um crescimento médio anual de 5,1%.

Na movimentação de contêineres, o Porto de Santos também bateu seu recorde, movimentando 5 milhões de TEU (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) em 2022, um aumento de 3,2% em relação ao ano anterior, e de 21% na comparação com 2018.

“O porto está chegando perto de sua capacidade máxima para movimentação de contêineres, que é de 5,3 milhões de TEU/ano. Dessa forma, por meio do último Plano de Desenvolvimento e Zoneamento (PDZ), aprovado em 2020, a SPA [Autoridade Portuária de Santos] realizou cinco leilões e endereçou mais 6 projetos para atender as demandas do porto”, destacou a administradora, em nota.

Segundo a SPA, entre os projetos previstos está o novo terminal de contêineres STS 10, que aumentará a capacidade em 2,3 milhões TEU/ano.

Edição: Fernando Fraga – Agência Brasil

Índice Nacional da Construção Civil fecha 2022 com alta de 10,9%

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Foto: Ricardo Gomez Angel/Unsplash

O Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi) fechou 2022 com elevação de 10,9%. É a segunda maior taxa desde 2014. Em relação ao ano anterior, quando ficou em 18,65%, houve recuo de 7,75 pontos percentuais.

Contribuiu para o resultado a taxa de dezembro, que apresentou variação de 0,08%, ficando 0,07 ponto percentual abaixo da de novembro. Naquele mês, a alta de 0,15% foi o menor índice de 2022 e manteve a tendência de desaceleração no ano. Os dados foram divulgados hoje (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O gerente do Sinapi, Augusto Oliveira, chamou a atenção para o fato de que mesmo com o resultado de dezembro sendo bem menor que a taxa dos meses anteriores, o acumulado em 2022 ficou abaixo apenas do que foi captado em 2021, com taxa de 18,65%, e pouco acima de 2020, com 10,16%. “Mesmo com quedas recorrentes desde julho, o acumulado no ano ainda tem influência das altas captadas no momento atípico de pandemia”, afirmou.

O custo nacional para o setor habitacional por metro quadrado, que é medido pelo Sinapi, subiu para R$ 1.679,25 em dezembro. Desse valor, R$ 1.001,20 correspondem aos materiais e R$ 678,05 à mão de obra. Em novembro, o custo ficou em R$ 1.677,96.

Segundo o IBGE, a parcela dos materiais que apresentou estabilidade em novembro (0,01%) e outubro (0,04%) teve alta de 0,07% em dezembro. Se considerado o índice de dezembro de 2021, houve queda de 0,69 ponto percentual. Com apenas um reajuste anotado, a parcela de mão de obra avançou 0,08%, ainda assim a menor do ano, sendo também um recuo de 0,27 ponto percentual em relação a novembro, quando ficou em 0,35%.

No acumulado do ano, os materiais atingiram 10,02%. A parcela do custo com mão de obra foi mais elevada e alcançou 12,18%. Em 2021, a parcela dos materiais fechou em 28,12% e a mão de obra em 6,78%.

O gerente do Sinapi destacou que nos últimos meses de 2022, as variações na parcela dos materiais foram com taxas mais próximas às captadas em anos anteriores à pandemia, enquanto 2020, 2021 e os primeiros meses de 2022 sofreram mais fortemente o impacto da situação. No caso da mão de obra, os acordos coletivos influenciaram os resultados. “Em 2022, acordos coletivos passaram a repor os salários das categorias profissionais do segmento da construção civil, que tiveram poucos ganhos nos anos da pandemia. Além disso, o aumento da inflação, base para a reposição dos salários nos dissídios, acabou influenciando os valores acordados”.

Regiões

A maior variação regional em dezembro foi no Norte (0,67%), que registrou avanço em seis dos sete estados. Nas demais regiões, houve quedas de 0,04% na Nordeste e de 0,09% na Sudeste, enquanto tiveram altas o Sul (0,32%) e o Centro-Oeste (0,21%).

Os custos regionais, por metro quadrado, ficaram em R$ 1.697,69 no Norte; R$ 1.560,52 no Nordeste; R$ 1.735,03 no Sudeste; R$ 1.761,89 no Sul e R$ 1.722,72 no Centro-Oeste. A maior taxa para o último mês do ano foi no Piauí que apresentou 2,64%. No acumulado do ano, a taxa alta foi em Mato Grosso (20,52%), que também ficou com a maior taxa no acumulado da parcela dos materiais (22,39%).

Sinapi

O Índice Nacional da Construção Civil é uma produção conjunta do IBGE e da Caixa Econômica Federal. De acordo com o IBGE, as estatísticas do Sinap são fundamentais na programação de investimentos, sobretudo para o setor público. “Os preços e custos auxiliam na elaboração, análise e avaliação de orçamentos, enquanto os índices possibilitam a atualização dos valores das despesas nos contratos e orçamentos”.

Edição: Graça Adjuto – Agência Brasil

Eis o responsável pelo fracasso da nossa educação

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Foto: Joshua Hoehne/Unsplash

A educação é um dos grandes dogmas da sociedade contemporânea. É absolutamente comum ouvir grupos de pressão e políticos falando sobre a necessidade de se promover a educação no Brasil, especialmente por meio da aplicação maciça de recursos públicos no setor, valorização salarial dos professores e melhoria da infraestrutura, e que tais medidas levarão o país a um novo patamar de desenvolvimento.

Esse artigo tem como objetivo desmistificar o tema da educação para demonstrar que o verdadeiro valor que traz desenvolvimento econômico a um país é a liberdade, e que a educação é sim um excelente investimento, mas somente em uma sociedade verdadeiramente livre, pois a educação não é um fim em si mesma.

O que é educação?

Segundo o Wikipedia, educação é o processo de ensinar e aprender. A educação pressupõe, portanto, um conhecimento, que é um bem imaterial objeto dessa transação, um educador, que possui o conhecimento e o repassará, e, por fim, um educando ou aluno, que não possui o conhecimento, mas irá adquiri-lo ao final do processo de educação.

Do ponto de vista civilista, a educação é um serviço, e poderia servir como objeto de qualquer contrato livre, desde que um educador queira vender um conhecimento e um aluno queira comprá-lo.

Nota-se, então, que o conceito de educação não é um conceito substantivo, mas sim um conceito adjetivo ou procedimental. Educação é apenas um meio (ou seja, algo adjetivo ou procedimental) pelo qual se busca adquirir para si o conhecimento (esse sim de natureza substantiva). A educação é desprovida de qualquer valor intrínseco, sendo apenas um conjunto de procedimentos que visa agregar conhecimentos de interesse do aluno, que por sua vez se baseia em valores.

E esses valores buscados são absolutamente subjetivos. O motivo pelo qual um homem estuda direito ou economia e não geologia é que o tal sujeito se interessa muito mais por aqueles temas do que por esse. Para um geólogo, contudo, essa afirmativa seria um sacrilégio. São os valores individuais e subjetivos de cada aluno que o levará a buscar determinado conhecimento.

Cabe ainda uma discussão interessante sobre a possibilidade de a educação ser individual, ou seja, se educador e aluno podem ser a mesma pessoa. A resposta convencional diria que sim, por causa do fenômeno do autodidatismo, mas a melhor resposta é não. Explica-se.

O autodidatismo é comumente conceituado como o ensino através do auto-direcionamento. Esse processo não é, contudo, exclusivamente individual. Para que uma pessoa possa se auto-direcionar em busca de um ensinamento, ela se guiará por livros ou qualquer outro tipo de instrução. Logo, o autodidatismo é necessariamente uma relação entre um educador e um aluno, ainda que este educador esteja em um ponto remoto e o procedimento de ensino não se dê de maneira direta, mas sim indireta.

No caso de um conhecimento ser adquirido única e exclusivamente pelo indivíduo, sem nenhuma interferência de um educador, não houve um processo educacional, mas sim um processo de criação ou descobrimento. Criação e descobrimento não se confundem com educação.

Resumindo todos os elementos, conceitua-se educação como um instrumento procedimental sem valor intrínseco, baseado em um acordo de vontades verbal ou escrito, gratuito ou oneroso, segundo o qual um educador, direta ou indiretamente, transmite um conhecimento a um aluno, buscado em virtude de valores e interesses subjetivos deste último.

É importante delimitar o conceito de educação para demonstrar cabalmente que a educação é, por sua natureza instrumental, desprovida de valor material, um mecanismo segundo o qual pessoas trocam informações relevantes para suas vidas. É uma atividade absolutamente espontânea na vida em sociedade e independe de qualquer regramento para ocorrer. No momento em que duas pessoas conversam e trocam informações, elas são, simultaneamente, educadores e alunos uns dos outros, sobre ilimitados temas. O ato educacional é eminentemente livre.

No Brasil, entretanto, não é bem assim.

A educação no Brasil

A Constituição brasileira tem caráter pós-positivista, o que significa, em termos práticos, o respeito ao normativismo da constituição (positivismo clássico) com a agregação de alguns valores fundamentais que legitimariam esse normativismo (elementos de jusnaturalismo), sendo o principal deles a “dignidade da pessoa humana”, conceito absolutamente fluido que suporta praticamente toda e qualquer política governamental. Essa característica é, inclusive, glorificada pelos seus defensores, mesmo com seu relativismo inviabilizando a segurança jurídica na sociedade brasileira e ferindo de morte qualquer filosofia de justiça coerente. As contradições insuperáveis desse modelo sem sentido são resolvidas através de uma técnica aleatória chamada “ponderação de interesses”, onde o interesse governamental se sobrepõe ao interesse do cidadão em praticamente todos os casos.

A Constituição, que consagra esse modelo casuístico, declara que a educação é um direito social de todos (art 6º), sendo dever do Estado e da família prestá-lo, além de promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (art. 205).

Como visto anteriormente, o conceito tradicional de educação não possui valor intrínseco, sendo apenas um meio de transmissão de conhecimento natural entre dois indivíduos. Todas as pessoas que têm seus cinco sentidos em funcionamento, ainda que parcialmente, têm capacidade de interagir educacionalmente, ou seja, transmitir conhecimento um ao outro. Essa capacidade é natural, e a intervenção do governo poderia apenas ampliar ou restringir os meios de educação, seja aumentando ou restringindo os modos diretos de promoção de educação (professores), seja aumentando ou restringindo os modos indiretos de promoção (livros e internet, entre outros).

Os constituintes trabalharam, na verdade, uma idéia substantiva de educação, ou seja, educação não como um instrumento de conhecimento, mas como misto de instrumento e conhecimento em si. Para os criadores da constituição, a educação possuiria valores intrínsecos.

Na cadeira de filosofia de direito se aprende que valores são as razões que justificam e motivam as nossas ações. Todo sistema jurídico se baseia em valores que o justificam e motivam sua criação. Esses valores se refletem em princípios que nortearam as regras do sistema. A existência de princípios constitucionais da educação demonstra cabalmente que a educação no Brasil é baseada em valores objetivados de cunho estatista.

Os valores educacionais do poder constituinte brasileiro se refletiram nos princípios insculpidos no artigo 206, quais sejam: (i) igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; (ii) liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; (iii) pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; (iv) gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; (v) valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas (redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006); (vi) gestão democrática do ensino público, na forma da lei; (vii) garantia de padrão de qualidade; (vii) piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos termos de lei federal. (também Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006).

A esses princípios somamos as seguintes regras, relativos ao dever de prestação da educação pelo estado (art. 208): (i) educação básica obrigatória e gratuita, (ii) progressiva universalização do ensino médio; (iii) atendimento especial aos deficientes; (iv) creche gratuita; (v) meritocracia no acesso ao nível superior; (vi) oferta de ensino noturno; (vii) entrega de material didático, transporte, alimentação e assistência à saúde.

Já o ensino privado é “livre”, desde que cumpra as ordens do MEC; e seja avaliado e autorizado por este órgão (art. 209).

Por fim, os artigos 210 e 214 explicitamente dispõem que o Ministério da Educação e Cultura fixará os conteúdos da formação educacional através de um “plano nacional de educação” e uma “lei de diretrizes e bases”.

Em resumo, os burocratas constituintes decidiram que a educação brasileira é um conjunto de conhecimentos específicos escolhidos pelo MEC que deve ser imposto à população em geral e custeado pela própria população, de maneira igualitária (fator “valor”), seja através de instituições públicas ou de instituições privadas também aprovadas pelo MEC (fator “instrumental”).ME

A primeira crítica a se fazer sobre essa conceituação é a inserção de elemento de valor. Dizer que apenas certos conteúdos podem ser denominados de educação é absolutamente imoral, pois pressupõe a imposição de valores objetivos a indivíduos que possuem valores absolutamente distintos dos primeiros. Os valores são sempre subjetivos, pois pressupõem uma mente racional valorativa, ao contrário da ética, que é objetiva [1], mas que não é o objeto do presente estudo.

Valores, repisando, são as razões que justificam e motivam as nossas ações, e Mises, brilhantemente, ensina que as ações humanas são produzidas para levar o homem de um estado de menor satisfação para um estado de maior satisfação, logo, são os valores subjetivos que jazem na razão que permitem às ações humanas levarem seu realizador a um novo estado de satisfação. Valores são tão particulares que, de fato, é impossível se impor um valor a outra pessoa sem que esta, no final, permita. Se um indivíduo, por vontade própria, não interiorizar aqueles valores, eles não estarão aptos a, em uma ação concreta, aumentar a satisfação do seu realizador.

Ninguém deveria ser obrigado a receber doutrinação de valores de outros homens.

Adiciona-se a essa questão outra, ainda mais perversa: essa tentativa de imposição de valores através do sistema educacional público é bancada por dinheiro extorquido de muitos indivíduos da sociedade e entregue a indivíduos sob os quais os financiadores não possuem nenhuma responsabilidade moral.

Seres humanos são indivíduos livres, independentes e responsáveis. Os que não são completamente independentes e responsáveis, notoriamente as crianças, possuem pais responsáveis por elas [2], e estes pais são os únicos moralmente responsáveis por essas crianças.  Essa ideia é tão natural que, quando uma pessoa observa outra em dificuldade, ela ajuda por voluntarismo, compaixão e — por que não? — amor ao próximo, mas não por culpa, sentimento típico de alguém que é responsável pela má condição de outrem.

No entanto, a ideia vendida na mídia é diversa. Intelectuais em geral defendem o investimento “público” em educação de maneira apaixonada, partindo do pressuposto que os recursos em questão pertencem ao governo. Esses recursos não pertencem legitimamente ao governo. Pertencem, sim, aos trabalhadores e empresários que criaram legitimamente essa riqueza, violentamente expropriada daqueles pelo governo, através da tributação. Somente os pais poderiam ser responsabilizados pela educação de seus filhos, nunca a sociedade como um todo.

A postura coletivista também enfraquece o núcleo básico da sociedade, que é a família. Responsabilizar o governo e a sociedade pelo custeio e conteúdo da educação de crianças retira dos pais a sua autoridade natural e enfraquece a relação social mais básica que existe, justamente por ser uma relação, antes de mais nada, voluntária. Fica enfraquecida a relação baseada no voluntarismo e no amor, a família, e fortalecida uma relação baseada na coerção e violência, a relação estado-cidadão (súdito).

Além de imoral, a imposição de conhecimentos derivados de valores subjetivos dos governantes é absolutamente inútil. Cria-se um modelo educacional padronizado extremamente chato, desinteressante e sem nenhum sentido prático para a maioria dos alunos, que não leva em consideração as diferenças regionais brasileiras e, dentro das regiões, os interesses dos consumidores do conhecimento, resultando em altíssimos índices de evasão escolar e grande desperdício de recursos. Chega a ser uma piada obrigar um menino roceiro do interior do Brasil a aprender a fórmula de Bhaskara ao invés de ensiná-lo, por exemplo, técnicas de plantio, manuseio de agrotóxicos e cuidado de animais.

Sobre os conhecimentos impostos em si, e os valores por trás deles, são os piores possíveis. Já não se ensina português corretamente, como no famoso caso “nós pega os peixe”[3]. Em matemática, contas básicas de subtração, em livros oficiais, estão erradas [4]. E o pior problema é, sem dúvida alguma, a tentativa de doutrinação ideológica das crianças, que estão cada vez mais estupidificadas por filosofias coletivistas e estatistas.

Hans-Hermann Hoppe, em brilhante ensaio, explica que uma minoria não pode dominar eternamente uma maioria apenas pelo uso da força bruta, precisando dominar a opinião da maioria, e somente com a ajuda, forçada, se necessário, de “intelectuais” de todas as áreas do conhecimento, e de maneira monopolista, é que se pode fazer prevalecer ideias que são contrárias aos próprios interesses da população. Por isso o interesse estatista no monopólio intelectual de todas as instituições educacionais, do jardim-de-infância até a universidade, inclusive com a compulsoriedade, ou seja, a obrigatoriedade do cidadão em frequentar tais estabelecimentos.

No mesmo esteio, Joseph Sobran ensina que

A educação controlada pelo Estado se tornou um mero instrumento de propaganda, agora chamado de “método de conscientização”, concebido para tornar as crianças meras unidades obedientes à Nova Sociedade.  A ideia da “evolução” foi adaptada para ensinar às crianças que a Nova Sociedade era o inevitável destino da história humana.  O “intelectual” das massas (o oposto do erudito tradicional e independente) se tornou um novo tipo social, dedicado a difundir as fantasias da Nova Sociedade, as quais eram chamadas de “ideais”.

A questão instrumental, por sua, vez, que é o cerne do verdadeiro estudo da pedagogia, é ignorada, em detrimento do conteúdo massificado e emburrecedor. A busca por técnicas de ensino mais eficientes praticamente não existe, e o modelo educacional que as novas gerações seguem é praticamente o mesmo que nossos pais ou avós seguiam. O desinteresse na busca por novos métodos de ensino deve ser visto sob duas perspectivas: a da rede pública e a da rede privada.

Na rede pública, em regra, não importa a qualidade do método de ensino, pois os salários são padronizados, logo, o professor ganhará o mesmo ordenado no fim do mês, sendo eficiente ou não no seu trabalho. A rede pública não busca o lucro, ela busca verbas. E verbas adicionais só são adquiridas quando há uma pressão social sobre o governante em virtude da má qualidade do serviço. De fato, os incentivos na escola pública são reversos: quanto mais ineficiente a escola, maior a probabilidade de se conseguir mais verba para melhorá-la.

Já na rede particular, a busca por melhores e mais eficientes métodos de ensino até ocorre, pois a rede particular busca o lucro, e lucros só são adquiridos quando o serviço é ofertado com mais qualidade, aumentando o número de consumidores, e com menos custos, mas a atividade criativa do mercado de ensino é gravemente tolhida pela grande regulamentação feita pelo MEC, que não só tem poder de intervir no método (mesmo com a Constituição dispondo em contrário), como também, e principalmente, no conteúdo. Essa regulamentação aumenta artificialmente a demanda, pois existe uma obrigatoriedade do ensino regulado, e diminui artificialmente a oferta, em virtude da burocracia para se conseguir uma licença para ensinar, aumentando os preços e o lucro das escolas privadas existentes sem uma contrapartida na qualidade. O governo destrói os incentivos naturais do livre mercado educacional.  

O panorama geral da educação no Brasil é, dado o grande potencial local, o pior possível.

A SOLUÇÃO PARA A QUESTÃO DA EDUCAÇÃO NO BRASIL

Sempre que alguém me pergunta qual é a solução para determinado problema, eu me recordo da sabedoria do personagem “Gato de Cheshire”, do romance “Alice no País das Maravilhas”[5]:

O Gato apenas sorriu quando viu Alice. Parecia de boa índole, ela pensou, mas não deixava de ter garras muito longas e um número respeitável de dentes, por isso ela sentiu que devia ser tratado com respeito.

“Gatinho de Cheshire” começou um pouco tímida, pois não sabia se ele gostaria do nome, mas ele abriu mais o sorriso. “Poderia me dizer, por favor, que caminho devo tomar para sair daqui?”

“Isso depende bastante de onde você quer chegar”, disse o Gato.

“O lugar não me importa muito…”, disse Alice.

“Então não importa que caminho você vai tomar”, disse o Gato.

Como visto, a educação não tem uma natureza substantiva, sendo um meio de troca de conhecimento. A educação é, antes de tudo, um processo de autodescobrimento. É através dessa linda interação com outros homens (educação propriamente dita) e com a natureza (criação ou descoberta) que se descobre suas aptidões, vontades, prazeres e mesmo as questões filosoficamente mais relevantes: quem você é, por que está aqui e o que quer fazer com essas respostas.

O processo educacional está em todo lugar, em todas as pessoas. Pessoas são diferentes, com necessidades e realidades diferentes. As Alices perdidas no meio da floresta da vida nem sempre têm noção sobre que lugar querem chegar, ou seja, que tipo de educação precisam para atingir seus objetivos particulares, ou, ainda, que tipo de conhecimento as levaria de um estado de menor satisfação para um estado de maior satisfação, no dizer misesiano.

A boa educação passa por se saber primeiro aonde a pessoa quer chegar, para então se decidir que caminho se deve tomar. Não o contrário, como acontece hoje. Infelizmente, os Gatos de hoje não têm a humildade e a moral do Gato de Cheshire, para estimular as Alices a escolherem por elas mesmas em que lugar elas querem chegar.

Burocratas pedagogos de órgãos como o Ministério da Educação, de uma soberba inigualável e pobreza de espírito ímpar, criam caminhos pré-determinados (educação), longos e ineficientes, para que todos cheguem a um lugar específico de escolha deles, a doutrinação estatista que justifica o sistema em que as Alices dependem dos Gatos (ou seriam gatunos?).

Uma verdadeira educação libertária é uma educação despida de preconceitos, sem estamentos do tipo “1º ano”, “ensino fundamental” e “ensino médio”. Cada um buscaria uma instituição de ensino de acordo com suas necessidades. Esse sistema provavelmente levaria a um ensino fundamental parecido com o que temos atualmente, mas os métodos de ensino (a verdadeira educação) seriam de livre-escolha da instituição, de acordo com as demandas de mercado, ou seja, de acordo com a vontade dos pais, dos alunos e das empresas que necessitam de profissionais, ou seja, os recursos seriam alocados de maneira muito mais eficiente, com pouco desperdício. E as pessoas se formariam em “matemática básica”, “português avançado” e “história do Brasil”, assim como em “métodos de agricultura”, “fotografia” ou “mecânica”.

Esses diplomas teriam valor não porque o MEC disse que eles têm, mas porque as pessoas, através do livre mercado, reconheceriam esses diplomas como sendo bons, e se determinados diplomas não fossem bons, a escola provavelmente iria à falência. As universidades não estariam presas a regras sobre quem elas podem ou não aceitar no curso, podendo aceitar crianças superdotadas nas suas fileiras, ou ainda pessoas com grande conhecimento de matemática e nenhum conhecimento de biologia para seu curso de engenharia civil. Novamente aqui o valor do profissional se daria pela sua técnica e talento, não pela vontade de um burocrata. A avaliação se daria pelo livre mercado e por um sistema de preços, que demonstram eticamente o valor de qualquer serviço, inclusive o educacional. O autodidatismo, a criação e o descobrimento seriam tão importantes quanto o processo educacional tradicional, pois o que importaria é o conhecimento adquirido, e não a forma como ele foi obtido (desde que de maneira não-violenta). As sociedades profissionais teriam um papel essencial avaliando os profissionais, mas sem o poder de impedir o profissional de atuar, sendo instituições de indicação de profissionais, e não de coerção, violência e reserva de mercado.

Sem amarras estatais, empresas e instituições estrangeiras investiriam pesadamente no mercado educacional e profissional, aumentando a eficiência do ensino em conjunto com a queda de preços. No mundo jurídico, por exemplo, um dos cursos mais famosos do Brasil é um curso online. Um professor de altíssimo gabarito dá uma aula online para milhares de alunos em todo o Brasil, em salas de aulas com telões, barateando assustadoramente o custo e levando aulas de grande nível para rincões onde, em outro momento, seria impossível tal profissional chegar. Experiência análoga, em nível mundial, é a Khan Academy, também com aulas online.

Em um verdadeiro livre mercado e com os recursos tecnológicos atuais (também atingidos graças ao livre mercado), a gama de possibilidades para a melhoria e barateamento do processo educacional é infinita. Nenhum burocrata ou órgão governamental teria como prever quais seriam os métodos mais eficientes e baratos para a transmissão (educação) de cada conhecimento perseguido por cada pessoa. No entanto, temos muitas mentes pensantes, espalhadas em cada cantinho do país, prontos para dar sua contribuição local e nacional para suprir essas carências, desde que elas sejam livres para prestar esses serviços.

E o mais interessante disso tudo é que não há nenhuma novidade. É apenas o resgate do conceito clássico, instintivo e natural da educação, antes da subversão estatista. Se o grande Mises[6] uma vez disse que a boa economia é a economia elementar, também a boa educação é a educação elementar.

A interação voluntária dos homens de bem, por meio do livre mercado educacional, revolucionará o mundo.


[1] Sobre a ética objetiva e aplicável a todos os homens, ROTHBARD, Murray. A Ética da Liberdade. Disponível em http://www.mises.org.br/Ebook.aspx?id=12. A ética, como fundamentação teórica para se encontrar o melhor modo de viver e conviver, isto é, a busca do melhor estilo de vida, sempre através da razão abstrata, é objetiva e única.

[2] Crianças sem pais, em regra, poderiam até com certa facilidade conseguir pais adotivos, mas são impedidos por uma legislação de adoção altamente restritiva, que praticamente inviabiliza a adoção no Brasil.

[3] Sobre o assunto, recomenda-se o artigo de GUEDES, Paulo. Pega os peixe, não os emprego. Em http://www.imil.org.br/artigos/ptpega-os-peixe-os-emprego/.

[4] Reportagem completa sobre o assunto encontra-se em http://www1.folha.uol.com.br/saber/925261-mec-distribui-livro-com-erro-de-matematica-a-37-mil-escolas.shtml.

[5] CARROLL, Lewis. Alice no País das Maravilhas, 1886. Ed. L&PM Pocket, 1998, pg. 84.

[6] MISES, Ludwig Von. Citado em ULRICH, Fernando. Good Economics is basic economics. Em http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1058.


Bernardo Santoro – Mestre em Teoria e Filosofia do Direito (UERJ), Mestrando em Economia (Universidad Francisco Marroquín) e Pós-Graduado em Economia (UERJ). Professor de Economia Política das Faculdades de Direito da UERJ e da UFRJ. Advogado e Diretor-Executivo do Instituto Liberal.

Fonte: Mises Brasil

Vendas de veículos crescem 4,8% em 2022

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Foto: Henry & Co./Unsplash

As vendas de veículos novos cresceram 4,88% em 2022 na comparação com 2021, segundo o balanço divulgado pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). No ano passado, foram emplacadas 3,6 milhões de unidades, contra 3,5 milhões no ano anterior.

Em dezembro, a comercialização de veículos registrou alta de 8,69% em comparação com o mesmo mês de 2021, com a venda de 366,8 mil unidades.

Carros

As vendas de automóveis tiveram crescimento de 1,22% no ano passado, com o emplacamento de 1,5 milhão de carros. Em dezembro, foram vendidos 164,1 mil automóveis, um aumento de 5,17% em relação ao mesmo mês de 2021.

Os veículos comerciais leves tiveram uma retração de 8,58% em 2022 na comparação com o ano anterior, com o emplacamento de 380,7 mil unidades. O segmento teve elevação de 1,55% na comercialização em dezembro, com a venda de 38 mil unidades.

Motos

As motos tiveram alta de 17,7% nos emplacamentos de 2022, com a venda de 1,3 milhão de unidades. Em dezembro, a comercialização dos veículos de duas rodas cresceu 17,56%, com a venda de 132,1 mil unidades.

Caminhões

Os caminhões tiveram queda de 2,21% nas vendas do ano passado em comparação com 2021, com a comercialização de 124,5 mil unidades. Em dezembro, foram vendidos 12 mil caminhões, uma ligeira elevação (0,75%) em relação ao emplacado no mesmo mês do ano anterior.

Segundo o presidente da Fenabrave, José Maurício Andreta Júnior, os resultados de 2022 reproduziram, em certa medida, os números alcançados nos dois anos anteriores. “Nos últimos três anos o mercado vem praticamente no mesmo volume [de vendas]”, enfatizou durante a apresentação desse balanço.

Previsões

Para este ano, de acordo com ele, as informações disponíveis até o momento mostram que as vendas devem manter esse patamar. A expectativa é que a comercialização de carros e caminhões repita o alcançado no ano passado. Para as motos, a previsão da Fenabrave é de crescimento de 9% nos emplacamentos.

No entanto, Andreta afirmou que os números podem ser revistos nos próximos três meses, a depender de fatores externos, como a Guerra na Ucrânia e a situação da covid-19 na China, e também das decisões econômicas do novo governo. “Você vê oscilação de bolsa [de valores], de dólar. Tudo está oscilando. Muito difícil projetar alguma coisa nesse momento”, ressaltou.

Edição: Maria Claudia – Agência Brasil

Produção de petróleo e gás atinge 3,978 milhões de barris em novembro

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Foto: Agência Petrobras/Divulgação

A produção total de petróleo e gás natural em novembro, no Brasil, atingiu 3,978 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d), sendo 3,095 milhões de barris diários de petróleo (bbl/d) e 140,380 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia (m³/d). Os dados fazem parte do Boletim Mensal da Produção de Petróleo e Gás Natural divulgado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

De acordo com o boletim, a produção de petróleo teve uma queda de 4,6% em relação ao mês anterior, mas se comparado a novembro de 2021, o volume significa um avanço de 8,5%. No gás natural, houve recuo de 5,6% na produção na comparação a outubro. Em sentido oposto registrou elevação de 2,8% em relação a novembro do ano anterior.

De acordo com a ANP, as paradas de produção em áreas do pré-sal motivaram os recuos no desempenho em novembro. “A queda na produção de petróleo e gás foi motivada, principalmente, por paradas de produção programadas e não programadas nos FPSOs Cidade de Ilha Bela, Cidade de Caraguatatuba e Cidade de Mangaratiba, localizados no Pré-Sal”, informou.

Pré-sal

O boletim mostra ainda que a produção no pré-sal alcançou 2,964 milhões de boe/d, o que equivale a 74,5% da produção brasileira. Em 129 poços foram produzidos 2,327 milhões de bbl/d de petróleo e 101,35 milhões de m³/d de gás natural. O volume representa queda de 5,7% em relação ao mês anterior e alta de 9,2% se comparado com o mesmo mês em 2021.

Gás natural

A ANP informou que o aproveitamento do gás natural atingiu 97,4% em novembro. “Foram disponibilizados ao mercado 50,53 milhões de m³/d e a queima foi de 3,65 milhões de m3/d. Houve aumento na queima de 25,6% em relação ao mês anterior (devido ao comissionamento do FPSO Guanabara e à parada programada da FPSO Cidade de Ilha Bela) e redução de 3,6% na comparação com novembro de 2021”, completou a agência reguladora.

Campos e instalações

Os campos marítimos produziram 97,6% do petróleo e 84,7% do gás natural. Nos campos operados pela Petrobras, sozinha ou em consórcio com outras empresas, a produção chegou a 91,61% do total produzido. Com 812,49 mil bbl/d de petróleo e 38,38 milhões de m³/d de gás natural, o maior produtor, em novembro, foi o campo de Tupi, no pré-sal da Bacia de Santos.

Entre as instalações, a que registrou maior produção de petróleo foi a FPSO Carioca (Mv-30). A plataforma, cuja sigla em inglês é Floating Productions Storge and Offloading, produziu 173,746 mil bbl/d nos campos de Sépia, Sépia Leste e Sépia Eco. Já a de maior produção de gás natural foi a FPSO Guanabara, com a produção de 9,24 milhões de m³/d de gás natural na jazida compartilhada de Mero.

O Boletim Mensal da Produção de Petróleo e Gás Natural pode ser acessado na página da agência.

Edição: Fernando Fraga – Agência Brasil

Retrospectiva: o melhor do Brasil em 2022

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O Instituto O Pacificador fez uma seleção de conteúdos que resumem o melhor do Brasil no ano de 2022.

Notícias otimistas, que nos fazem acreditar que o país tem um potencial enorme de crescimento econômico, de protagonismo internacional, de vida, paz, liberdade e prosperidade, mesmo diante de um cenário de crise econômica mundial.

Destacamos algumas áreas:

Agronegócio: ler matérias

Desburocratização: ler matérias

Economia: ler matérias

Energia: ler matérias

Gestão: ler matérias

Indústria: ler matérias

Liberdade: ler matérias

Paz: ler matérias

Prosperidade: ler matérias

Saúde: ler matérias

Vida: ler matérias

Tecnologia: ler matérias

Artigos: ler