IoP Meetings: Ministro de Minas e Energia e a retomada do setor

Com o intuito de discutir questões fundamentais para a retomada do crescimento econômico do Brasil, reunindo líderes das esferas públicas e privadas e estreitando relações comerciais e possibilidades de investimentos para o país, o Instituto O Pacificador promoveu, no dia 9 de setembro, o IoP Meetings, realizado no Sicepot-MG (Sindicato da Indústria da Construção Pesada no Estado de MG). Dessa vez, o tema do evento foi “A Retomada – Minas e Energia”.

Após um café da manhã que gerou encontros e articulações entre os participantes, e que contou com a presença de 28 CEOs indianos dispostos a investir no Brasil, o público teve a oportunidade de assistir às explanações do Ministro de Minas e Energia, Almirante Bento Albuquerque, do vice-governador de Minas Gerais, Paulo Brant, do presidente do Instituto O Pacificador, Luiz Fernando Pinto, do CEO do TSX Group, Paulo Eduardo Pinto, e do presidente da Bahia Mineração (BAMIN), Eduardo Ledsham.

Um dos momentos mais esperados do evento foi a fala do ministro para o público, durante quase uma hora. Ele comentou sobre os desafios da pasta, as dificuldades de investimento do Estado e a importância do capital privado ser protagonista no desenvolvimento do setor de Minas e Energia e, consequentemente, no crescimento do Brasil nos próximos anos.

Logo no início da palestra, Almirante Bento Albuquerque, direcionando a mensagem ao vice-governador de Minas Gerais, arrancou aplausos da plateia ao anunciar a desestatização da Eletrobras (empresa S.A. de economia mista cujo controle acionário é do Governo Federal), responsável por 31% da geração e 47% da transmissão de energia elétrica do país.

“A Petrobras deveria investir por ano 15 bilhões de reais para manter esse status da Eletrobras. Mas, hoje, depois de dois anos e meio de muito trabalho no saneamento da empresa, a capacidade de investimento é de 3,5 bilhões. Não é opção desestatizar ou não desestatizar. Ela teria que ter o investimento de 15 bilhões e o Estado brasileiro, dentro de sua participação acionária, teria que colocar lá 9 bilhões de reais. Então, o que a gente vai fazer? Vai deixar a empresa acabar? Se nada for feito, daqui a oito anos a Eletrobras vai passar a ter 7% da geração e 30% da transmissão. Não é isso que a sociedade brasileira espera de governos responsáveis. Portanto, nós temos, sim, que colocar o capital privado que está ávido por poder fazer os investimentos. E é o que vamos fazer muito em breve”, explicou o ministro.

Almirante Bento Albuquerque também ressaltou que, apesar de todas as mazelas, o Brasil tem a tradição de respeitar os contratos e de forma organizada e com governança o leilão será realizado. “Aqui é, sim, um país de oportunidades. Nós somos exemplo para o mundo em termos de matriz energética”, comentou.

“Sobre a energia, nos próximos sete ou oito anos, teremos que crescer 20% em geração e 25% em transmissão, o que vai levar um investimento da ordem de 400 bilhões de reais. Petróleo: vamos ser, sim, um dos cinco maiores produtores já no final da década de 30, com mais 1,8 trilhão de investimento. A mineração, por sua vez, tem um papel importante, pois é base de qualquer industrialização, responsável por mais de 4,4% do nosso PIB, e temos muito a crescer. Essas são as oportunidades que se apresentam”, informou Almirante Bento Albuquerque.

Outro ponto abordado pelo ministro foi o resultado da gestão do Ministério de Minas e Energia nesses nove meses de governo. Segundo ele, 88% das ações que a administração propôs já foram realizadas.

“Eu tive a oportunidade de fazer algumas viagens internacionais, principalmente por causa dos investimentos que teremos nos setores de energia e mineração, e já assinamos acordos de cooperação com Canadá, Estados Unidos, Peru, Argentina, Japão, China e Israel. Então, estamos realmente avançando e percebemos apetites desses parceiros em realizarem investimentos no Brasil”.

Ideias Liberais

A palestra do vice-governador de Minas Gerais, Paulo Brant, também foi um dos momentos mais esperados do evento. Com uma mensagem direta e firme, o economista, engenheiro, professor e político foi aplaudido diversas vezes ao defender o liberalismo, a liberdade do cidadão e um Brasil como um país republicano.

Numa das primeiras falas, Paulo Brant comentou sobre a importância de apaziguar os ânimos políticos tão aflorados nos últimos anos. “Precisamos pacificar o país. Menos convicção e mais ideias”, afirmou. E completou: “Não há caminho para gerar crescimento econômico e justiça social se não for pelo liberalismo. Precisamos construir isso politicamente”, disse o vice-governador, reconhecendo que a sociedade brasileira necessita ser convencida de que o liberalismo é o melhor caminho para a prosperidade e a liberdade do povo.

Outro tema abordado por ele foi a reforma tributária. Paulo Brant explicou que está sendo feito todo o esforço de articulação política para que ocorram mudanças na questão da tributação, com o objetivo de facilitar a possibilidade de investimento no país. “A nossa legislação tributária é péssima. Ela inibe o crescimento. Por isso já existem três modelos de reforma tributária no Senado e na Câmara dos Deputados. E estamos fazendo tudo para melhorar essa estrutura, atrair investimentos e melhorar o ambiente de negócios”, ressaltou.

Mineração

A presença do presidente da Bahia Mineração (BAMIN), Eduardo Ledsham, foi importante para discutir o papel da mineração na economia do país e do estado de Minas Gerais, uma vez que, devido aos rompimentos das barragens de Bento Rodrigues e Brumadinho, desastres ambientais recentes, as empresas precisam resgatar a credibilidade e a confiança da sociedade.

“A tragédia de Brumadinho foi uma espécie de 11 de setembro para o setor. Todos nós tivemos que rever procedimentos e ter uma linguagem clara e transparente para a sociedade, mostrando o quanto seguro é a mineração. Tudo que está ao nosso redor tem relação com a mineração. Então, hoje, não faz sentido discutir a mineração. Necessitamos discutir é a forma de implementá-la de maneira mais sustentável”, afirmou.

Além disso, Eduardo Ledsham ressaltou que a mineração e a infraestrutura precisam andar juntas, pois a infraestrutura é a maior alavanca de desenvolvimento para a mineração. “A infraestrutura depende de carga e a mineração consegue colocar um volume sustentável com perenidade”.

Instituto O Pacificador

Realizando uma espécie de mediação e promovendo o debate sobre o tema “A Retomada – Minas e Energia”, o Instituto O Pacificador foi representado pelo presidente Luiz Fernando Pinto, que discursou sobre a missão da instituição: “O Instituto O Pacificador foi criado exatamente para o propósito de celebrarmos este momento. Como sempre, disse o nosso querido vice-governador, Paulo Brant, um dos grandes idealizadores e sócio-fundador do Instituto, que a sociedade brasileira, hoje, carece de sinapses. E fundamentalmente é necessário que se promova essas sinapses para o encontro de boas ideias, de maneira a potencializar-se o desenvolvimento do nosso país. Como think tanks que somos, entendemos que este é justamente um dos principais propósitos do nosso Instituto: provocar as sinapses de forma a qualificarmos os conceitos e progredirmos em nossos maiores objetivos, da defesa da paz, da vida, da liberdade e da prosperidade. E é justamente isso que buscamos fazer aqui hoje”.

Paulo Eduardo Pinto, CEO do Grupo TSX, completou: “Acreditamos na relação republicana entre os setores público e privado sem a qual, está provado, que é impossível construir uma nação sólida e de sucesso. A cada dia que passa, os líderes de grandes empresas adotam agendas e objetivos mais parecidos e convergentes aos objetivos das lideranças públicas em razão da capilaridade das consequências de suas ações. Tudo isso associada à sustentabilidade de desenvolvimento”.

Reportagem: Daniel Helvécio – Instituto O Pacificador.

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